Novidades

25 JUL

Carros elétricos usados em Noronha podem poluir mais que uma van a diesel

Elétricos em Noronha: ecológicos, pero no mucho (Divulgação/Renault)

No último mês a Renault cedeu por comodato à administração de Fernando de Noronha (PE) seis veículos elétricos, sendo um Kangoo Z.E., dois Twizy e três Zoe.

A iniciativa ocorreu no momento em que a região decretou o banimento da compra de veículos a combustão a partir de 2022, e visa tornar a mobilidade local sustentável. Só faltou combinar com a Celpe.

A empresa pernambucana é responsável por gerar energia aos mais de três mil habitantes e os milhares de turistas que frequentam Fernando de Noronha.

A maior parte da eletricidade (90%) vem de um conjunto de geradores a diesel, por conta das limitações geográficas da região — é inviável, por exemplo, levar energia do continente por fios submarinos.

A Renault cedeu em comodato três Zoe para o arquipélago (Divulgação/Renault)

Os noronhenses já vêm buscando alternativas aos combustíveis fósseis: só os geradores consomem 450 mil litros de diesel por mês.

Entre os investimentos está a inclusão de um conjunto de baterias de íon-lítio que armazenam a energia excedente gerada pela usina solar durante o dia para distribuí-la à noite.

O maior gerador de Fernando de Noronha usa um V16 de 50,3 litros de cilindrada (Foto Ilustrativa/Cummins/Divulgação)

Mesmo assim, a energia elétrica de Fernando de Noronha é a mais “suja” do Brasil. No país há mais de 2.400 usinas termoelétricas movidas a diesel, mas elas respondem a menos de 2,4% da matriz energética continental.

Do lado de cá do oceano as usinas hidroelétricas ainda dominam, sendo responsáveis por até 60% da geração de eletricidade.

É verdade que esse índice cai durante as secas de inverno, mas, ainda assim, acender uma lâmpada em São Paulo é mais ecológico do que em Noronha.

A Renault já estuda conectar o Zoe ao grid elétrico das ilhas (Divulgação/Renault)

O GGD (Grupo Gerador Diesel) usados nas ilhas são centralizados na Usina Tubarão e foram produzidos pela Cummins, modelos C1500 (quatro unidades) e C1250 (uma unidade).

QUATRO RODAS solicitou à gigante americana uma estimativa das emissões de poluentes do sistema, mas não obteve resposta até o momento de publicação desta reportagem.

Por conta disso, tomamos como base o índice mais rigoroso de controle de poluentes de geradores da EPA, agência ambiental norte-americana e calculamos quais seriam as emissões geradas para carregar um Zoe usando somente o GGD — algo provável durante o período noturno.

A Renault Master chega a ser mais eficiente no quesito emissões de poluentes do que o Zoe noronhense (Acervo/Quatro Rodas)

O resultado não foi nada animador. Recarregar completamente a bateria de 41 kW do Zoe emitira 143,5 gramas de CO na atmosfera. Dividindo isso pela autonomia máxima de 300 km, chegamos ao índice de 0,478 g/km.

O valor não impressiona em um primeiro momento, mas supera, por exemplo, o antigo Sandero 1.6 (0,483 g/km, segundo o PBE do Conpet/Inmetro).

Comparar o desempenho de um motor diesel com um de ciclo Otto, porém, não é justo, então vamos colocar as “emissões” do Zoe em perspectiva com a Master, van feita pela mesma empresa.

A versão de passageiros do utilitário emite 0,116 grama de CO para cada quilômetro rodado. Isso equivale a menos de 25% do que a quantidade de gás emitida para gerar energia suficiente para o Zoe rodar os mesmos 1.000 metros em Fernando de Noronha.

E dá para ir além, pois a Master leva até 16 pessoas, contra cinco do hatch. Então, a pegada de carbono de cada passageiro da van é de meros 0,0072 g/km, bem distante dos 0,0095 g/km do Zoe.

Zoe emitiria 143,5 g de CO ao ser recarregado 100% com energia proveniente de um gerador a diesel (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A Renault está ciente disso e já busca alternativas para que os Zoe noronhenses se tornem mais ecológicos.

“Isso é só o início de um projeto, que envolverá toda a energia das ilhas”, explicou à QUATRO RODAS Ricardo Gondo, presidente da Renault do Brasil, durante o lançamento dos novos Logan e Sandero.

