Novidades

27 MAI

BMW Série 1 usa truque eletrônico para compensar morte da tração traseira

Dianteira do Série 1 é inspirada no X2 (Divulgação/BMW)

Ao longo das suas duas primeiras gerações, quem comprava um BMW Série 1 estava disposto a abdicar de algum espaço interior para ter o carro com o comportamento mais eficaz do seu segmento.

Isso era especialmente verdade nas versões com motores (e afinações de suspensão) mais esportivos.

Muitos dos motoristas que gostam de sentir o movimento do carro numa curva mais forte não estavam tão preocupados se o espaço no banco traseiro era mais acanhado do que o oferecido por Mercedes Classe A ou Audi A3.

Visto de traseira, Série 1 tem silhueta mais pura de hatch (Divulgação/BMW)

Agora, a marca bávara quer alargar a sua carteira de clientes com um novo Série 1 que, ao assentar na plataforma UKL-2, a mesma de X1 e X2, está mais generoso na oferta de espaço. “Queremos proporcionar mais coisas aos nossos clientes”, explica Holger Strauch, responsável pelo projeto do novo Série 1.

A grande polêmica está na adoção de tração dianteira, abandonando uma antiga – e cultuada – característica do hatch. “Isso serviu para criarmos um automóvel melhor, mesmo em termos de dinâmica de condução”, promete o diretor de desenvolvimento dinâmico, Peter Langen.

Será?

Série 1 está 1,3 cm mais alto, tudo graças ao vão livre do solo (Divulgação/BMW)

A explicação para tão temerária promessa está na aplicação de uma estratégia não muito diferente da que foi usada no desenvolvimento dinâmico do i3 e do iminente Mini elétrico: melhoria da resposta das assistências eletrônicas, tais quais controlo de estabilidade e tração.

Estas deixam de atuar diretamente sobre as rodas e passam a operar sobre o virabrequim, tornando a intervenção três vezes mais rápida. Na prática, a correção de uma possível derrapagem começa mesmo de acontecer.

A BMW chama a tecnologia de ARB (Actornahe Radschlupfbegrenzung, um “palavrão” alemão que significa “Atuador de Limitação de Patinagem das Rodas”).

Capô elevado lembra traços de uma minivan (Divulgação/BMW)

Ela consegue ler, por antecipação, o limite assimilável pelas rodas antes que comecem a patinar, definindo por antecipação a quantidade de torque que o motor libera em cada momento, sabendo o sistema qual.

As vantagens são evidentes porque, uma vez que a intervenção ocorre quando o carro está perfeitamente controlado, ela acaba por ser menos intrusiva e não provocando, por exemplo, travamento das rodas ou perda de tração.

Testamos este novo atributo em Miramas (sul de França), em zonas de asfalto secas e molhadas, e observamos que a tendência para o subesterço está praticamente eliminada, mesmo quando aceleramos fundo tentando levar o sistema ao limite.

Lanternas lembram traços da Lexus (Divulgação/BMW)

E tem mais! No modo mais esportivo é aplicada uma força de frenagem na roda traseira interior à curva, o que ajuda a soltar a parte de trás do carro e mantê-lo facilmente sob controle.

Tudo isso ajuda a manter o caráter de condução esportiva de um hatch com tração traseira, porém sem as reações imprevisíveis tão típicas de um carro com tração traseira. “Ele se porta como um carrinho numa pista de corridas de crianças”, compara Jos von As, chefão global de desenvolvimento da BMW.

Faróis separados e grade duplo-rim remetem ao Z4 (Divulgação/BMW)

Destaca-se, ainda, o equilíbrio entre conforto e estabilidade das suspensões, apesar da arquitetura convencional de molas de aço que equipam a versão de entrada 118.

Existem outras novidades para além da adoção da plataforma de tração dianteira, como o final da configuração de duas portas.

