Novidades

17 MAI

Impressões: BMW X7, o SUV tão grande que tem tamanho de Hilux

É um automóvel, mas tem tamanho de Amarok e Hilux (Divulgação/BMW)

Parecia difícil de acreditar que a BMW ainda não estava presente no segmento de SUVs de luxo de grande porte, em que seus rivais há tempos colhem lucros polpudos, especialmente nos Estados Unidos.

Que o digam Mercedes GLS, Range Rover Vogue e Cadillac Escalade.

Para tirar esse atraso, a marca alemã acabou de lançar o X7, um utilitário superpremium criado para agradar em cheio os americanos.

A começar pelo porte (tem o tamanho de uma Amarok), passando pela sua produção local (é fabricado em Spartanburg, na Carolina do Sul) e terminando na sua apresentação à imprensa.

Uma viagem de 8.000 km que atravessou o país de costa a costa, nas mãos de 200 jornalistas, incluindo a reportagem de QUATRO RODAS, que percorreu o trecho de Los Angeles a Palm Springs.

Viajamos 8.000 km pelos EUA com o novo X7 (Divulgação/BMW)

Como ele é o ápice da gama BMW, ao lado do Série 7, impressiona pelas dimensões: são 5,15 metros de comprimento por 2 metros de largura e 1,80 metro de altura – o que quer dizer 22 cm, 8 cm e 4,5 cm maior do que o irmão menor, o X5.

Aliás, ambos são produzidos na mesma plataforma CLAR, que é tão modulável que ainda serve a outros membros da família bem menores, como X3 e X4.

Mas como estamos falando de um SUV com capacidade para levar até sete pessoas, sua generosa distância entre-eixos, de 3,1 metros (8 cm mais que a do X5), é determinante para criar uma cabine espaçosa e receber a (opcional) terceira fila de bancos.

E o destaque aqui é que ela realmente consegue levar dois adultos.

Trajeto incluiu a famosa Rota 66 (Divulgação/BMW)

Eu gostei da área do fundão tanto pelo espaço que oferece como pelo acesso fácil: a segunda fileira de bancos reclina e avança eletricamente, numa interessante coreografia robotizada.

E os dois passageiros que viajam lá no fundo se sentem bem tratados, porque há apoios de braços, porta-copos, entradas USB e regulagem/saídas de ventilação.

Mas, se você não precisa de tantos lugares, a configuração opcional 2+2+2 pode até ser a mais interessante – a fileira do meio pode se transformar em apenas dois bancos individuais.

Espaço e conforto são tão exagerados no X7 quanto o próprio carro (Divulgação/BMW)

Quando os dois assentos da última fila estão em uso, ainda assim o porta-malas permite levar 326 litros.

Mas experimente deitar todos os bancos e verá surgir uma plataforma de carga capaz de acomodar 2.120 litros – é quase uma van de carga.

Outro diferencial é que a tampa do porta-malas tem abertura bipartida (como no Range Rover) e, quando aberta, a parte inferior torna-se uma prancha horizontal que pode suportar objetos ou pessoas até 150 kg.

Tampa traseira se abre eletricamente em duas partes (Divulgação/BMW)

No interior, não surpreende que a qualidade de materiais e acabamentos sejam do mais alto nível. Lá encontramos duas telas grandes (de 12,3 polegadas cada), uma atrás do volante (digital e configurável) e outra no centro do painel.

Todo esse sistema multimídia pode ser controlado pelo assistente pessoal da BMW, o Intelligent Personal Assistant (IPA), que também está disponível no novo Série 3.

Ele responde aos comandos de voz e a perguntas feitas pelo motorista, além de fornecer atualizações sobre o veículo. Basta ativá-lo por meio do comando “Hey, BMW”.