Gondo explicou que a empresa estuda usar as baterias descartadas de seus elétricos para armazenarem a energia limpa gerada no arquipélago em horários de baixa demanda e devolverem a eletricidade em horários de pico.

“Há também o sistema em que o próprio carro armazena a energia excedente durante o dia e a devolve de noite”, conclui Gondo.

O executivo fez mistério sobre planos futuros, mas antecipou que a Renault participará de novas soluções para Fernando de Noronha, que podem incluir até geração de energia limpa.

Até isso ocorrer, porém, pode ser mais ecológico andar pelo paraíso ecológico de van do que em um hatch elétrico.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

02 MAI

Veja os 50 carros mais vendidos no Brasil em abril

O mês de abril registrou alta de 6,7% nas vendas de veículos novos. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira pela Fenabrave, a associação das concessionárias. O Chevrolet Onix foi o veículo mais vendido do país, com quase o dobro dos emplacamentos do segundo colocado, o Hyundai HB20. Abril também marcou a estreia do Volkswagen T-Cross entre os mais vendidos. O modelo começou a ser entregue aos clientes ao longo do mês. Mesmo sem ter completado um mês... Leia mais
02 MAI

Venda de veículos novos sobe 6,7% em abril, diz Fenabrave

A venda de veículos novos subiu 6,7% em abril, segundo relatório divulgado pela Fenabrave, a associação das concessionárias, nesta quinta-feira (2). Entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, foram emplacadas 231.952 unidades, contra 217.322 no mesmo período de 2018. Considerando o acumulado do ano, a alta é um pouco maior, de 10,1%. Nos primeiros quatro meses do ano, foram vendidos 839.532 exemplares, ante 762.800 entre janeiro e abril do ano passado. ... Leia mais
02 MAI

Volkswagen reduz o número de versões do Up! e aposenta o câmbio automatizado I-Motion

A Volkswagen anunciou uma simplificação da linha Up!, que passa a ter apenas 3 versões (contra 5 anteriores), todas de conteúdo fechado, sem opcionais. Agora, também decretando o fim do câmbio I-Motion, o subcompacto parte de R$ 49.590. De acordo com a marca, "as mudanças no Up! integram a estratégia de hatches da Volkswagen no Brasil, (...) que visa simplificar a complexidade da oferta de versões no portfólio, aumentando ainda mais a competitividade dos modelos da marca no... Leia mais
02 MAI

Estes acessórios dão multa se não forem instalados corretamente no carro

– (Otavio Silveira/Quatro Rodas)Mexer nas especificações originais de um carro não é algo tão simples. Não que um mecânico de confiança não possa fazê-lo. O problema é fazer todas as modificações sem infringir a lei.QUATRO RODAS dá quatro exemplos de acessórios que precisam seguir algumas normas para que você não receba uma bela multa quando for pego em uma fiscalização.Farol de xenônioSó é permitido se vier instalado de fábrica, já que a lâmpada de xenônio é... Leia mais
02 MAI

Porsche, Fusca: carros que voltaram a ser fabricados após saírem de linha

Este naufrágio fez com que a Porsche voltasse a produzir o 911 GT2 RS (Marinha Francesa/Divulgação)O que um incêndio, Itamar Franco e um barco afundado têm em comum? Bem, todos eles conseguiram com que modelos fora de linha voltassem a ser fabricados pelas montadoras.Os próximos carros a entrar no clube dos novos antigos serão quatro Porsche 911 GT2 RS.As unidades destinadas ao Brasil estavam a bordo do navio Grande America, da Grimaldi Lines, que afundou em 12 de março após pegar... Leia mais
01 MAI

Pilotamos McLaren Senna em Interlagos, pista que Ayrton ajudou a desenhar

Superesportivo foi a principal atração em dia de homenagens à Ayrton Senna (Divulgação/McLaren)Há 25 anos, o dia 1º de maio deixou de ser somente o Dia Internacional do Trabalho para os brasileiros: tornou-se também o dia de relembrar da morte do piloto Ayrton Senna, um dos maiores ídolos da História do país.O tricampeão de Fórmula 1 foi exemplo de dedicação, perseverança, seriedade e competência profissional. E se a tristeza da perda parece nunca totalmente esquecida, também... Leia mais