Novidades

13 JUN

Exclusivo: aceleramos o Ford Territory, futuro rival do Jeep Compass

 (Marcello Oliveira/Quatro Rodas)

Anunciado às vésperas do Salão de São Paulo de 2018, o Territory é uma das grandes promessas da Ford para o Brasil no momento. Por poder colocar a Ford no horizonte de SUVs compactos mais caros, como Honda HR-V e Volkswagen T-Cross, e com os SUVs médios mais baratos, Jeep Compass e Hyundai New Tucson, colocou concessionários em êxtase.

O novo Escape, SUV derivado do Focus, também é cotado, mas seria mais caro e sofisticado, apesar de ter o mesmo tamanho e entre-eixos, algo como o porte de Compass.

O logotipo é da Ford, mas seu projeto é derivado do Yusheng S330 (Marcello Oliveira/Quatro Rodas)

Algum tempo após o evento, porém, veio a informação de que o SUV não chegaria antes de mudar. Fontes avisavam que  não compensaria produzi-lo localmente (seja no Brasil, seja na Argentina) por não ter mais que dois anos.

Surpreendentemente o Territory voltou aos planos. Descobrimos que a Ford irá importá-lo a partir do ano que vem e, diante dessa informação, voamos para a China para ter o primeiro contato com o SUV.

Essa é uma excelente cartada que a Ford colocará na mesa, pois o novo SUV terá um baixo custo para ela. O modelo nada mais é do que uma cópia autorizada e melhorada do JMC Yusheng S330. Não conhece? Esse SUV compacto é produzido pela chinesa Jiangling Motors, uma das parceiras da Ford na China.

 (Marcello Oliveira/Quatro Rodas)

Para lançar o Territory, a Ford pegou o Yusheng S330, colocou um novo painel com materiais emborrachados, pôs novos para-choques e pegou emprestado o nome de outro SUV que produziu até 2016 na Austrália – onde o Territory não será vendido por enquanto.

O novo Territory atinge em cheio a classe média chinesa que, diga-se, tem perfil de consumo muito parecido com o da brasileira. Valoriza a tecnologia e mimos úteis, como o carregador de telefone por indução, a central multimídia de 10 polegadas sensível ao toque, os comando de voz para diversas funções e as quatro câmeras que formam uma visão 360 graus do carro na tela.

Acha pouco? A lista ainda contempla piloto automático adaptativo, quadro de instrumentos digital, sistema de estacionamento automático, frenagem autônoma de emergência, assistente de permanência em faixa, bancos dianteiros com ventilação quente e fria.

Versões mais caras do Territory têm faróis full-led (Marcello Oliveira/Quatro Rodas)

Assim como nós, os chineses também se preocupam com a aparência. Para agradá-los, a Ford não economizou leds nos faróis, luzes de direção, lanternas traseiras e detalhes no interior do veículo.

O cromado também está por toda parte: nas duas ponteiras de escape, na régua que une as duas lanternas e na grade do tipo colmeia, além do interior, onde ele se mistura ao couro com costura branca e ao plástico piano black. Completam o visual as rodas aro 18 diamantadas e o teto solar panorâmico, tão adorado pelos entusiastas da classe média chinesa e brasileira.

No Brasil, como na China, o motor será um 1.5 EcoBoost. Não confunda com o três-cilindros do Focus europeu (e, portanto, do Escape), da mesma família do 1.5 dos Ka e EcoSport brasileiros. O do Territory tem quatro cilindros e é baseado na família Orion, da Mitsubishi, lançada no final dos anos 70.

SUV médio é 17 cm mais longo que o Jeep Compass (Marcello Oliveira/Quatro Rodas)

Neste caso, um 1.5 4G15 com turbo e injeção direta configurado para ciclo Miller (mais eficiente porque mantém as válvulas de admissão abertas na fase de compressão). Ele gera 145 cv, menos que os 163 cv do irmão chinês S330 – que funciona em ciclo Otto. Mas o câmbio automático CVT é comum aos dois.

Dirigimos o Territory no conturbado trânsito de Guangzhou, a terceira maior área metropolitana da China. O motor sino-japonês se mostrou esperto para o trânsito urbano, sem aquela falta de fôlego inicial típica de motores turbo antigos.

 (Divulgação/Ford)

 

A direção elétrica é comunicativa e direta, o que ajudou a deixar uma primeira boa impressão. Mas achar a melhor posição de dirigir não é fácil: apesar do ajuste em altura e profundidade (raridade em um carro chinês), a alavanca fica em posição incômoda, sob o volante, e exige força para ser movida.

A suspensão é macia o suficiente para filtrar bem as irregularidades do asfalto chinês, mas se mostrou firme nas curvas.

 (Divulgação/Ford)

 

Um dos recursos mais surpreendentes do Territory está justamente fora dele. Um aplicativo desenvolvido pela Ford que permite configurar o veículo pelo smartphone. Pode-se dar a partida no motor, abrir ou fechar as janelas e o teto solar, regular o ar-condicionado e até acionar o roteador Wi-Fi que equipa o SUV.

