Novidades

17 JUN

Mulher de Carlos Ghosn diz não ver marido há meses e que vai pedir ajuda de Bolsonaro: ‘Sou uma dona de casa, não uma cúmplice’

Carole Ghosn sabia que teria um caminho árduo pela frente quando começaram a surgir denúncias que a implicavam em crimes financeiros supostamente cometidos pelo marido, o brasileiro Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan.

Me pintaram como a líder (do suposto esquema), alega. "Sou uma dona de casa que criou três filhos, e estão fazendo parecer que sou uma esposa conivente", diz Ghosn, de 52 anos, nascida em Beirute, de nacionalidade americana e libanesa.

Carlos Ghosn já foi um titã da indústria dos automóveis, mas agora está detido no Japão, aguardando julgamento das acusações de improbidade financeira, que teriam sido praticadas enquanto esteva à frente da Nissan.

No começo do ano, Carole foi interrogada durante uma audiência fechada em um tribunal de Tóquio - mas nunca chegou a ser acusada. O motivo real, acredita ela, foi "me envolver na história para enfraquecer Carlos - e me calar".

A última vez que ela falou com o marido foi em uma manhã de abril, quando a polícia o levou do apartamento do casal em Tóquio.

Ghosn, detido pela primeira vez em novembro do ano passado, foi preso novamente depois, sob novas acusações. Teve susto, lágrimas, e o caos que você poderia esperar quando é acordado às 05:15 por 20 pessoas exigindo entrar na sua casa.

"Acho que queriam nos intimidar e nos humilhar", avalia. Ela se lembra de ser seguida enquanto andava pelo apartamento, até mesmo quando foi ao banheiro. "Essa mulher (que a seguia) me entregou até a toalha."

Carole está agora contra-atacando com uma campanha para que a denúncia do tratamento dado a seu marido - considerado "desumano e cruel" por ela - seja levada até o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, na cúpula de líderes mundiais do G20, que acontece neste mês em Tóquio. Para isso, pediu ajuda ao presidente dos EUA, Donald Trump, e anunciou que também pretende acionar o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.

"Os líderes mundiais vão se reunir na cúpula do G20 no fim do mês. Eu gostaria que o presidente Trump falasse com o primeiro-ministro Abe sobre condições para um julgamento justo, para me deixar falar com o meu marido e para respeitar a presunção da inocência até que se prove o contrário", declarou em entrevista à BBC.

Cada vez mais preocupada com a saúde de Carlos Ghosn, de 65 anos, e irritada por terem negado seu acesso a ele, Carole decidiu se manifestar.

A derrocada

"Os advogados me disseram que qualquer coisa que eu disser poderia prejudicá-lo no julgamento, então teria que manter minha boca fechada. Mas eu quero meu marido de volta. Quero ele comigo. Sei que ele é inocente", diz ela, quase chorando.

Se Carlos Ghosn é culpado, no entanto, cabe ao tribunal decidir. E apesar de afirmar a inocência do marido, Carole diz que não pode falar sobre as acusações em detalhes por recomendação dos advogados.

O declínio de Carlos Ghosn foi vertiginoso. O estilo de vida glamouroso desmoronou quando ele foi preso no ano passado a bordo do seu jatinho particular no aeroporto de Tóquio, acusado de ter subnotificado seus rendimentos na Nissan às autoridades.

O empresário franco-brasileiro é conhecido por ter liderado a volta por cima da Nissan no início dos anos 2000, quando a empresa de automóveis estava à beira da falência. Na sequência, ele orquestrou a aliança entre a Renault e a Mitsubishi.

A trajetória bem-sucedida rendeu a ele a atenção de presidentes e primeiros-ministros - e até mesmo uma série ilustrada como herói de mangás, as famosas histórias em quadrinhos japonesas.

De repente, a vida do casal estava em ruínas.

