Após o New Beetle veio o Fusca, com teto mais baixo e visual agressivo (Acervo/Quatro Rodas)
Ter um Fusca sempre foi um exercício de paciência: o original nunca foi exemplo de agilidade e o New Beetle pouco melhorou nessa área.
O VW só assumiu um caráter esportivo na linha 2013, repleto de torque, potência e um notável comportamento dinâmico.
Vinha do México em versão única: 2.0 TSI com turbo e injeção direta de 200 cv e 28,5 mkgf a apenas 1.700 rpm. Quase todos tinham o câmbio sequencial DSG de dupla embreagem, com seis marchas e borboletas para trocas no volante.
É justamente esse câmbio que torna o Fusca tão prazeroso: as trocas são feitas em giro mais alto, com um estouro no escapamento, como nos carros de corrida ou nos esportivos da Audi. Embora mais barata, a versão com câmbio manual traz apenas o ronco encorpado no escape.
E não fica só no barulho. Ele vai de 0 a 100 km/h em 7,3 s e chega aos 223 km/h sem comprometer o consumo, com de 9,7 km/l na cidade e 13,1 km/l na estrada no nosso teste.
Aerofólio é parte integrante do novo Fusca, que deixou de ser importado em 2016 (Acervo/Quatro Rodas)
Números piores que os do Jetta 2.0 TSI, mas aceitáveis devido à aerodinâmica inferior. Mesmo firme, a suspensão não compromete o conforto e traz controles de estabilidade e tração.
São de série airbags frontais e laterais, assistente de partida em rampa, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, rodas aro 17, computador de bordo, piloto automático e multimídia com tela touch e Bluetooth.
Além do DSG, os melhores opcionais são ar digital bizona, couro, retrovisor eletrocrômico, teto solar, roda aro 18 com pneu 235/45, sensor de chuva, faróis bixenônio com DRL de led, GPS e sistema de som Fender.
O espaço é adequado para quatro pessoas, mas não se iluda: o estilo dos anos 30 se sobrepõe à função e o porta-malas, de 310 litros, acaba com qualquer uso familiar.
O volante de aro fino e o acelerador ancorado no assoalho são detalhes saudosistas que compensam essas limitações.
Painel do Fusca brincava com suas linhas externas arredondadas (Acervo/Quatro Rodas)
A principal novidade do modelo 2014 foi a troca do motor EA888 de primeira geração (CCZA) pelo de segunda (CPLA): foi a 211 cv em função da redução do atrito interno e revisão da eletrônica.
O pacote R-Line entrou na lista de opcionais, adicionando sensor de pressão de pneu, retrovisores pretos, para-choques redesenhados e detalhes exclusivos no interior.
Na linha 2015, passou a vir só com DSG e, em 2016, a importação cessou.
É fácil comprar um Fusca em bom estado graças à enorme (e cara) rede autorizada e ao conhecimento das oficinas independentes.
Mas atenção com o DSG, que requer cuidados especiais de manutenção, e com as peças da embreagem da versão manual, caras e difíceis de achar.
Nome: Leandro Bertotti
Idade: 35 anos
Profissão: empresário
Cidade: Chapecó (SC)
O que eu adoro: “Além de bonito, ele tem um motor muito eficiente, com baixo consumo e desempenho empolgante. O nível de equipamentos também agrada, com ar digital bizona, faróis de xenônio e teto solar panorâmico.”
O que eu odeio: “A rigidez da suspensão reduz o conforto em vias mal pavimentadas e as rodas aro 18 exigem cuidado redobrado com buracos. Fazem falta retrovisores rebatíveis e bancos com ajustes elétricos.”
* Valores em reais calculados pela KBB Brasil para a compra pelo particular
– (Acervo/Quatro Rodas)
Dezembro de 2012: “As trocas acima de 4.000 rpm são seguidas de um pipoco típico de carros de pista ou dos esportivos de sangue quente do Grupo Volkswagen, como o Audi TTS. Essa sonoridade, no entanto, se faz mais presente nos Fusca equipados com DSG (o câmbio com dupla embreagem da marca, com trocas super-rápidas).”
– (Acervo/Quatro Rodas)
Citroën DS3/DS 3: O hot hatch francês é outra boa opção para quem não precisa dar carona. Seu 1.6 THP com turbo e injeção direta de 165 cv e 24,5 mkgf vem acoplado a um câmbio manual de seis marchas. Na nossa pista, ele foi de 0 a 100 km/h em 7,6s, mas, em ritmo manso, bebe pouco: faz 11,4 km/l na cidade e 16,9 km/l na estrada.