Argo Drive 1.3 gsr R$ 61.790 e Argo Precision 1.8 AT R$ 63.590 (Fernando Pires/ Foto/Quatro Rodas)
Você até pode procurar diferenças entre os dois Fiat Argo acima, mas não vai encontrar mais do que cinco visíveis: rodas, pneus, faróis, pintura e a plaqueta de identificação.
O da esquerda, branco Banchisa (sólido), é um Drive 1.3 com câmbio automatizado GSR de cinco marchas. O da direita, branco Alaska (perolizado), é um Precision 1.8 com câmbio automático de seis marchas.
Os preços pedidos pelos dois também são quase iguais. Com a redução que a Fiat promoveu em toda a gama Argo na linha 2020, o Argo Drive GSR passou a custar R$ 61.790 (menos R$ 1.800) e o Precision foi para R$ 63.590 (corte de R$ 6.400).
Agora R$ 1.800 separam as duas versões – um valor que mal paga o IPVA –, que passaram a disputar os mesmos compradores. Mas a escolha está bem longe de ser fácil.
As duas têm controles de estabilidade e tração, monitor de pressão dos pneus, ar-condicionado, direção elétrica e Isofix, mas só o Argo Drive GSR tem borboletas para trocas sequenciais, piloto automático e central multimídia de 9 polegadas de série.
Por enquanto tem espelhamento, mas deverá ganhar logo integração com Android Auto e CarPlay com uma atualização de software – que também será disponibilizada nos carros que já foram vendidos.
Sensor de estacionamento e câmera de ré são extras de um pacote de R$ 1.850 e os neblinas e as rodas aro 15 de liga custam R$ 1.790, elevando a conta para R$ 65.430.
As rodas de liga aro 15 são opcionais no Drive (Fernando Pires/Foto/Quatro Rodas)
No Argo Precision, a central é a Uconnect de 7 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay, mas faz parte de um pacote de R$ 1.990, que inclui ainda volante multifuncional e USB traseiro.
Já faróis de neblina, câmera de ré, sensores de estacionamento traseiros, retrovisores com repetidores de seta e rodas de liga aro 15 custam mais R$ 3.490.
Borboletas também são opcionais, junto dos bancos de couro e do piloto automático por mais R$ 1.990. Para chegar ao carro da foto, some ar digital, o sensor de chuva e a chave presencial (R$ 2.990).
No fim, são R$ 10.460 de opcionais e uma conta de R$ 74.050.
No Argo Precision, um logotipo destaca o câmbio de seis marchas e há uma tela colorida nos instrumentos (Fernando Pires/Foto/Quatro Rodas)
O conjunto mecânico pode nortear a escolha. Um usa o motor 1.8 E.torQ Evo de 139 cv e 19,3 mkgf de torque, um projeto criado em 2000 pela Tritec (joint-venture entre DaimlerChrysler e BMW) e atualizado por duas vezes desde que foi comprado pela Fiat, e o câmbio automático de seis marchas Aisin que também está em carros da Volkswagen, Peugeot e Citroën.
O outro usa o motor 1.3 GSE de 109 cv e 14,2 mkgf, desenvolvido pela própria Fiat com foco na eficiência e lançado em 2016, porém combinado ao câmbio automatizado GSR, de uma embreagem, que é uma atualização do malfadado Dualogic.
Por ser um câmbio manual operado por sistema eletro-hidráulico, o automatizado não prejudica o consumo de combustível: 14,7 km/l no ciclo urbano e 16,5 km/l no rodoviário nos testes em nossa pista, tecnicamente empatado com o consumo da versão manual.
Em condições normais, as trocas são feitas no momento ideal, mas o sistema fica confuso fora de sua zona de conforto, como em ultrapassagens ou subidas.
É quando pega o motorista de surpresa com reduções de marcha desnecessárias ou deixa o carro perder o embalo antes de reagir.
Carro testado ainda não tinha a central de 9 polegadas (Fernando Pires/Foto/Quatro Rodas)
O modo Sport (acionado por um botão, assim como todas as outras posições do câmbio) torna as respostas mais ágeis, mas o melhor a fazer para burlar qualquer problema é usar as trocas sequenciais pelas borboletas no volante e usar o velho macete de aliviar o acelerador nas trocas, para evitar trancos.
O Argo Precision tem câmbio automático com conversor de torque e alavanca. Mais tradicional, impossível.
É mais rápido e suave nas trocas de marcha e, por ter sexta marcha (que seria muito bem-vinda no motor 1.3, que trabalha a 2.800 rpm a 100 km/h), até deixa o Argo mais eficiente.
O consumo fica em 12,1 km/l em ciclo urbano e 14,3 km/l em ciclo rodoviário, contra 11 km/l e 13,4 km/l, respectivamente, da versão manual – extinta na linha 2020.
Para ter bancos de couro e ar digital paga-se R$ 2.990 a mais (Fernando Pires/Foto/)
As duas transmissões, porém, tiram desempenho do Argo. O 1.3 precisa de 13,9 s para chegar aos 100 km/h (contra 12,4 s do manual), enquanto o 1.8 cumpre a mesma passagem em 11,3 s (ante 10,4 s da versão manual).
Considerando preço, conteúdo e eficiência, o Argo Drive 1.3 se torna uma opção mais interessante e lógica.
O Argo Precision 1.8 é quem entrega a experiência e o desempenho que o comprador de um carro automático espera (no 0 a 100 km/h, é 2,7 s mais rápido que o GSR), mas é um barato que, no fim, sai caro.
A começar pelo consumo: é pior em 2,6 km/l (cidade) e 2,2 km/l (estrada). A solução desta equação virá até o final do ano, quando a Fiat trocará o câmbio GSR do 1.3 por um automático – que poderá até ser um CVT.
O Argo Drive entrega mais e cobra menos, tanto na compra como no posto de combustível.
Aceleração
0 a 100 km/h: 13,9 s
0 a 1.000 m: 35,3 s – 149,8 km/h
Velocidade máxima: n/d
Retomada
40 a 80 km/h (D): 6 s
60 a 100 km/h (D): 7,8 s
80 a 120 km/h (D): 10,4 s
Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 17/28/66,5 m
Consumo
Urbano: 14,7 km/l
Rodoviário: 16,5 km/l
Aceleração
0 a 100 km/h: 11,2 s
0 a 1.000 m: 32,7 s – 159,5 km/h
Velocidade máxima: n/d
Retomada
40 a 80 km/h (D): 5 s
60 a 100 km/h (D): 6,3 s
80 a 120 km/h (D): 8 s
Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 16,5/28/64,9 m
Consumo
Urbano: 12,1 km/l
Rodoviário: 14,3 km/l