Novidades

23 JUL

O comparativo de R$ 140.000 entre Honda HR-V Touring e Hyundai Tucson GLS

Os faróis são halógenos no Tucson e full-led no HR-V (Christian Castanho/Foto/Quatro Rodas)

Você viu há algumas semanas que o novo Honda HR-V Touring ganhou uma série de itens exclusivos para ornar o 1.5 de 173 cv herdado do Civic. O senão é que a Honda cobra R$ 28.000 por isso, levando o preço a R$ 139.900.

Parece caro, e é. Tanto que agora o HR-V acabou encontrando uma briga com os grandes — ou melhor, médios.

É nesse segmento de SUVs que o Hyundai Tucson está situado, mas o preço da versão inicial, GLS (R$ 137.900), acaba aproximando o sul-coreano do novo rival japonês.

Já adiantamos que, “de entrada”, o Tucson GLS só tem de fato o preço, pois sua lista de equipamentos é quase tão completa quanto a do HR-V.

Em comum a dupla tem chave presencial, teto solar panorâmico e ar-condicionado automático.

O Hyundai se diferencia pela climatização com bizona e banco do motorista elétrico, enquanto a Honda tem faróis de led e monitor de ponto cego  por câmera no lado direito.

A disputa vai além e inclui desempenho, conforto e custos de propriedade. Vamos detalhar como a dupla foi em cada um dos itens, mas adiantamos que o resultado não veio fácil.

Sob o capô, a receita é sempre a mesma: motores de baixa cilindrada, com turbo e injeção direta. A limitação de só consumir gasolina também se repete, ainda que não seja algo crítico nessa faixa de preço.

O deslocamento menor (exatos 93 cm³ para os detalhistas) do HR-V influenciou pouco na potência — só 4 cv a menos — e mais no torque, com os 22,4 mkgf chegando a 1.700 rpm ante os 27 mkgf (a 1.500 rpm) do Hyundai.

O câmbio também muda, com CVT e simulação de sete marchas no Honda e automatizado de duas embreagens e sete marchas no Hyundai.

O escape duplo diminuiu porta-malas e tanque de gasolina (Christian Castanho/Foto/Quatro Rodas)

O Tucson tem mais força e potência, mas isso não se refletiu em um melhor desempenho.

O motivo está na balança. Ele pesa 1.609 kg, 229 kg a mais do que o Honda. Isso se dá por conta do porte maior, mas cobra em uma pior relação peso/potência.

O HR-V foi um pouco mais rápido: só 3 décimos a menos na prova de 0 a 100 km/h e uma retomada idêntica de 40 a 80 km/h.

A maior vantagem do corpinho mais leve do Honda se provou no consumo, de bons 12,2 km/l na cidade e 14,6 km/l na rodovia, enquanto o Tucson obteve 11,1 km/l e 13,9 km/l, respectivamente.

A Hyundai bem que está tentando criar uma imagem esportiva, com sua divisão N no exterior e a Copa HB20 no Brasil, mas a marca não é uma das primeiras que vêm à mente quando pensamos em um carro com pegada mais nervosa.

Na mesma conta entra o pacato HR-V. A calibração da direção e suspensão do Honda é a mais interessante, com uma firmeza capaz de conter rolagens intensas da carroceria e um peso maior no volante.

O mapa do acelerador demanda que você pise no pedal com mais intensidade, mas em troca você terá uma resposta rápida do motor.

O ponto fraco é o câmbio CVT que, por mais esforçado que seja, ainda incomoda em arrancadas, com aquela inevitável patinada que lembra caixas automáticas antigas.

Mas colocar a alavanca em modo Sport e/ou usar as borboletas no volante ajuda a manter o japonês sempre aceso.

O volante levemente mais anestesiado do Tucson dificulta um pouco a tarefa de apontar o SUV em curvas. Mas, uma vez feito isso, ele irá responder aos comandos com eficiência.

A carroceria inclina mais, porém, uma vez apoiada no lado externo, ela é bem sustentada pela suspensão independente e pelos pneus 225/55, 1 cm mais largos do que os do Honda.