Alta tecnologia: duas telas gigantes e reconhecimento de voz (Divulgação/BMW)

Apesar de o volante ser o mesmo que vemos nos Séries 5 e 7, é nova a alavanca do câmbio, cujo glamour combina com a proposta do X7, ao mostrar-se coberta por cristal da Swarovski nas versões mais equipadas. Na cabine, há mais botões cromados e de vidro.

O conforto também está garantido pela suspensão (dianteira independente com duplo A na frente e multilink atrás) com sistema de molas pneumáticas nos dois eixos sempre de série, assim como os amortecedores eletrônicos.

Esse recurso permite uma variação da altura do solo de até mais 4 cm que a altura-padrão (que é 18,3 cm) para condições off-road ou baixar a carroceria em 4 cm para facilitar o acesso dos ocupantes e da bagagem.

A direção ativa, as barras estabilizadoras ativas e o pacote off-road (que inclui um bloqueio eletrônico do diferencial traseiro) entram como equipamentos opcionais.

É tanto luxo que o câmbio tem até cristal Swarovski (Divulgação/BMW)

Na gama de motores a gasolina, há duas opções. O xDrive40i usa o 3.0 turbo com seis cilindros em linha, que gera 340 cv e 45,6 mkgf, levando o SUV de 0 a 100 km/h em 6,1 s.

Já o xDrive50i tem um V8 4.4 biturbo de 462 cv e 66,2 mkgf, que acelera de 0 a 100 km/h em 5,8s. E há ainda duas versões a diesel de seis cilindros, com 265 cv e 400 cv.

Todos sempre acoplados ao câmbio automático Steptronic de oito marchas e tração nas quatro rodas.

No nosso test-drive, experimentamos primeiro o X7 50i, que logo nos quilômetros iniciais convence qualquer um quando o assunto é conforto, mesmo calçando pneus tão “esportivos” quanto os 285/45 R21.

“Hey, BMW” é a senha para conversar com o X7 (Divulgação/BMW)

Dá para sentir a direção um pouco mais leve do que esperaríamos, ainda que bastante direta (2,2 voltas ao volante de batente a batente), mesmo no modo Confort, que altera os parâmetros de resposta do motor, câmbio, direção e suspensão.

Ao mudarmos para a configuração Sport, a carroceria passa a ter movimentos muito mais controlados, tanto nas acelerações transversais quanto nas longitudinais, dissimulando melhor suas quase 2,5 toneladas de peso.

E olhe que ele é construído em alumínio e com uma grande quantidade de aços de superalta rigidez. Para aumentar a estabilidade e melhorar a aerodinâmica, a suspensão desce automaticamente 2 cm em altas velocidades.

Para levar carga, terceira fileira fica embutida no piso (Divulgação/BMW)

Já o eixo traseiro direcional possui o dom de fazer esse SUV grandalhão parecer menor do que de fato ele é.

No trânsito urbano, as balizas ficam mais fáceis e as manobras entre os carros, mais ágeis, graças à redução no diâmetro de giro proporcionada quando as rodas do eixo traseiro giram na direção contrária à do eixo dianteiro.

O recurso também deixa o X7 mais estável e suave nas mudanças de faixa em estradas, quando os dois eixos esterçam na mesma direção, o que, segundo a BMW, também ajuda a evitar os enjoos que muitos passageiros sentem, especialmente na terceira fila.

Grande em excesso, a grade dianteira já virou motivo de piada na internet (Divulgação/BMW)

Na versão xDrive50i, o perfeito entendimento entre o potente V8 biturbo e a suave e rápida transmissão de oito marchas torna esse casamento perfeito para qualquer tipo de uso e mesmo que o veículo esteja com sua lotação esgotada.

Já o X7 xDrive40i parece mais leve, principalmente na frente, e mais ágil, além de às vezes soltar um pouco a traseira em condução rápida em asfalto, mesmo não sendo esse o interesse da maioria de seus futuros proprietários.

Nesta versão, que não estava equipada com eixo traseiro direcional, a direção é bem mais indireta (2,9 voltas no volante).

