Novidades

10 JUN

'Apenas advertência não terá nenhum resultado', diz autor de estudo sobre mortalidade infantil em acidentes de trânsito nos EUA

O médico Faisal Qureshi, cirurgião pediatra especializado em trauma, está acostumado a ver de perto o sofrimento de crianças vítimas de acidentes de trânsito. Professor do UT Southwestern Medical Center, centro médico em Dallas, no Texas, ele publicou em 2017 um estudo que analisou as taxas de mortalidade infantil em desastres de trânsito nos Estados Unidos.

Qureshi e os outros autores concluíram que um dos principais fatores de risco do uso incorreto de dispositivos de retenção (como bebê conforto, cadeirinha e assento de elevação) e que a variação geográfica nas taxas de mortalidade tem relação com as leis de trânsito estaduais - nos Estados Unidos, as regras variam de acordo com o Estado.

Para Qureshi, a aplicação de advertência por escrito em vez de multa a quem transportar crianças fora das cadeirinhas, como prevê a proposta apresentada ao Congresso brasileiro pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), não é suficiente para fazer com que os motoristas cumpram a exigência de usar esse equipamento de segurança.

"Quanto maior a multa, mais receptivas as pessoas são em não repetir aquele comportamento. Apenas advertência não terá nenhum resultado", diz Qureshi à BBC News Brasil, com base na análise dos dados nos Estados Unidos.

"É muito importante ter fiscalização apropriada pela polícia, quando param um motorista por uma infração. Se você não faz cumprir essas leis, as pessoas ficam indiferentes", afirma.

O estudo, publicado na revista científica The Journal of Pediatrics e realizado em conjunto com pesquisadores do Brigham and Women's Hospital, em Boston, concluiu que "reforçar as leis estaduais sobre transporte de crianças e a fiscalização e o cumprimento dessas regras pode evitar mortes", conclui .

"Qualquer lei que aumente o uso de dispositivos de segurança (nos carros) pelas crianças é positiva. E qualquer Estado ou país que esteja tornando as leis menos rígidas está cometendo um erro. A taxa de mortalidade vai subir", salienta Qureshi.

Uso errado

Qureshi e os outros autores analisaram dados de 18.116 crianças com até 15 anos de idade que eram passageiras de veículos envolvidos em acidentes com pelo menos uma morte entre 2010 e 2014. Dessas crianças, 15,9% morreram.

Os pesquisadores concluíram que 20% das crianças envolvidas nesses acidentes não usavam dispositivo de retenção ou o usavam incorretamente. Segundo os autores, se esse percentual fosse de apenas 10%, seriam evitadas 1,1 mil mortes infantis ao longo de cinco anos.

"Há crianças que não são colocadas no dispositivo de retenção apropriadamente. E isso aumenta a probabilidade de morte", afirma.

Isso vale tanto para crianças transportadas sem qualquer segurança como para as que estão usando os dispositivos de maneira errada. Qureshi cita como exemplo crianças que deveriam estar em um booster (assento de elevação), mas usam apenas o cinto de segurança - projetado para proteger adultos, que têm peso e tamanho maior.

Qureshi também ressalta a importância de políticas educativas sobre o uso desses dispositivos de segurança.

Proposta no Brasil

No Brasil, pelas regras atuais, o transporte de crianças fora de dispositivos de retenção é considerado infração gravíssima, com previsão de multa de R$ 293,47, perda de 7 pontos na carteira e retenção do veículo.

A proposta apresentada pelo presidente Bolsonaro acaba com a multa nessas situações. Em vez da punição financeira, o motorista receberia apenas advertência por escrito. Também ficariam isentos de multa condutores que transportem crianças menores de 10 anos no banco da frente.

As mudanças fazem parte de um projeto de lei que altera vários pontos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e que foi entregue ao Congresso Nacional na última terça-feira. A proposta precisa passar por discussão e votação na Câmara e no Senado antes de ser sancionada pelo presidente e virar lei.

