Novidades

16 JUL

Comparativo: como se sai o Caoa Chery Tiggo 7 contra o líder Jeep Compass?

Novato Tiggo 7 encara o todo-poderoso Compass (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A história da Chery no Brasil pode ser dividida em duas partes: antes e depois da Caoa.

É certo que o lançamento de novos produtos e a melhoria da qualidade (verificada principalmente a partir do Tiggo 5X, apresentado no final de 2018) já estavam em andamento quando a Caoa tornou-se sócia da Chery (no final de 2017).

No Compass Sport, as rodas de liga leve calçam pneus 225/60 R17 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Mas, com a Caoa, a Chery deixou de ser uma marca periférica no mercado e passou a pleitear um lugar ao sol entre grifes consolidadas. Com a Caoa, a Chery ganhou uma nova fábrica (em Anápolis, Goiás) e um departamento de engenharia com experiência local.

Este comparativo propõe uma prova de fogo para o mais novo produto da nova marca Caoa Chery. O Tiggo 7 encara nada menos que o líder do segmento, o Jeep Compass.

O Tiggo é vendido em duas configurações, T e TXS, enquanto o Compass tem seis versões resultantes da combinação de motor (2.0 Flex e 2.0 diesel) e conteúdo (Sport, Longitude, Limited e Trailhawk).

Em razão dos posicionamentos diferentes, os rivais se alinham quando o Tiggo na versão mais completa, TXS, encontra o Compass na versão de entrada, Sport: o Tiggo TXS vendido por R$ 116.990 e o Compass Sport ao preço de R$ 113.990.

Tiggo 7 traz revestimento imitando couro (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Bancos do Compass são de tecido (Fernando Pires/Quatro Rodas)

À primeira vista, eles são razoavelmente diferentes. O Chery é mais chamativo, com cromados em profusão e iluminação ambiente na cabine, enquanto o Jeep é discreto, com maçanetas externas na cor da carroceria e detalhes prateados no painel.

Mas aqui não há vencedor, pois design depende do gosto pessoal.

Os dois SUVs têm o mesmo porte e espaço interno. Um indicador da proximidade das medidas é a distância entre eixos que é de 2,64 m, no Jeep, e de 2,67 m, no Chery.

Outra é a capacidade do porta-malas de 410 litros, no Compass, e 414 litros, no Tiggo. No acabamento, o Tiggo tem revestimento que imita couro, no banco e no painel, enquanto o Compass conta com painel emborrachado e bancos de tecido.

Tiggo 7 traz banco traseiro bipartido e seis airbags (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Banco traseiro do Compass também é bipartido (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Ao volante, também há particularidades. O Compass apresenta comportamento mais esportivo, com sua suspensão firme e a direção precisa, que torna o SUV mais obediente.

O Tiggo, por sua vez, privilegia o conforto. Sua suspensão é mais macia e a direção, mais leve e indireta.

O Tiggo é equipado com motor 1.5 turbo que gera 150/147 cv de potência a 5.000 rpm e 21,4 mkgf de torque a 4.000 rpm, e câmbio automatizado de seis marchas.

O Compass traz motor 2.0 aspirado com 166/159 cv a 6.200 rpm e 20,5/19,9 mkgf a 4.000 rpm, e câmbio automático de seis marchas. Na pista de testes, houve equilíbrio nas medições de desempenho.

Motor 1.5 turbo do Tiggo gera 150 cv (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Motor 2.0 aspirado do Compass rende 166 cv (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Nas provas de aceleração, o Chery foi mais rápido, acelerando de 0 a 100 km/h em 11,2 s, enquanto o Jeep conseguiu o tempo de 11,8 s.

Mas o Compass deu o troco nas retomadas de velocidade, de 60 a 100 km/h em Drive, com o tempo de 6,6 s contra 6,9 s. Na hora de parar, vindo a 80 km/h, o Compass freou em 27 m ante os 27,8 m do concorrente.

Foi nas medições de consumo que o Tiggo começou a virar o jogo a seu favor.

Equipado com um motor menor, mas turboalimentado, o Tiggo apresentou as médias de 11,4 km/l na cidade e 14,1 km/l na estrada, enquanto o Compass se mostrou mais beberrão, ficando com as marcas de 9,7 km/l e 13,3 km/l, respectivamente.