Em termos de dimensões o comprimento manteve-se praticamente igual (1 cm menos, para 4,32 metros), a largura foi ampliada em 3,4 cm, para 1,80 m, e a altura aumentou 1,3 cm, para 1,43 m (não pela carroceria, mas apenas pelo aumento da altura em relação ao solo).

Rodas aro 16 da versão 118i têm desenho pouco empolgante (Divulgação/BMW)

Variações até mais significativas encontramos na distância entre-eixos (menos 2 cm, para 2,67 metros), além do aumento da bitola dianteira (em 3 cm) e da redução da traseira (0,8 cm), como reflexo da passagem do diferencial para o eixo dianteiro.

O lado ruim é que o diâmetro de giro subiu de 10,9 para 11,4 metros. O positivo: houve ganho de 3 cm de espaço para pernas no banco de trás, e de 20 litros no volume do porta-malas, que passa a ter 380 litros).

Porta-malas está 20 litros maior, com 380 litros (Divulgação/BMW)

Visualmente, nota-se ainda a grade maior e com o duplo-rim integrado, os faróis (opcionalmente em LED) inclinados, que remetem ao irmão X2, e o balanço traseiro mais curto.

No interior, continuam a predominar materiais de toque suave e bem montados, porém com algumas alterações.

Painel foi redesenhado para ficar mais ergonômico e com comandos mais intuitivos (Divulgação/BMW)

Há melhor integração da central multimídia; a zona central de comandos do painel está mais voltada ao motorista; a posição dos comandos de controle do veículo e do ar-condicionado foi invertida.

O modelo também estreia o sistema BMW 7.0, herdado de modelos mais caros da marca. Ele inclui controle gestual e instrumentação digital na tela central de 10,25 polegadas. Como opcionais, há ainda head-up display e teto solar.

Versão de entrada traz bancos com revestimento simples. Maldosos dirão que se parece com hatches aventureiros brasileiros (Divulgação/BMW)

Na Europa, o Série 1 estreia em outubro dois motores a gasolina e três a diesel: no caso das opções a gasolina, as versões são a 118i (três cilindros, 1.5, 140 cv) e a M135i xDrive (quatro cilindros, 2.0, 306 cv).

As unidades tricilindro trabalham em conjunto com a caixa manual de seis velocidades, com câmbio automatizado de dupla embreagem e sete marchas como opcional. Já os motores quatro-cilindros utilizarão sempre o sistema automático de oito marchas.

Hatch oferece 3 cm a mais de espaço para as pernas no banco traseiro (Divulgação/BMW)

O BMW Série 1 perdeu muitas de suas características clássicas. O capô alto, a maior altura do solo e as linhas de cintura ascendentes o transformaram quase numa minivan. Fora o fim da tração traseira e a chegada das portas laterais traseiras.

Mas os engenheiros da BMW souberam contornar isso praticamente sem comprometer a dinâmica. No fim, em termos de espaço e dirigibilidade, o dois-volumes muito mais ganhou do que perdeu.

Preço: 32.500 euros (estimado)
Motor: gas. diant., long., 3 cil. em linha, turbo, injeção direta, 1.499 cm3; 94,6 x 82 mm; 11:1; 140 cv a 4.200-6.500, 22,4 mkgf a 1.480-4.600 rpm
Câmbio: automatizado, dupla embreagem, 7 marchas, tração dianteira
Suspensão: McPherson (diant.) e multilink (tras.)
Freios: disco ventilado nas 4 rodas
Direção: elétrica; diâmetro de giro, 11,4 m
Pneus: 205/55 R16
Dimensões: compr., 431,9, cm; larg., 179,9 cm; alt., 143,4 cm; entre-eixos, 267 cm; alt. livre do solo, 15,3 cm; peso, 1.395 kg; tanque, 42 l; porta-malas, 380 a 1.200 l
Desempenho: 0 a 100 km/h em 8,5s; vel. máx., 213 km/h

