Novidades

20 MAI

Alemanha se prepara para a febre dos patinetes

O meio de transporte do futuro é verde menta, pesa pouco mais de dez quilos e acelera em apenas alguns segundos para impressionantes 20 quilômetros por hora. Desde o início de abril, dezenas de pessoas passeiam todos os dias com patinetes elétricos em um pátio industrial em Colônia – fazendo teste.

Primeiro, eles baixam o aplicativo do operador e escaneiam o código QR do patinete. Aí o passeio pode começar: impulsionar com o pé, acelerar com o lado direito, frear com o esquerdo.

"O patinete é livre de emissões, permite o uso flexível e é prazeroso de andar", diz Bodo von Braunmühl, chefe de comunicação corporativa da empresa Tier. "O patinete se destina a complementar outros serviços de transporte, tais como o transporte público."

A Tier, empresa start-up de Berlim especializada em locação de patinetes, já anseia pelo início das operações na Alemanha. Em outubro 2018, a empresa se lançou em Viena. De lá para cá, a companhia já está presente em 20 países europeus. O preço-base é um euro, e cada minuto custa 15 centavos.

Na Alemanha, onde sondagens mostram que duas entre três pessoas afirmam ser o patinete um bom complemento para o trânsito, esse negócio tem grande potencial. O Parlamento alemão aprovou nesta sexta-feira (17/05) uma lei permitindo o uso do equipamento no país - desde que seja numa ciclovia.

"A fixação no carro já é coisa do passado", afirma Braunmühl. "Agora temos que, junto com os políticos, pensar num planejamento urbano mais humano, com uma infraestrutura para as pessoas, não para carros", acrescenta.

Talvez as empresas especializadas tenham escolhido o momento certo para lançar os serviços de locação de patinetes elétricos na Alemanha: o tráfego de automóveis é um dos pontos que mais emperram a revolução energética tão apregoada pelo governo alemão.

Cerca de 47 milhões de carros são registrados na Alemanha, com mais de três milhões de carros novos sendo vendidos a cada ano. As emissões poluentes dos carros são quase tão altas quanto em 1990. A meta atual para reduzir as emissões em 40% até 2030 dificilmente será alcançada. Mobilidade neste país ainda significa apostar no diesel.

E todas as sextas estudantes vão às ruas em manifestações pela proteção do clima. A indústria de patinetes elétricos quer aproveitar este momento – apesar de alguns dizerem que esse veículos não costumarem durar muito tempo, quebrando já no primeiro ano de uso. Além disso, eles não são feitos para ruas de paralelepípedos, para andar na chuva ou na neve.

Revolução dos transportes?

Heiner Monheim é um entusiasta dos patinetes elétricos. Quando o renomado estudioso do trânsito era professor da Universidade de Trier, ele comprou, numa só leva, 74 patinetes para seus alunos. "Nós, então, saímos todos de patinete pelas ruas, em excursões", diz Monheim, rindo. "Então vinha a polícia e dizia 'ei! vocês têm que andar na calçada!' E eu dizia 'como assim? Temos que ficar desviando dos pedestres?'"

Monheim tem agora 73 anos, mas sua paixão na luta por uma outra política de transportes e mobilidade na Alemanha é ininterrupta. "Nós precisamos de menos carros estacionados e circulando. As cidades precisam disso, elas querem mais verde e menos metal."

O especialista em trânsito é a favor de que os patinetes elétricos andem nas ciclovias e se, não houver nenhuma, nas ruas. Ele gostaria de ver também mais espaços para bicicletas sendo feitos. "A Alemanha é um país onde a ciclovia não é a regra, mas sim a exceção. E as ciclovias que existem atualmente foram criadas tirando metade do espaço das calçadas."

A visão de Monheim é chamada de intermodalidade, que significa a combinação de diferentes meios de transporte. "Eu sempre sonhei que todo carro saísse da fábrica não só com kit de primeiros socorros, mas também com duas bicicletas dobráveis ??no porta-mala", diz. "Mas infelizmente, a Alemanha está longe de ter uma indústria tão criativa."

Heiner Monheim usa essa ideia no seu dia a dia. Ele tem uma bicicleta dobrável com que vai até a estação ferroviária. De lá, entra no trem levando sua bicicleta. Ele vê criticamente a atual discussão na Alemanha sobre possíveis riscos de acidentes causados por patinetes elétricos. "Em vez de pensarmos em limitar os patinetes, deveríamos estar discutindo sobre reduzir a velocidade dos carros. Mas logo a primeira coisa em que vão falar são nos 'desordeiros de patinete'", lamenta.

A empresa de patinetes elétricos Tier não quer ser desencorajada por tais alarmismos. Bodo von Braunmühl faz uma comparação com a Escandinávia e a Holanda, afirmando que nesses países as adaptações no trânsito já foram iniciadas há décadas.

