A Volkswagen confirma que o GTE chega entre outubro e dezembro, mas nega que vem para substituir o GTI (Divulgação/Volkswagen)
A Volkswagen promoveu um workshop para a imprensa especializada para falar sobre híbridos e elétricos.
Na sala onde a Engenharia discorreu sobre o plano de eletrificação da marca, um Golf GTE branco para ilustrar o bate papo técnico – afinal, ele utiliza dois motores, um elétrico e um a gasolina.
O hatch médio também estava lá para reforçar o período de chegada às concessionárias: entre outubro e dezembro.
Apesar de a Volkswagen afirmar que o Golf GTI segue em produção no Brasil – paralisada por um tempo para estabelecimento da linha de produção do T-Cross –, uma fonte ligada à fábrica de São José dos Pinhais (PR) garante:
“Parou de fabricar e não volta mais, assim como as versões 1.0 e 1.4. A linha de produção do Golf brasileiro não existe mais.”
GTI não é mais produzido no Paraná (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Consultada, a marca reafirmou que a paralisação foi realizada em caráter temporário e que a comercialização do GTI segue normal, especialmente porque ainda há unidades já fabricadas em estoque para abastecer a rede por algum tempo.
O plano, então, seria reconhecer a aposentadoria do GTI simultaneamente ao início das vendas justamente do GTE, cujos conteúdo e números de aceleração, retomada e frenagem são parecidos.
Nos testes de QUATRO RODAS, o GTI acelerou de 0 a 100 km/h em 6,7 segundos. A do GTE, de acordo com a Volks, é de 7,6 segundos.
GTE exibe o visual do último facelift da sétima geração do Golf (Divulgação/Volkswagen)
Vale lembrar que a marca já lançou no Brasil o também esportivo Jetta GLI e já programa a estreia dos festejados Polo e Virtus GTS. Mas voltemos ao Golf GTE.
Com a oitava geração do Golf prestes a ser lançada comercialmente na Europa – inicialmente apenas nas versões mais simples, de maior volume –, a GTE tende a demorar um pouco mais para surgir.
Ou seja, é provável que, por um tempo, o GTE de sétima geração seja o único Golf a ser vendido no Brasil. Ao menos até que o de oitava, lá na frente, comece a ser importado.
GTE tem três embreagens: duas na caixa DSG, para mudança de marchas, e uma para acoplar e desacoplar o motor elétrico à transmissão (Divulgação/Volkswagen)
O Golf GTE é um pouco diferente do Prius, o híbrido mais vendido em nosso mercado.
As baterias que alimentam o motor de tração são, assim como no Prius, carregadas pelo motor a combustão e pelo sistema regenerativo que converte a energia cinética das frenagens em elétrica.
Mas no GTE há ainda um terceiro modo da energia elétrica chegar às baterias: um conector (escondido atrás do escudo VW, na grade) permite o carregamento plugado em tomadas comuns, de 220 volts.
Daí o nome híbrido plug in. Uma carga completa é obtida em 2 horas e 45 minutos.
A gente ainda não conheceu alguém que desgoste destes bancos com tecido xadrez. Herança do GTI (Divulgação/Volkswagen)
A grande vantagem da recarga na tomada está no preço, afinal a energia elétrica residencial é mais barata do que a obtida por meio do funcionamento do motor a gasolina.
E some à questão econômica o fator ecológico: energia elétrica é menos poluente do que a obtida por meio de queima de combustível fóssil – os moradores de Fernando de Noronha estão aí para atestar.
Quadro de instrumentos será digital, mas com gráficos exclusivos, para apresentação do sistema híbrido (Divulgação/Volkswagen)
Outro pulo do gato do Golf GTE está na autonomia da bateria que, segundo a Volkswagen, é de 50 km. Ou seja, uma quilometragem suficiente para uso no modo 100% elétrico de boa parte da população dos grandes centros.
No cofre, dois motores: o já conhecido 1.4 TSI de 150 cv e um elétrico de 102 cv. A potência combinada disponível é de 204 cv (Divulgação/Volkswagen)
O motor a gasolina é o 1.4 TSI, turbo, de 150 cv, similar ao aplicado em outros modelos da marca, como Tiguan, Jetta, T-Cross e, em breve, no Polo e no Virtus GTS.
O motor elétrico, por sua vez, rende 102 cv, gerando uma potência final combinada de 204 cv – o Golf GTI 2.0 TSI se despede de nós com 230 cv.
Conector para “abastecimento” das baterias em rede doméstica ou estação de recarga, ambas de 220 V (Divulgação/Volkswagen)
A troca do GTI pelo GTE é o primeiro passo da Volkswagen para a eletrificação de seus produtos na América Latina. A estratégia inclui ainda outros cinco lançamentos, entre híbridos e elétricos, até 2023.
Quando perguntada se a Volkswagen pretende seguir o mesmo caminho da Toyota, que está prestes a lançar a nova geração do Corolla unindo as tecnologias híbrida e flex, a resposta é sempre evasiva.
Mas num bate papo com o Presidente da Volkswagen na América do Sul, Pablo Di Si, surgiu uma pista: “É um caminho possível, sim”, disse.
Se o futuro é a eletrificação, vá se acostumando: a sigla GTI será carro de puristas. Se é que ainda existirá… (Divulgação/Volkswagen)