Elas juntas, somam a bagatela de R$ 521.000 (Bonhams/Divulgação)
O mercado de carros antigos é uma caixinha de surpresas em qualquer lugar do mundo. Os modelos e valores oscilam muito de acordo com a situação econômica e a predileção do mercado por determinado tipo de carro.
Ontem o leilão Bonhams at Quail e Lodge Resort (EUA) deu uma amostra de como o mercado de carros antigos não é para amadores.
Diversos carros disputados lance a lance. Alguns batendo recordes de venda, outros com valor muito abaixo do esperado.
A versão cabine dupla é uma das mais cobiçadas no Brasil (BOnhams/Divulgação)
Aqui no Brasil a coisa não é muito diferente. É muito comum você encontrar um Fusca sendo vendido por R$ 30.000 e depois de algum tempo, encontrar o mesmo exemplar por R$ 18.000. Tudo varia de acordo com momento econômico local e, claro, pela a lei de oferta e procura.
Vira e mexe encontramos modelos sendo vendidos por preços tão absurdos aqui no Brasil, que achamos fora da curva do mercado e que nunca serão vendidos. Mas, acredite, tem louco pra tudo.
Tanto é verdade que ontem duas VW Kombi foram arrematadas por, pasmém, R$ 209.000 e R$ 311.000, respectivamente.
Pneus banda branca, calotas cromadas e carroceria em duas cores eram exclusivos (Bonhams/Divulgação)
É dinheiro suficiente para colocar na garagem um Chevrolet Camaro cupê 6.2 V8 (R$ 305.000) e uma Toyota Hilux Diesel (R$ 201.390) novinhos.
Tudo bem: sabemos que a Kombi é objeto de desejo global e centenas de unidades feitas no Brasil são exportadas para diversos países do mundo todos os anos.
Podemos dizer que esses valores alcançados no leilão são coisa de louco…. ou não. Porque, de fato, são exemplares lindos e muito bem restaurados. É você quem vai decidir.
A mais baratinha, de R$ 209.000, é uma Kombi 1962 cabine dupla totalmente restaurada em 2012. O motor ganhou fôlego e agora tem 1.800 cm3 (contra o tradicional 1596 cm3 ) que gera 62 cv.
Restaurado em 2012, ganhou upgrade de motor e acabamento de primeira qualidade (bonhams/Divulgação)
Há freios a disco nas quatro rodas, mas o câmbio de quatro marchas e as barras estabilizadoras independentes tanto na dianteira quanto na traseira estão mantidos.
Janelas do tipo safari foram acrescentadas ao modelo. Acessório é muito comum para a década de 1960 (Bonhams/Divulgação)
Alavanca de câmbio de engate rapido e gatilho para acionamento da ré. Saiu o volante original para entrar um com diâmetro menor, mas que remete a época (Bonhams/)
O interior foi todo refeito em vinil branco com laranja combinando com o exterior. Foram acrescentados, ainda, janelas safari e o rack, ambos acessórios de época. As pranchas de surf não acompanham o carro.
O lendário motor boxer, refrigerado a ar, que originalmente tinha 1.590 cm3, foi aumentado para 1.800 cm3 e agora produz 63cv (Bonhams/Divulgação)
A mais cara do leilão é da versão Samba De luxe, 1965.
O feliz proprietário desta impecável Kombi pagou R$ 312.000 por ela (Bonhams/Divulgação)
Muito conhecida como “21 janelas” aqui no Brasil, a versão Luxo era diferenciada dos outros modelos, mais dedicados ao trabalho, por ter acabamentos exclusivos.
Quem dirige uma Kombi nunca esquece. Sua posição de dirigir é, no mínimo, interessante
Além das 8 janelas panorâmicas, tinha teto panorâmico, pintura em dois tons, pneus com faixa branca e um acabamento interno mais nobre.
Além das oito janelas a versão vinha com o teto solar panorâmico, muito conhecido aqui no Brasil por Ragtop (Bonhams/Divulgação)
Esta unidade é totalmente original e possui todos os opcionais disponíveis na época. Seu motor é o 1.584 cm3 com carburação simples Solex 32 e gera 41 cv.
A Kombi ficou em produção no mundo por 56 anos. O Brasil foi o último país a fabrica-la, encerrando a produção em 2013 com a versão Last Edition (bonhams/Divulgação)
O câmbio de quatro marchas e freios a tambor nas quatro rodas estão mantidos. Essa configuração de motor e cambio se manteve firme até os anos 1990.
Se vale esse dinheiro, não sabemos dizer. Mas é fato que que a Kombi é um ícone da humanidade que arranca sorrisos por onde passa.