A falta do sensor de ré atrapalha em manobras difíceis (Christian Castanho/Foto/Quatro Rodas)

Se a dupla está andando junto até agora, é na hora do lazer que o resultado começa a se desenhar.

Transportar cargas volumosas e/ou de formato pouco ortodoxo é mais fácil no Honda, que tem um excelente sistema de rebatimento dos encostos e assentos traseiros.

Mas, se for levar muita carga ou tiver passageiros exigentes, o melhor é o Tucson.

Começando pelo porta-malas, de 513 litros. O Honda tem 393 litros, menor até que as outras versões (culpa do escapamento maior).

O Hyundai também é maior em todas as medidas: comprimento (14,6 cm a mais), largura (7,8) e entre-eixos (6). Esse é o preço da Honda posicionar seu compacto no habitat dos médios.

O acabamento de boa qualidade usa forrações em dois tons no Honda HR-V (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O Tucson não agrada só a quem acha que tamanho é tudo. Nele o passageiro pode ajustar sua temperatura do ar-condicionado, e as crianças têm difusores exclusivos.

De quebra, o encosto do banco traseiro tem diferentes inclinações, indo do “confortável” para o “me acorde quando chegarmos”, enquanto o HR-V possui só as posições normal e reto (que aumenta o volume de carga ao preço de uma possível dor nas costas).

Nesse aspecto o Tucson só não domina pela inaceitável falta do cinto de três pontos para o quinto passageiro, presente em outros mercados, mas ausente na versão nacional.

O Tucson também tem bom acabamento, mas freio de estacionamento é comandado por pedal (Christian Castanho/Foto/Quatro Rodas)

O HR-V é menor e todo o resto de sua gama está próxima dos R$ 100.000, então é mais barato mantê-lo do que um enorme SUV médio, certo?

Em teoria a resposta é sim, mas a Honda continua a não ter revisões a preço fixo, fazendo com que seu cliente precise fazer diferentes cotações para buscar o melhor negócio.

Nós fizemos isso em quatro revendas, de cidades diferentes, e mesmo assim a média até os 60.000 km assusta: R$ 4.616, quase o dobro dos R$ 2.576 do Tucson.

De quebra, o Honda também é mais caro para fazer seguro e tem dois anos a menos de garantia.

Os valores consolidam a vitória do Hyundai, que compensa seu visual menos atual e alguns itens a menos com porte e conforto superiores.

O HR-V é bem acabado, anda bem e é espaçoso. Só que o Tucson faz tudo isso e ainda entrega uma cabine mais ampla e confortável. De quebra, o Hyundai é mais barato de comprar e manter.

Aceleração
0 a 100 km/h: 8,4 s
0 a 1.000 m: 29,4 s – 181,2 km/h

Retomada
40 a 80 km/h (D): 3,6 s
60 a 100 km/h (D): 4,3 s
80 a 120 km/h (D): 5,6 s

Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 14,1/25,6/56,6 m

Consumo
Urbano: 12,2 km/l
Rodoviário: 14,6 km/l

Custos
Seguro: R$ 2.576*
Revisões (6): R$ 4.616

Aceleração
0 a 100 km/h: 8,7 s
0 a 1.000 m: 30,1 s – 176,2 km/h

Retomada
40 a 80 km/h (D): 3,6 s
60 a 100 km/h (D): 4,5 s
80 a 120 km/h (D): 5,8 s

Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 17,1/29,5/67,0 m

Consumo
Urbano: 11,1 km/l
Rodoviário: 13,9 km/l

Custos
Seguro: R$ 2.028*
Revisões (6): R$ 2.654

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

29 JAN
Onix Plus, Virtus, novo Versa e mais sedãs: motor, dimensões e porta-malas

Onix Plus, Virtus, novo Versa e mais sedãs: motor, dimensões e porta-malas

Comparamos dimensões e motorizações dos principais sedãs compactos do Brasil (Fernando Pires/Quatro Rodas)A gama de sedãs compactos em oferta no Brasil nunca foi tão vasta.Os números comprovam que a aposta das fabricantes no segmento faz sentido. Mesmo com preços mais elevados, as versões de três volumes dos hatches compactos figuram na lista dos carros mais vendidos do Brasil, disputando espaço com os SUVs.O antigo Chevrolet Prisma (hoje Joy Plus), VW Virtus e Ford Ka Sedã, por... Leia mais
28 JAN
Fracasso, Mercedes-Benz Classe X morrerá sem ter nem três anos de mercado