Carlos Ghosn estaria planejando uma aquisição da Nissan pela Renault, algo que enfrentava forte resistência de alguns no Japão - e segundo Carole, essa seria a verdadeira razão pela qual a Nissan agiu contra ele.

"Foi uma conspiração para se livrar dele." Por essa razão, ela está convencida de que o marido não terá um julgamento justo.

A Nissan, por sua vez, rejeita fortemente a acusação de conspiração.

"A única causa dessa sequência de eventos é a improbidade de Carlos Ghosn", disse a empresa à BBC.

"A investigação interna da Nissan revelou evidências substanciais de conduta descaradamente antiética. Novas descobertas relacionadas à conduta imprópria de Ghosn continuam a surgir."

Durante 108 dias de detenção, Carole diz que o marido foi mantido em isolamento em uma cela sem aquecimento durante o inverno, recebendo refeições escassas e sendo interrogado por horas a fio sem a presença de um advogado - inclusive, à noite.

Ao ser libertado sob fiança "ele parecia amarelo", diz ela. "Pensei que estava com icterícia porque não estava vendo a luz do sol."

"Estava magro e exausto mentalmente."

Mas outras denúncias vieram à tona: de que ele teria desviado verba da Nissan para ganhos pessoais e usado fundos da Renault ??para pagar a festa de casamento do casal no Palácio de Versalhes, na França, em 2016.

Foram levantados ainda questionamentos sobre a suposta relação de Carole com uma empresa registrada nas Ilhas Virgens, chamada Beauty Yachts.

Inicialmente, a Renault chegou a apoiar Carlos Ghosn, mas acusou posteriormente o executivo de "práticas questionáveis ??e ocultas".

Ao cumprir o mandado de prisão e busca e apreensão em abril, os promotores confiscaram o passaporte libanês de Carole, mas não conseguiram encontrar seu passaporte americano.

Ela voou então para a França, onde pediu ajuda ao presidente francês, Emmanuel Macron, e depois para os Estados Unidos, onde solicitou a intervenção de Donald Trump.

Ambos os governos dizem que "estão fazendo tudo o que podem", diz Carole Ghosn, que também pretende pedir ao presidente Jair Bolsonaro que tome partido da sua causa.

'Desumano e cruel'

Mas será que os Ghosn não são apenas um casal rico e privilegiado em busca de tratamento especial?

"Estamos tristes. Estamos sofrendo. Independentemente de ser rico ou pobre, você deve ter direitos humanos básicos", diz Carole.

Segundo ela, as pessoas ficam genuinamente chocadas ao saber do tratamento que seu marido está recebendo, e é improvável que seu julgamento tenha início antes do ano que vem.

Embora esteja novamente em liberdade, após pagamento de fiança, ele é obrigado a morar em uma residência indicada pelo tribunal, sob condições rigorosas, sendo monitorado por câmeras 24 horas por dia. Tampouco pode deixar o Japão.

"Por mais feia que seja a situação, tiveram pessoas que eu não conhecia que apareceram e me ajudaram. O apoio de estranhos é uma das coisas que mais me emocionou", declara.

Ela espera que sua campanha pelo menos chame a atenção para o que é conhecido no Japão como a "justiça de reféns" - que se refere a longas detenções e condições hostis destinadas a forçar uma confissão.

O grupo de direitos humanos Human Rights Watch, sediado em Nova York, afirma que esse modelo "viola os padrões internacionais de direitos humanos, incluindo a presunção de inocência".

Carole Ghosn é mais direto: "É desumano e cruel".

Ela entrou com duas petições junto à Organização das Nações Unidas (ONU) denunciando violação dos direitos humanos, com o apoio de advogados reformistas japoneses.

A vida é dura e solitária, diz ela.

"Estou ansiosa, preocupada. É trágico o que aconteceu."

Mas não mostra a intenção de recuar.

"Quando você sabe que algo é injusto, fica com raiva e quer lutar mais."

