Novidades

28 AGO
Carros fraudados pela VW viram febre no mercado de usados dos EUA

Carros fraudados pela VW viram febre no mercado de usados dos EUA

Um dos pátios em que são armazenados os veículos recomprados pela Volkswagen após o dieselgate (Lucy Nicholson/Reuters/Reprodução)

Pouco antes do escândalo do Dieselgate nos Estados Unidos, a Volkswagen buscava entrar no mercado norte-americano de veículos a diesel.

As propagandas prometiam motores “diesel realmente limpos”. Depois descobriu-se que elas ludibriavam quem buscava durabilidade e eficiência nos Volkswagen, uma das poucas marcas com sedãs e peruas a diesel com preço acessível.

Quando o escândalo veio à tona, pegou de surpresa todos os proprietários de modelos a diesel no país. É o caso de Allison Dugdale, proprietária de um Jetta.

“Eu adorei [o Jetta] até o momento que percebi que não seria capaz de mantê-lo porque eles [Volkswagen] quebraram a lei de uma forma imoral e escandalosa”, disse Dugdale em entrevista ao The New York Times.

A fabricante alemã violou as leis de controle de poluentes ao instalar nos automóveis um software que mascarava os índices reais de emissão. Então, os Estados Unidos aplicou uma série de multas e alguns executivos da empresa chegaram a ser presos.

Foi aí que Volkswagen decidiu recomprar todos os 380 mil carros que infringiam a lei com o objetivo de consertá-los ou destruí-los.

Eram modelos como Jetta, Jetta Variant, Golf, Audi A3 e Beetle, que foram recomprados pela empresa e distribuídos entre os mais de 20 pátios dedicados a armazená-los nos Estados Unidos.

Agora, três anos depois do início do programa de recompra, a montadora informou que cerca de 100 mil dessas unidades voltarão ao mercado.

Mas porque um motor que gerou tamanho escândalo e está parado há tanto tempo geraria interesse? Pelo mesmo motivo que gerou a busca antes mesmo do dieselgate acontecer: a economia.

“Eu procurava por um carro usado com quilometragem decente”, afirma Sid Heilbraun, que trocou um SUV da Lexus por um Golf 2015 com 61 mil quilômetros rodados, de US$ 11.500 (R$ 47.745).

Heilbraun foi orientada por seus amigos a procurar um Volkswagen e após a compra disse entender o conselho. “Parece que todos os proprietários de TDI têm a mesma opinião: “não quero desistir do meu TDI”.

Motores TDI foram de descartáveis a sucesso de vendas nos Estados Unidos (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Os motores a diesel possuem valor no mercado principalmente pela garantia de alta rodagem e pela economia de combustível. No caso da Volkswagen, o 2.0 TDI ofertado nos Estados Unidos só teve o software irregular retirado. Além disso, existe um programa de garantia de pelo menos quatro anos ou então 48 mil milhas (77.250 quilômetros).

A garantia de motor também ajuda no aumento da procura desses veículos, mas o principal motivo do sucesso da busca são os compradores terem os mesmos filtros de buscas de antes do escândalo: sedãs ou peruas diesel com preço médio.

“Nesses casos, a Volkswagen é o único diesel no jogo”, afirma David Paris, analista executivo da J.D. Power Valuation Services, empresa que analisa o mercado automotivo dos EUA. Isso porque os motores diesel equipam principalmente carros de luxo e caminhões no país.

O sucesso dos TDI fez a Volkswagen voltar ao mercado de diesel, mesmo que indiretamente. O ganho de mercado de veículos usados a diesel da marca vem aumentando e em junho deste ano, corresponderam a 15% das buscas de compradores.

“Eles [Volkswagen] tiveram mais participação do que qualquer outra marca na venda de veículos usados”, disse George Augustaitis, diretor de análise do CarGurus, site de busca para compra e venda de usados dos Estados Unidos.

Segundo Augustaitis, em 2014 um Jetta a diesel era comprado por US$ 23.195 (quase R$ 100 mil) enquanto o modelo a gasolina era negociado por US$ 16.720 (cerca de R$ 70 mil). Agora, tudo mudou e entre os usados “você pode comprar um diesel a preço semelhante ao de um modelo a gasolina”.