Fracasso, Mercedes-Benz Classe X morrerá sem ter nem três anos de mercado

Baixo desempenho nas vendas custaram a vida da picape média da Mercedes (Divulgação/Mercedes-Benz)A Mercedes-Benz Classe X, apresentada oficialmente na Europa em julho de 2017, já pode ser considerada o maior fracasso da marca alemã nos últimos anos.A fabricante comunicou o fim da produção da picape média na Espanha em maio, decisão que representa o fim da Classe X em nível global menos de três anos após sua apresentação.Sua morte, portanto, ocorrerá menos de três anos após o... Leia mais
28 JAN
Com morte da Weekend, VW Fox vira o novo ancião dos carros nacionais

Com morte da Weekend, VW Fox vira o novo ancião dos carros nacionais

VW Fox vendeu 38.487 unidades em 2019 e ficou à frente do Toyota Yaris hatch, por exemplo38.48738.487 (Divulgação/Volkswagen)A Fiat Weekend saiu de cena no Brasil.Mas, além de colocar fim às peruas compactas por aqui, a aposentadoria da veterana – lançada em 1997 – deixou o VW Fox em maus lençóis: feito desde outubro de 2003, o hatch se tornou o automóvel nacional mais antigo à venda.Aqui vale a observação: quando fala mos em “automóvel”, estamos levando em conta apenas... Leia mais
28 JAN
Nissan terá SUV menor que o Kicks com motor 1.0 turbo e plataforma de Kwid

Nissan terá SUV menor que o Kicks com motor 1.0 turbo e plataforma de Kwid

– (Divulgação/Nissan)A Nissan confirmou em um evento em Nova Déli (Índia), que irá fabricar um SUV de entrada de até 4 metros de comprimento, utilizando como base o Renault Kwid.Vale lembrar que Renault e Nissan possuem uma aliança na área automotiva e, por isso, utilizará a plataforma CMF-A.Dessa forma, a marca japonesa entra na concorrência do segmento de SUVs compactos com até quatro metros. Atualmente, a Hyundai lançou o Venue e a Renault trabalha em um projeto de crossover... Leia mais
28 JAN
Impressões: Kia Rio é um Hyundai HB20 com roupagem mais discreta

Impressões: Kia Rio é um Hyundai HB20 com roupagem mais discreta

Constantes adiamentos causaram um atraso de 20 anos e três gerações na chegada do Rio (Christian Castanho/Quatro Rodas)Em 2000, a Kia chegou a ter no Brasil uma unidade hatch e outra sedã do Rio para testes. Àquela época, o modelo era um estreante no mercado externo.Mas só agora, já na quarta geração, ele recebe a luz verde: a estreia oficial finalmente foi marcada para o fim de janeiro.Tanto tempo de incubação acabou fazendo mal para o Rio. Acontece que ao longo dos últimos anos... Leia mais
28 JAN
Quebra-sol inteligente promete não deixar o sol cegar seus olhos nunca

Quebra-sol inteligente promete não deixar o sol cegar seus olhos nunca

Sistema projeta sombra na região dos olhos do motorista (Bosch/Divulgação)A Bosch criou um quebra-sol que bloqueia a luz com eficiência e somente na região onde é necessário.O sistema consiste de uma tela LCD que controla a passagem da luz de modo seletivo. Para isso, ele conta com tem uma câmera que rastreia e acompanha os movimentos dos olhos do motorista.Uma câmera rastreia a posição dos olhos do motoristas (Bosch/Divulgação)A tela LCD escurece uma área de sua superfície de... Leia mais