O ex-presidente e três diretores da Audi serão julgados na Alemanha por fraude em relação ao escândalo dos motores alterados, o "dieselgate" - informou a Procuradoria de Munique nesta quarta-feira (31). Este será o primeiro julgamento ligado ao caso na Alemanha.
Rupert Stadler, que dirigiu a Audi durante 11 anos, tornou-se em junho de 2018 o primeiro diretor da indústria automotiva a ser preso preventivamente no âmbito desta investigação, aberta em 2015. Foi solto em outubro do ano passado.
Ele terá de depor pelas acusações de "fraude", "emissão de certificados falsos" e "propaganda enganosa" no tribunal correcional de Munique, diante de magistrados especializados em crimes econômicos, detalhou a Procuradoria, embora a data ainda não tenha sido decidida.
Pesa contra ele a acusação de ter vendido 434 mil automóveis a diesel da Audi e da Volkswagen equipados com um software que falsificava as medições de poluentes para driblar normas de emissões.
Os programas permitiam ocultar emissões que, em alguns casos, superavam em 40 vezes os volumes autorizados.
Em outubro de 2018, a Audi havia aceitado pagar uma multa de 800 milhões de euros (US$ 892 milhões) por não cumprir seu "dever de vigilância" a respeito da homologação de veículos a diesel.
O "dieselgate" veio à tona em setembro de 2015 na Volkswagen, casa matriz da Audi e da Porsche.