O sucesso das vendas mostra como a memória dos compradores parece curta e os concessionários alertam para a grande procura dos modelos, embora seja irônico os veículos envolvidos no escândalo ganharem tanto espaço no mercado norte-americano.

No entanto, o preço baixo dos TDI parece ter dias contados já que a Volkswagen informou que seu último carro a diesel será vendido em 2020, o que tornará mais raro encontrar esses veículos e elevará o valor dos carros.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

17 MAI

Impressões: BMW X7, o SUV tão grande que tem tamanho de Hilux

É um automóvel, mas tem tamanho de Amarok e Hilux (Divulgação/BMW)Parecia difícil de acreditar que a BMW ainda não estava presente no segmento de SUVs de luxo de grande porte, em que seus rivais há tempos colhem lucros polpudos, especialmente nos Estados Unidos.Que o digam Mercedes GLS, Range Rover Vogue e Cadillac Escalade.Para tirar esse atraso, a marca alemã acabou de lançar o X7, um utilitário superpremium criado para agradar em cheio os americanos.A começar pelo porte (tem o... Leia mais
17 MAI

Clássicos: a geração que eliminou os anacronismos do Chevrolet Corvette

O C4 foi o primeiro Corvette sem uma grade dianteira (Christian Castanho/Quatro Rodas)Os anos 70 foram muito bons para o Corvette de terceira geração. Muito popular, o esportivo da Chevrolet celebrou o jubileu de prata em 1978 e, um ano depois, estabeleceu o recorde de 53.807 unidades produzidas.Foi um bom resultado até a chegada da quarta geração, cujas primeiras unidades deixaram a fábrica de Bowling Green em 1983.Vidro basculante atrás melhorava acesso às malas (Christian... Leia mais
17 MAI

Nissan discute novo ciclo de investimentos para América Latina

"Nossa operação é diferente da global. Temos entregado constantemente", disse o novo chefe da Nissan para a América Latina, o argentino Guy Rodriguez. Em um primeiro encontro com jornalistas desde que assumiu o cargo, no mês passado, o executivo tratou de descolar a região dos maus resultados obtidos pela montadora japonesa globalmente no ano passado. E afirmou que discute com a matriz um novo ciclo de investimentos. Em meio ao escândalo da prisão de seu ex-comandante, o... Leia mais
16 MAI

Ford Taurus SHO: um sedã americano com motor V6 Yamaha e injeção de F1

Grande rival dos carros japonese nos EUA tinha motor preparado pela Yamaha, que nunca produziu carros em massa (Silvio Porto/Quatro Rodas)Texto original de Eduardo PincigherSe era difícil lidar com a invasão dos carros japoneses nos Estados Unidos com os tradicionais sedãs americanos, a Ford resolveu o problema fazendo um carro parecido com eles.Foi o Taurus, lançado em 1988. O plano deu tão certo que em 1991 foi o quarto modelo mais vendido dos EUA, atrás da Ford F-150, GMC Sierra e... Leia mais
16 MAI

Segredo: novo Renault Logan terá menos mudanças que o Sandero

Nova frente tem grade com filetes cromados (INPI/Internet)A grande novidade da próxima reestilização do Logan — a terceira desde que o sedã chegou ao Brasil, em 2006 — é a estreia da inusitada versão aventureira Stepway.A traseira manterá o visual atual (INPI/Internet)O modelo, porém, não terá tantas novidades como seu irmão hatch.Ao contrário do Sandero, que terá uma traseira exclusiva (conforme antecipado em primeira mão por QUATRO RODAS), o Logan passará apenas por uma... Leia mais
16 MAI

Nissan começa a entregar o carro elétrico Leaf em julho; 16 foram vendidos

A Nissan confirmou para julho a entrega dos primeiros Leaf comprados na pré-venda, aberta desde novembro de 2018 mediante sinal de R$ 5 mil. De acordo com a marca, 16 unidades já foram vendidas - o elétrico sai por R$ 178.400 e é importado do Reino Unido. A partir de julho, o carro será vendido em 7 concessionárias de 6 cidades: duas em São Paulo e as demais em Brasília, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Em conversa com jornalistas nesta quinta-feira... Leia mais