A Ford vai demitir cerca de 750 trabalhadores até o fim do mês em sua fábrica de São Bernardo do Campo, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Em fevereiro passado, a montadora anunciou o fechamento da unidade paulista e sua saída do mercado de caminhões da América do Sul.
O sindicato também afirma que a produção de caminhões no local deve seguir até outubro. Cerca de 3 mil pessoas de diversos setores trabalham na fábrica.
A Ford foi questionada sobre as declarações da entidade e disse que não vai se pronunciar sobre o tema.
Após o anúncio do fechamento da fábrica, a Caoa confirmou "conversas" com a Ford para comprar a unidade, mas nada ainda foi concretizado. Entre os interessados estariam os chineses da Chery, marca da qual o grupo Caoa tem metade das operações no Brasil.
'Retorno da lucratividade'
Quando revelou o plano de fechar a fábrica no ABC Paulista, a Ford disse que a decisão era "um importante marco no retorno à lucratividade sustentável de suas operações na América do Sul".
O único carro que era produzido na fábrica, o Fiesta, já saiu de linha no Brasil, deixando apenas veículos pesados ainda em produção.
Sua retirada do mercado de caminhões na América do Sul faz parte de uma reestruturação global da empresa. Em maio, a montadora anunciou corte de 7 mil empregos em todo o mundo para economizar US$ 600 milhões por ano.
Em mais uma iniciativa, Ford e Volkswagen anunciaram uma aliança global com o objetivo de ganhar competitividade.
No Brasil, outra movimentação aconteceu em Taubaté (SP), onde a empresa produz motores e transmissões, com 120 trabalhadores aderindo a um plano de demissão voluntária.