Câmbio automático do Compass rivaliza com o automatizado de dupla embreagem do Tiggo 7 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Na tabela, o Compass custa R$ 3.000 a menos (R$ 113.990 contra R$ 116.990). E, de acordo com a Tex-Teleport, seu seguro é mais barato: R$ 2.292 ante R$ 3.342 do Chery. Até aqui, então, vantagem de R$ 4.050 para o Compass.

Mas este valor é compensado (com muita sobra) pelos custos de propriedade e pacote de itens de série do Tiggo – além da já citada vantagem no consumo de combustível.

Somando todas as revisões até 60.000 km, as despesas do Tiggo ficam em R$ 3.559 contra R$ 4.463 do Compass.

Na garantia, o Chery também é melhor. Ele tem cinco anos de assistência, sendo três anos de cobertura total mais dois para motor e câmbio, enquanto a garantia do Jeep é de apenas três anos com cobertura total.

Para conseguir mais dois anos de proteção para motor e câmbio, e ficar igual ao Tiggo, o Compass pede um plano de garantia estendida que a FCA oferece ao custo de R$ 1.743.

Porta-malas do Chery tem 414 litros (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Bagageiro do Compass comporta 400 litros (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Por fim, o Chery dá um banho no pacote de equipamentos de série. Os dois SUVs têm ar-condicionado bizona, central multimídia, piloto automático, painel digital, sensor de estacionamento traseiro, câmera de ré, luzes diurnas e ESP.

Mas, considerando o que só um deles tem, o Jeep traz três itens: borboletas para troca de marcha no volante, dispositivo anticapotamento e sistema start-stop (que desliga e liga o motor no anda e para do trânsito).

O Chery vai mais longe e com equipamentos mais caros e importantes: seis airbags (contra dois do Compass), teto solar elétrico, revestimento que imita couro, banco elétrico do motorista, chave presencial, câmera 360 graus, sensores de chuva, de luz e de estacionamento dianteiro, seletor de modo de condução e botão de partida.

Essa quantidade de equipamentos faz toda a diferença no dia a dia, o que torna a vida a bordo do Tiggo mais completa e fácil.

Assim como no Compass, volante multifuncional é item de série no Tiggo (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Ar-condicionado bizona do Compass é de fábrica, assim como no Tiggo (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O Compass tem vantagem apenas na coluna de direção com ajuste de altura e profundidade (só altura no Tiggo) e na central multimídia, com sistemas operacionais Apple CarPlay e Android Auto, enquanto a do Chery roda Apple CarPlay, mas para Android só oferece espelhamento de tela.

Em razão do posicionamento de mercado, o novato Tiggo 7 TXS encara o líder Compass na versão Sport, que representa apenas 10% das vendas do Jeep – mais da metade dos Compass, 55% mais precisamente, são versões Longitude (40%) e Limited (15%), flex.

Assim, o Chery se defende bem na faixa de preço até R$ 120.000 proposta e consegue vencer o comparativo.

Painel tem visor do Tiggo tem 4,8” e a tela da central é de 9” (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Cluster do Compass tem tela de 3,5” e a central usa uma de 7” (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Superior em nível de equipamentos, consumo de combustível, cobertura de garantia e custo de revisão, o Tiggo só precisa se provar em valor de revenda, que hoje é uma incógnita.

Ele é ainda uma (boa) aposta, enquanto o Compass é um modelo reconhecido.

No Brasil, a Jeep tem uma rede autorizada maior (190 concessionárias contra 80 da Chery) e seu retrospecto de vendas é dos melhores. Todos estes fatores contribuem para assegurar um bom valor de revenda, que o recém-chegado ainda não tem.

Mas pelo que demonstrou no teste e pelo retrospecto do Grupo Caoa – grande responsável pela construção da boa reputação da marca  Hyundai no mercado brasileiro –, o Tiggo 7 tem potencial para chegar lá.

Mesmo sem a reputação do líder Compass, o novato Tiggo conseguiu somar mais pontos na comparação.

Aceleração
0 a 100 km/h: 11,2 s
0 a 1.000 m: 32,3 s – 167,5 km/h

Velocidade máxima
n/d

Retomada
40 a 80 km/h (D): 4,5 s
60 a 100 km/h (D): 6,9 s
80 a 120 km/h (D): 7,1 s

Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 15,1/27,8/62,5 m

Consumo
Urbano: 11,4 km/l
Rodoviário: 14,1 km/l

Aceleração
0 a 100 km/h: 11,8 s
0 a 1.000 m: 32,9 s – 161,7 km/h

Velocidade máxima
188 km/h

Retomada
40 a 80 km/h (D): 5,1 s
60 a 100 km/h (D): 6,6 s
80 a 120 km/h (D): 8 s

Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 15/27/62,7 m

Consumo
Urbano: 9,7 km/l
Rodoviário: 13,3 km/l

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

17 FEV
Correio Técnico: e se deixar item de metal no carregador sem fio do carro?

Correio Técnico: e se deixar item de metal no carregador sem fio do carro?