Fonte: G1

Mais Novidades

19 JUL

Longa Duração: linha de pipa com cerol faz estrago no Citroën C4 Cactus

Plástico e até a lataria ficaram com cicatrizes (Gabriel Aguiar/Quatro Rodas)Muito se fala nos riscos das linhas de pipa para os motociclistas. Mas quem anda de carro também precisa ficar esperto com esse perigo que, para piorar, é quase invisível – e inevitável.Quem primeiro viu o dano no C4 Cactus foi o editor Péricles Malheiros.“De início estranhei o fato de só conseguir ver no lado esquerdo do capô o que achava ser um vinco. Foi aí que cheguei perto, lembrei que o capô do... Leia mais
19 JUL

Comparativo: a economia do Fiat Argo 1.3 GSR ou o desempenho do 1.8 AT?

Argo Drive 1.3 gsr R$ 61.790 e Argo Precision 1.8 AT R$ 63.590 (Fernando Pires/ Foto/Quatro Rodas)Você até pode procurar diferenças entre os dois Fiat Argo acima, mas não vai encontrar mais do que cinco visíveis: rodas, pneus, faróis, pintura e a plaqueta de identificação.O da esquerda, branco Banchisa (sólido), é um Drive 1.3 com câmbio automatizado GSR de cinco marchas. O da direita, branco Alaska (perolizado), é um Precision 1.8 com câmbio automático de seis marchas.Os preços... Leia mais
19 JUL
Ford vai demitir 750 trabalhadores até o final de julho em SP, diz sindicato

Ford vai demitir 750 trabalhadores até o final de julho em SP, diz sindicato

A Ford vai demitir cerca de 750 trabalhadores até o fim do mês em sua fábrica de São Bernardo do Campo, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Em fevereiro passado, a montadora anunciou o fechamento da unidade paulista e sua saída do mercado de caminhões da América do Sul. Aliança Volkswagen-Ford: o que se sabe até agora O sindicato também afirma que a produção de caminhões no local deve seguir até outubro. Cerca de 3 mil pessoas de diversos setores... Leia mais
18 JUL

Segredo: Nissan March nacional não terá adaptação; Kicks híbrido será flex

Micra, versão europeia do March, é totalmente diferente do nosso (Divulgação/Nissan)O novo Nissan March não será uma adaptação do modelo europeu. Segundo QUATRO RODAS apurou, a possibilidade chegou a ser cogitada, mas o projeto mudou no meio do caminho.O novo rumo ainda não foi detalhado, mas uma coisa é fato: a nova geração não chegará às lojas antes de 2021. Até lá, a atual geração do hatch continuará à venda e pode até ser novamente reestilizada.Nova geração do Versa... Leia mais
18 JUL
Honda revela scooter 'aventureiro' de baixa cilindrada

Honda revela scooter 'aventureiro' de baixa cilindrada

A Honda revelou na Indonésia o inédito ADV 150, seu primeiro scooter aventureiro de baixa cilindrada. O modelo tem características similares ao X-ADV, que tem motor de 748 cc, mas foi desenvolvido para atuar no segmento de entrada. Motos 2019: veja 25 modelos esperados O objetivo foi criar um modelo urbano com capacidade para enfrentar terrenos em pior estado. Seria uma boa opção para o Brasil, como uma variante mais robusta e de suspensões mais altas do PCX 150 para encarar... Leia mais
18 JUL

Jeep Renegade é o carro com versão para PcD mais vendida em 2019

Jeep Renegade (Acervo Quatro Rodas/Quatro Rodas)QUATRO RODAS já mostrou uma lista com 32 modelos com versões elegíveis possível comprar com a isenção.Agora, com dados da consultoria Jato Dynamics, preparamos um ranking apontando os carros que tiveram suas versões exclusivas para PcD mais vendidas no primeiro semestre de 2019.Quem ocupa o primeiro lugar no pódio é também o SUV campeão de vendas em 2019, Jeep Renegade. Com motor 1.8 e câmbio automático de seis marchas, o modelo é o... Leia mais