A França buscará proteger empregos locais e ter outras garantias em troca do apoio à proposta de fusão das montadoras de veículos Renault e Fiat Chrysler (FCA), disse o ministro das Finanças do país nesta terça-feira (28). Ele também ressaltou os desafios do negócio.
Separadamente, o presidente do conselho de administração da Renault, Jean-Dominique Senard, chegou ao Japão para discutir a proposta com a parceira da empresa francesa, a Nissan - outro obstáculo potencial para a fusão igualitária de US$ 35 bilhões.
O ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse à rádio RTL nesta terça-feira que o plano é uma boa oportunidade tanto para a Renault quanto para a indústria automotiva europeia, que enfrentam há anos excesso de capacidade e demanda moderada.
Porém, ele acrescentou que o governo francês buscará quatro garantias em troca de apoio a um acordo que reduzirá sua participação de 15% na Renault para 7,5% na entidade combinada.
"O primeiro: empregos e instalações industriais. Eu disse ao presidente da Renault muito claramente que era a primeira das garantias que eu queria dele na abertura dessas negociações. Uma garantia sobre a preservação de empregos e fábricas na França", afirmou Le Maire.
O ministro também disse que a França quer estar bem representada no conselho da nova empresa, para ser líder no desenvolvimento de baterias elétricas e para que o acordo ocorra "no âmbito da aliança entre a Renault e a Nissan".
Uma fonte familiarizada com o assunto disse à Reuters na segunda-feira (27) que a Renault e a FCA assumiram compromissos sobre a manutenção de empregos industriais e locais, deixando espaço para demissões de funcionários administrativos e de engenharia, bem como uma redução de estrutura fabril.
Le Maire disse que ele havia falado pessoalmente com os japoneses sobre o acordo proposto. Perguntado como eles responderam, o ministro disse: "Pela reação que eu vi do presidente da Nissan, Sr. Saikawa, eu diria que foi uma reação que se mostrou aberta."
Nesta terça-feira, o presidente-executivo da Nissan , Hiroto Saikawa, afirmou à emissora de TV do Japão que "estamos abertos a negociações construtivas".