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

09 ABR
Suzuki prepara Jimny Sierra com quatro portas e porta-malas de verdade

Suzuki prepara Jimny Sierra com quatro portas e porta-malas de verdade

Renderização feita pelo site russo Kolesa, dá sinais de como deverá ficar a nova proposta da Suzuki (Kolesa/Reprodução)Quem gosta do estilo do Suzuki Jimny mas acha ele muito pequeno pode começar a se animar. Uma versão de quatro portas do jipinho estaria em desenvolvimento.É o que afirma a versão indiana da Autocar, que antecipa que a versão maior do Jimny Sierra começará a ser fabricada localmente em 2021. Será destinado ao mercado local, mas também será exportado.O jipe... Leia mais
09 ABR
Honda terá dois carros elétricos com motores e baterias da GM

Honda terá dois carros elétricos com motores e baterias da GM

Lançado em 2019, o Honda E será o carro elétrico de entrada da marca, que terá modelos maiores em parceria com a GM (Divulgação/Honda)A Honda anunciou que terá dois novos carros elétricos até 2024. O mais curioso é que os dois modelos utilizarão plataforma desenvolvida pela General Motors e serão destinados ao mercado norte-americano e canadense, pelo menos em um primeiro momento.A empresa japonesa planeja desenvolver sua própria plataforma para veículos elétricos, mas só... Leia mais
09 ABR
Nissan Kicks 2021 aparece renovado com frente do novo Sentra

Nissan Kicks 2021 aparece renovado com frente do novo Sentra

Grande grade e novas tomadas de ar marcam a atualização da dianteira (HeadlighMag/Reprodução)Não fosse a quarentena devido à Covid-19, o novo Nissan Kicks teria sido apresentado oficialmente em 19 de março na Tailândia.Mesmo sem qualquer apresentação prévia o SUV compacto atualizado começou a ser distribuído no país asiático. E o melhor: com tão pouca camuflagem que é possível ver boa parte das mudanças nestas imagens publicadas por um usuário do fórum HeadlightMag.Faróis... Leia mais
09 ABR
Recall: comunicado aos proprietários dos automóveis Mercedes-AMG G 63

Recall: comunicado aos proprietários dos automóveis Mercedes-AMG G 63

 (Mercedes-Benz/Divulgação)– (Mercedes-Benz/Divulgação)Sistema envolvido: módulo de travamento do diferencial traseiro.Razões técnicas: constatou-se uma possível inconformidade produtiva no módulo de controle do travamento do diferencial do eixo traseiro dos veículos envolvidos, decorrente do não atendimento de requisitos de resistência química.Riscos e implicações: tal falha poderia ensejar desequilíbrio em correntes elétricas, interrompendo a comunicação entre o módulo... Leia mais
09 ABR
Nova Fiat Strada: 50 fotos exclusivas mostram a versão que mais vai vender

Nova Fiat Strada: 50 fotos exclusivas mostram a versão que mais vai vender

Após 21 anos de produção, a Fiat Strada ganha sua segunda geração. Totalmente distinta da antecessora, o novo modelo apresenta inédita cabine dupla para o seguimento e estreia nova central multimídia da fabricante.Ainda não se sabe os valores que serão cobrados pelas versões do modelo. No entanto, é esperado que a configuração Endurance (de entrada) custe R$ 65.000 na versão de cabine simples e R$ 72.000 como cabine dupla.A intermediária, Freedom, deve ter a variante duas portas... Leia mais
09 ABR
Se o carro bater ou der problema na quarentena, o seguro vai cobrir?

Se o carro bater ou der problema na quarentena, o seguro vai cobrir?

– (Renato Bacci/Quatro Rodas)A paralisação de setores da economia devido à pandemia do coronavírus tem provocado dúvidas relacionadas ao funcionamento de serviços essenciais, como a assistência do seguro automotivo, por exemplo.Muita gente tem receio de ficar na mão em caso de emergência por achar que as seguradoras reduziram as suas operações durante a quarentena.Por isso, QUATRO RODAS consultou Walter Pereira, presidente da Comissão de Automóvel da FenSeg (Federação Nacional... Leia mais