O ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, anunciou nesta quarta-feira (5) que a Renault, que pertence em 15% ao estado francês, denunciará o ex-presidente da empresa Carlos Ghosn por um gasto suspeito de 11 milhões de euros.
"O Estado levará todos os elementos à justiça e fará uma denúncia", declarou Le Maire em uma entrevista aos canais BFMTV e RMC, explicando que a denúncia será apresentada pela empresa.
"Quando o Estado é acionista de referência de uma empresa, como no caso da Renault, na qual temos 15%, seu papel é assegurar que a governança funciona bem", completou o ministro.
O conselho de administração da montadora anunciou na terça-feira ter identificado 11 milhões de euros de gastos suspeitos por parte de Ghosn, que incluem o superfaturamento de viagens de avião e doações a associações sem fins lucrativos.
Histórico desfavorável
Não é a primeira vez que o executivo nascido no Brasil é acusado de gastos indevidos com verbas das empresas. Em abril, a Renault já havia dito que tinha suspeitas de irregularidades.
Ghosn, que também era dirigente da Nissan, foi preso pela primeira vez em novembro, acusado pela fabricante japonesa de violações financeiras.
Ele foi solto 108 dias depois, em março. No entanto, foi preso novamente, menos de um mês depois, com novas acusações. Desde o fim de abril, o ex-executivo está solto novamente.