Restaurações completas exigem a total desmontagem do carro (A.M. Marcelo/Divulgação)
Se no início da vida os carros passam por diferentes processos tecnológicos, em seu renascimento — ou melhor, restauração — o processo é inverso, com muito trabalho artesanal.
Mas, nos últimos anos, recursos de última geração têm facilitado e até barateado o processo de recuperação de um veículo.
“As impressoras 3D permitem que a gente produza peças que não existem mais no mercado”, conta José Manuel Veludo, gerente de oficina da paulistana A.M. Marcelo.
As diferentes variações desse equipamento permitem a criação desde pequenos componentes plásticos até grandes partes metálicas.
Documentos de época ajudam a descobrir a especificação original de cada veículo (A.M. Marcelo/Divulgação)
Outro equipamento que faz a diferença em restaurações parciais, que mantém parte do veículo original, é o colorímetro. Ele usa feixes de luz para detectar a cor exata do carro, que não necessariamente é igual ao tom dele de quando novo.
Isso permite que a pintura de uma parte mais deteriorada da carroceria tenha o mesmo tom do conjunto restante.
Equipamentos ópticos possibilitam acertar o tom exato da pintura existente no veículo (A.M. Marcelo/Divulgação)
O compartilhamento de arquivos e métodos na internet agiliza a restauração.
Muitos mecânicos ou mesmo os proprietários dividem dificuldades e soluções na restauração, evitando que se perca tempo com um problema já solucionado por outras pessoas.
Mesmo com novos recursos, muitos processos ainda são manuais (A.M. Marcelo/Divulgação)
O acesso a fotos e documentos antigos permite que o veículo retorne à condição original e reduz as chances dele ser excessivamente restaurado.
Esse termo é dado para carros que ganham itens e características que não existiam em sua versão original.
Uma recuperação completa pode levar mais de três anos (A.M. Marcelo/Divulgação)
Isso vai desde peças cromadas que não existiam até pinturas completas. O Fusca com carroceria em duas cores é um exemplo disso: lindo na foto, mas historicamente errado.
Outra alteração bastante corriqueira é a transformação de uma versão comum do veículo em uma rara, como os Karmann-Ghia cortados para se transformarem em conversíveis.
Manter veículos “no estado”, restaurando o mínimo possível, também é uma tendência. (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
“Com essas novas tecnologias ganhamos um tempo precioso na restauração, mas ainda há partes do processo que são demoradas e artesanais”, conta Veludo.
O especialista conta que uma restauração completa pode levar de alguns meses a mais de três anos, dependendo do veículo e do estado de conservação.
O custo também varia, podendo partir de R$ 20.000 a mais de R$ 100.000. A maior economia de dinheiro com os novos equipamentos é no tempo menor de mão de obra, tornando a restauração um pouco mais acessível — ou menos cara.