Interior tem design moderno e há ajuste elétrico para os bancos dianteiros (Marcello Oliveira/Quatro Rodas)

Para os passageiros, a boa notícia é o espaço. Com 2,72 m de entre-eixos (9 cm maior que o de um Jeep Compass), o espaço no banco traseiro ficou bem generoso para as pernas, mesmo se for alguém com 1,80 m atrás do motorista, também de 1,80m, como eu. Há saída de ar traseira, mas sem ajuste de temperatura.

 

Com 2,72 m, há espaço de sobra para as pernas no banco traseiro (Marcello Oliveira/Quatro Rodas)

Na China, o Territory é um produto estratégico para tentar elevar as vendas da Ford, hoje em queda. O SUV é um dos 50 modelos que a marca pretente lançar no país até 2025 na tentativa de recuperar mercado. Por lá, os preços variam entre R$ 62.000 e R$ 81.000 numa conversão simples. Pode soar barato, mas o irmão chinês custa o equivalente a R$ 29.000.

 

Porta-malas oferece 420 litros de volume (Marcello Oliveira/Quatro Rodas)

Fontes ligadas à Ford afirmam que hoje a marca quer trazer da China a atual geração por dois anos, a partir do fim de 2020. Depois, em 2022, passaria a ser fabricado na Argentina já em nova geração. O preço ficará na mesma faixa do Jeep Compass Flex, hoje entre R$ 114.000 e R$ 147.000.

Os passageiros podem estar conectados o tempo todo sem medo de ficar sem bateria. Há uma entrada USB de carregamento rápido para quem vai atrás, duas na frente e um carregador por indução no console (Marcello Oliveira/Quatro Rodas)

O Territory é o exemplo de que a China pode fazer  bons carros, mas cobra por isso. E é justamente do preço que dependerá seu sucesso no Brasil.

Preço:

Motor:

Câmbio:

Suspensão:

Freios:

Direção:

Rodas e pneus:

Dimensões:

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

27 NOV

Yamaha MT-07 2019: primeiras impressões

A Yamaha MT-07 2019 acaba de chegar às lojas brasileiras, com ABS de série, e preço de R$ 33.790. Com as primeiras mudanças importantes desde o lançamento em 2015, a moto evoluiu, mas também teve aumento no preço. Quando foi apresentada no mercado brasileiro, há 3 anos, o modelo era vendido por R$ 28.490, em sua versão com ABS, e R$ R$ 26.990, na opção sem o sistema de segurança que deixou de existir. Na versão 2018, a MT-07 ABS já estava mais cara e era vendida por R$... Leia mais
27 NOV

Carlos Ghosn é suspeito de transferir perdas por investimentos pessoais para Nissan, diz jornal

O ex-presidente do conselho de administração da Nissan Carlos Ghosn transferiu perdas sofridas em investimentos particulares durante a crise financeira de 2008 para a montadora, evitando prejuízo pessoal de milhões de dólares, disse o jornal japonês Asahi Shimbun nesta terça-feira (27). Prisão de Carlos Ghosn: o que se sabe até agora Citando múltiplas fontes não identificadas, o jornal disse que o executivo repassou prejuízo de 1,7 bilhão de ienes (US$ 15 milhões) para... Leia mais
27 NOV

Prisão de Carlos Ghosn: o que se sabe até agora

Uma semana depois da prisão surpreendente que repercutiu em todo o mundo, o brasileiro Carlos Ghosn, segue detido no Japão. Desde então, ele foi destituído da presidência do conselho de duas das três montadoras que comandava: da Nissan e da Mitsubishi. Ghosn ainda é presidente-executivo e lidera o conselho da Renault, que criou um comando interino. Juntas, as 3 marcas foram o grupo que mais vendeu carros no mundo em 2017, daí a importância da prisão do brasileiro. ... Leia mais
26 NOV

Trump se diz 'decepcionado' com decisão de GM de fechar fábricas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que se orgulha dos seus esforços para impulsionar o setor industrial, declarou estar "decepcionado" com o possível fechamento de fábricas e corte de milhares de postos de trabalho na General Motors, anunciado pela gigante automotiva nesta segunda-feira (26). Trump disse que falou com Mary Barra, diretora executiva da primeira montadora de automóveis dos Estados Unidos. "Disse a ela que estava decepcionado", contou. E assegurou:... Leia mais
26 NOV

ONG questiona símbolos de estado e município em placas do padrão Mercosul

O Observatório Nacional de Segurança Viária pediu o adiamento da adoção das placas do padrão Mercosul por 90 dias. De acordo com a ONG, as placas brasileiras ficariam em desacordo com o padrão usado em outros países, como Argentina e Uruguai. A diferença está nos brasões do Estado e do município de origem do veículo. Nos países vizinhos, não há tais indicações nas placas. Para a entidade, a inclusão dos símbolos não é necessária, pois, além de gerar gastos... Leia mais
26 NOV

Ação da GM sobe 4,79% nos EUA após anúncio de plano de reestruturação

A ação da General Motors teve forte alta nesta segunda-feira (26), depois que a companhia anunciou um plano de reestruturação que pode fechar 5 fábricas na América do Norte e cortar 15% do total de empregados. Em Nova York, o papel da empresa subiu 4,79%, a US$ 37,65. As medidas anunciadas pela GM têm como objetivo promover uma economia de US$ 6 bilhões. O plano, segundo a Associated Press, o plano pode levar à demissão. O mercado acionário dos Estados Unidos se... Leia mais