Maxi BR: um Gol 4×4 com transmissão de Subaru por cerca de R$ 150.000 (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
Além de sangue, Moisés Nivoloni, 46 anos, tem barro nas veias. Há dois anos, se afastou das atividades da empresa da família, especializada no ramo cerâmico, para se dedicar a duas paixões: participar de ralis e construir carros.
É o caso do VW Gol com tração nas quatro rodas e 300 cv que vira e mexe é visto levantando poeira em alguma estrada ou fazenda do interior de São Paulo.
Por fora, destaque para os para-lamas alargados e os pneus especiais (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
Até montar o Gol – que lhe tomou cerca de 500 horas de trabalho e consumiu R$ 80.000 em investimentos –, Nivoloni bancou o Professor Pardal em outros projetos.
Seu currículo inclui um Willys 1951 com motor Vortec (4,3 litros, V6), um Engesa com motor de seis cilindros e até uma VW Saveiro 4×4 com um V6 Mitsubishi.
Moises Nivolini e o Gol 4×4 de rali (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
Batizado de Maxi BR, o Gol surgiu do desejo de construir algo com peças mais baratas e fáceis de encontrar.
“Antes eu andava de Subaru Impreza, mas era caro de construir e manter. Então, me perguntei: por que não um nacional?, explica Nivoloni.
Cabine é reforçada com gaiola de proteção em caso de capotamento (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
A referência foram os modelos Maxi Rally da equipe argentina Baratec, que começou transformando justamente o Gol, mas hoje faz também Peugeot 208 e Citroën C3.
Feito a partir do monobloco de um Gol G5, o brinquedo de Nivoloni trocou o motor EA-111 1.6 pelo antigo AP 1.8 com peças internas de 2.0. “Brinco que esse carro é 1.9”, diz.
O motor “1.9” AP (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
O sistema de tração (câmbio e diferenciais central e traseiro) é de Subaru, assim como os agregados das suspensões dianteira e traseira. A cabine tem gaiola de proteção homologada pela FIA (Federação Internacional do Automóvel).
Câmbio e diferenciais central e traseiro são herdados de um Subaru Impreza (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
Para aliviar peso, portas dianteiras de fibra e vidros e tampa traseira de policarbonato. Na hora de parar, o Maxi BR apresenta freios de caminhão VW.
Bancos são do tipo concha e cintos vêm da italiana Sparco (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
Claro que o carro não ficará apenas passeando por estradas de terra.
“O Gol está no processo de homologação para participar de campeonatos regionais e no Brasileiro de Rali. Tenho um convite para correr no Campeonato Gaúcho. Se tudo der certo, estreio em outubro”, diz.
E não para por aí. “Pretendo produzir outras unidades, em pequena escala, para vender. Manteria o EA111, mas turbinado e com 85% de índice de nacionalização. A exceção seriam os itens que não dá pra fugir da importação, como bancos e cintos”, explica Nivoloni.
Preço? Um Gol 4×4 como esse sairia em torno de R$ 150.000.