Será que os alemães estarão rindo dessa discussão toda daqui a 20 anos? "Eles, no mínimo, vão se admirar com toda a polêmica criada pelo lançamento dos patinetes elétricos", prevê o assessor de imprensa da Tier.

Vai andar de patinete? Veja 10 dicas:

Fonte: G1

Mais Novidades

30 DEZ
Longa Duração: relembre o 2019 de Compass, Virtus, Kwid, Tiggo e cia

Longa Duração: relembre o 2019 de Compass, Virtus, Kwid, Tiggo e cia

Neste ano, desmontamos e demos adeus a Compass, Prius e Kwid. Mas também vimos a estreia de Tiggo 5X, C4 Cactus e Outlander. E ainda tem o Virtus, que entrou para a frota em 2018 e está às vésperas da aposentadoria.É hora de relembrar os principais acontecimentos do ano:Após um jejum de 20 anos, Compass trouxe um motor diesel de volta ao teste de Longa Duração (Xico Bunny/Quatro Rodas)A chegada do Compass, em setembro de 2017, colocou fim a um jejum de 20 anos sem um veículo a diesel... Leia mais
30 DEZ
Correio Técnico: Por que a maioria dos SUVs e picapes têm tração traseira?

Correio Técnico: Por que a maioria dos SUVs e picapes têm tração traseira?

Muitas picapes e SUVs com tração traseira usam eixo rígido (Silvio Goia/Quatro Rodas)Por que os projetos de picapes e SUVs possuem tração na traseira? – Paulo César Magalhães Pereira, Nova Iguaçu (RJ)Porque muitos desses veículos usam o sistema de eixo rígido na traseira, solução mais robusta e que permite uma distribuição de peso mais uniforme, ideal para esse tipo de utilização, seja transporte de carga ou uso em off-road.As picapes também levam a maior parte da carga na... Leia mais
27 DEZ
Opala SS x Gol GTi: duelo de ícones da indústria nacional

Opala SS x Gol GTi: duelo de ícones da indústria nacional

Cada um a seu tempo monopolizou a atenção dos consumidores brasileiros (Acervo/Quatro Rodas)Opala SS e Gol GTi foram dois ícones de esportividade na linha nacional, cada um a seu tempo. Tecnicamente, pode se dizer que eles têm pouca coisa em comum. Mas conceitualmente foram feitos para o mesmo perfil de motorista.De um lado, o Opala SS propunha um estilo mais harmonizado com a escola norte-americana. De outro, o Gol GTi incorporava as linhas da tradição alemã.A comparação entre SS e... Leia mais
27 DEZ
Você acha que Porsche é uma “nave de cinema”? Acertou!

Você acha que Porsche é uma “nave de cinema”? Acertou!

Faróis da nave lembram o DRL de led do Taycan, com quatro pontos montados em blocos retangulares (Divulgação/Porsche)A Porsche e a Lucasfilm se juntaram para criar uma nave interestelar com os melhores conceitos de design de ambas as marcas. Ao longo de dois meses, as equipes trabalharam em conjunto, em seus respectivos estúdios: em Weissach, na Alemanha, e em São Francisco, nos Estados Unidos.A nave tem elementos de Porsche, mas a imaginação dos designers envolvidos voou... Leia mais
27 DEZ
Longe do Brasil, Ford Focus terá versão híbrida de 400 cv

Longe do Brasil, Ford Focus terá versão híbrida de 400 cv

Revista inglesa “Car Magazine” publicou a projeção de como deverá ser a traseira do Focus RS (Car Magazines/Reprodução)O Ford Focus já saiu de linha aqui no Brasil, mas segue em alta no mercado internacional – principalmente por conta da sua versão mais esportiva: RS.O hot hatch está próximo de ganhar uma nova geração que deve chegar em 2021, segundo o site da revista britânica, Car Magazine.Versão lançada em 2016 do Focus RS que é conservada sem alterações até o... Leia mais
27 DEZ
Quatro Rodas de janeiro: veja quais são os melhores carros PcD do Brasil

Quatro Rodas de janeiro: veja quais são os melhores carros PcD do Brasil

– (Arte/Quatro Rodas)O mercado de veículos PcD está como a música Isso Aqui Tá Bom Demais, do Dominguinhos: quem está fora quer entrar mas quem está dentro não sai. Isso vale para as fábricas e para os consumidores.PcD é o segmento que mais cresce tanto em número de ofertas quanto em vendas. Se você está pensando em entrar na dança, parceiro é o que não falta.Pensando em facilitar sua escolha, reunimos 20 modelos entre os mais vendidos do mercado com preço até R$ 70.000, que... Leia mais