O sistema de indução carrega o celular sem o uso de cabos (Divulgação/Internet)O que acontece se deixarmos objetos metálicos no carregador de celular por indução? Hyago Vilhardo, Brasília (DF)Eles podem esquentar e, no caso de cartões magnéticos, até perder as informações gravadas. Mas isso só vale para quando você deixa, junto com esses objetos, um celular compatível com o carregamento sem fio. A recarga por indução usa um campo eletromagnético gerado por uma bobina do... Leia mais
17 FEV
Honda anuncia morte de motorista brasileiro que ignorou recall de airbag

Honda anuncia morte de motorista brasileiro que ignorou recall de airbag

Airbag frontal do motorista deflagrado em carro da Honda (Reprodução/Internet)A Honda comunicou no fim da última semana a primeira morte oficial registrada no Brasil devido à falha de projeto dos airbags da fornecedora japonesa Takata.O problema afeta mais de 100 milhões de veículos globalmente, produzidos entre o fim dos anos 90 e meados da década de 2010, e desencadeou a maior série de recalls da história da indústria automotiva global.Em um acidente, quando a bolsa inflável... Leia mais
17 FEV
Flagra: nova Fiat Toro terá para-choque de esportivo e motor de 180 cv

Flagra: nova Fiat Toro terá para-choque de esportivo e motor de 180 cv

Flagra do facelift da Fiat Toro (Anderson Félix/Quatro Rodas)O grupo FCA já confirmou que começará a produzir a família de motores Firefly turbo em Betim (MG) no fim deste ano. O lançamento no mercado ocorrerá no princípio de 2021.Um dos primeiros produtos a receber a novidade deve ser a picape Fiat Toro, que será reestilizada no processo. Este flagra do leitor Anderson Félix mostra uma unidade com camuflagem leve nos dois balanços rodando em Campos do Jordão (SP).Embora o... Leia mais
14 FEV
Toyota Etios brasileiro bate 1 milhão de km e faz hodômetro travar

Toyota Etios brasileiro bate 1 milhão de km e faz hodômetro travar

– (Ramon Ravisplata/Reprodução)E não é que moda chegou ao Brasil?Depois das marcas impressionantes de uma Toyota Tundra (1,6 milhão de km) e um Volkswagen Fusca (560 mil quilômetros rodados) nos Estados Unidos, um Toyota Etios Sedan nacional bateu 1 milhão de quilômetros rodados no Distrito Federal.O veículo pertence ao peruano Walter Rivasplata, que mora no país há 25 anos. Seu Etios Sedan XS foi comprado zero-quilômetro em 2013, na concessionária Kyoto Toyota, em Brasília, e... Leia mais
14 FEV
Fiat Toro tem segundo recall por risco de incêndio em três meses

Fiat Toro tem segundo recall por risco de incêndio em três meses

Toro Volcano 4×4 teve o maior evento da gama – R$ 2.450 (Christian Castanho/Quatro Rodas)O grupo FCA comunicou nesta sexta-feira (14) um recall envolvendo 111 unidades da picape Fiat Toro, ano-modelo 2019 e 2020, todas equipadas com motor 2.0 turbodiesel.Segundo a fabricante, os “veículos convocados foram produzidos com os coxins não específicos para a motorização em questão e, em caso de batida frontal do veículo, o motor poderá se deslocar e danificar o filtro de combustível,... Leia mais
14 FEV
Recall: FCA convoca quase 2.000 Jeep Renegade por risco de freio falhar

Recall: FCA convoca quase 2.000 Jeep Renegade por risco de freio falhar

Problema em peça do freio pode ocasionar acidentes graves (Divulgação/Jeep)A FCA, marca detentora da Jeep, anunciou a realização de um recall envolvendo 1.877 unidades do SUV Renegade ano/modelo 2019/2020 e 2020/2020.Os modelos convocados são de todas as versões e têm os números de chassis não sequenciais entre 297348 a 309065. A fabricante identificou a possibilidade da quebra de um dos pontos de fixação do conjunto da pinça de freio, o que pode resultar na perda de capacidade... Leia mais