Atualmente, o uso de cadeirinhas é regulamentado por norma do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). O projeto de lei inclui as regras para o uso dos dispositivos de retenção no CTB, que até então só mencionava de maneira genérica a necessidade das menores de 10 anos serem transportados no banco de trás. A proposta estabelece que o dispositivo de retenção, adaptado ao peso, altura e idade, é obrigatório para crianças de até sete anos e meio.

Fonte: G1

Mais Novidades

28 JAN

Novo BMW X5: SUV chega importado dos EUA entre R$ 450.000 e R$ 540.000

Quarta geração do BMW X5 (Divulgação/Quatro Rodas)A BMW inicia no fim de janeiro a pré-venda da quarta geração do X5. Bastante renovado, o SUV grande virá importado surpreendente dos Estados Unidos – fábrica de Spartanburg -, não da Europa, e será vendido em quatro versões.Preços variam entre R$ 449.950 e R$ 539.950. O modelo está 3,6 cm mais comprido (4,92 metros), 6,6 cm mais largo (2 metros), 1,9 cm mais alto (1,74 m) e 4,2 cm maior em entre-eixos (2,97). Porta-malas é de... Leia mais
28 JAN

Ar-condicionado: veja como manter o sistema limpo e saudável para o verão

Com um verão de temperaturas recordistas e sensações térmicas que ultrapassam fácil os 50°C, o ar-condicionado é um importante aliado no trânsito - em alguns casos, porém, ele pode tornar-se vilão por exalar um ar de má qualidade e com mau cheiro. Esse problema ocorre quando há a presença de micro-organismos como fungos e bactérias no sistema. Eles aparecem por resquícios de materiais orgânicos nos dutos e no filtro do ar-condicionado (também conhecido como filtro de... Leia mais
28 JAN

Audi Q5 Security: testamos o quanto blindagem de meia tonelada afeta o SUV

O SUV usa chapas de aço com 2 mm sob a carroceria e foi submetido a testes de colisão pela Audi (Divulgação/Quatro Rodas)Sabia que o Brasil tem a maior frota de blindados no mundo? Segundo a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), foram 15.145 carros à prova de balas em 2017. Por isso, não é de estranhar que o Audi Q5 Security, opção blindada de fábrica, foi lançado aqui por R$ 370.990 – R$ 91.000 mais caro que o Q5 comum. Baseada na intermediária Prestige Plus –... Leia mais
28 JAN

Como é ter um carro elétrico no Brasil? Eles já se ligaram e contam

Glaucia Savin, dona de um BMW i3 sem extensor de autonomia em SP (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)Se para a maioria dos brasileiros o carro elétrico ainda é um enorme ponto de interrogação, uma pequenina parcela da população pode se gabar de já ter esse tipo de veículo na garagem. Dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) apontam que em 2018 há ínfimos 300 automóveis totalmente elétricos circulando no país. QUATRO RODAS conversou com proprietários de três deles,... Leia mais
26 JAN

Réplica é apreendida após Ferrari denunciar dentista por plágio em Cachoeira Paulista

Um dentista de Cachoeira Paulista (SP) é investigado por produzir e colocar à venda um protótipo de uma Ferrari modelo F40. O inquérito foi aberto depois que a fabricante italiana encontrou um registro do veículo na internet e fez uma denúncia à Polícia Civil. O carro foi apreendido para a perícia e, caso seja comprovada a cópia do modelo, pode ser destruído. Na rede social, o criador fez um apelo por temer que o veículo seja destruído (veja vídeo abaixo). A Ferrari diz que... Leia mais
26 JAN

BMW anuncia recall de M3 e M4 para substituir eixo cardã

A BMW anunciou um novo recall no Brasil para os modelos M4 Coupé, M4 GTS e M3 Sedan, todos fabricados em 2016. Eles podem apresentar problemas no acoplamento do eixo cardã ao diferencial traseiro. Há poucos dias, a marca iniciou uma campanha para modelos de até 25 anos. De acordo com a fabricante, as 33 unidades envolvidas podem ter o desprendimento do eixo cardã ao diferencial traseiro pela pouca resistência do material utilizado no dispositivo de acoplamento das peças. ... Leia mais