Modelo tem mesma distância entre eixos de uma Amarok (Divulgação/BMW)

E, como o X7 está de olho no mercado americano, não falta a ele um bom sistema de tração nas quatro rodas, afinal é comum o público trafegar por estradas que constantemente enfrentam épocas de neve ou por regiões montanhosas com longos trechos sem asfalto.

Para esse público, há o pacote off-road, que traz controle de descida em rampa, bloqueio eletrônico do diferencial traseiro, proteções inferiores da carroceria e, claro, os programas específicos Sand (areia), Gravel (cascalho) e Rock (pedras) – mas, surpreendentemente, não há o ajuste para neve.

Observe a largura dos pneus 275/50 R20 (Divulgação/BMW)

Nosso percurso do test-drive incluiu também uma incursão por uma trilha relativamente pesada.

Havia várias subidas e descidas bem inclinadas, lama, água acima do nível do joelho, desníveis e pedras que forçavam cruzamentos de eixos a ponto de apenas duas rodas manterem o contato com o solo.

E o X7 passou por tudo e seguiu o seu caminho, inabalável.

Ao final da jornada, ficou evidente o quanto o X7 deixou uma ótima impressão, com a qualidade que o posiciona para encarar a concorrência no mesmo nível de exigência.

O motorzão V8 4.4 biturbo da versão 50i (Divulgação/BMW)

E fica claro que os engenheiros alemães conseguiram atingir sua dura missão: fazer que um utilitário de 2,5 toneladas e mais de 5 metros tivesse um comportamento dinâmico à moda BMW, sem muitos vestígios daquela sensação de flutuar, como se navegasse em alto- -mar, típico de alguns SUVs de grande porte. E sempre embalado por um nível de conforto exemplar.

Claro que tudo isso tem um preço, que, no caso do X7, não é dos menores. Nos EUA ele será vendido entre US$ 73.900 (cerca de R$ 275.000) para o 40i e US$ 92.600 (R$ 345.000) para o 50i.

Mas, no Brasil, onde ele deverá desembarcar no segundo semestre, a versão topo de linha terá um custo tão superlativo quanto o próprio X7. Considerando que o X5 hoje está à venda por R$ 540.000, o futuro interessado pode esperar algo na casa dos R$ 600.000.

Não é fácil aliar a proposta de um SUV gigante de luxo com uma dinâmica que se espera de um BMW. E não é que o X7 chegou bem perto disso?

Preço: US$ 73.900
Motor: gas. diant., long., 6 cil. em linha, turbo, injeção direta, 2.998 cm3; 94,6 x 82 mm, 340 cv a 5.500-6.500, 45,9 mkgf a 1.500-5.200 rpm
Câmbio: automático, 8 marchas, 4×4
Suspensão: duplo A (diant.) e multilink (tras.), pneumática, amortecedores adaptativos (estabilização ativa opcional)
Freios: disco ventilado, nas 4 rodas
Direção: elétrica, com eixo traseiro direcional; diâmetro de giro, 13 m
Pneus: 275/50 R20
Dimensões: compr., 515,1 cm; larg., 200 cm; alt., 180,5 cm; entre-eixos, 310,5 cm; âng. de ataque/saída, 25,0º/22,2º; alt. livre do solo, 22,1 cm; peso, 2.320 kg; tanque, 83 l; porta-malas, 326 a 2.120 l
Desempenho: 0 a 100 km/h em 6,1s; vel. máx., 245 km/h

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

23 DEZ
Mclaren de 1.050 cv é o mais rápido de todos os tempos

Mclaren de 1.050 cv é o mais rápido de todos os tempos

O Speedtail é o mais novo carro da linha Ultimate Series da marca (Divulgação/McLaren)A McLaren apresentou o mais novo modelo da linha Ultimate Series atende pelo nome de Speedtail, termo que poderia ser traduzido como velocidade de cauda, expressão comumente usada pelos pilotos de avião.Para entender o porquê desse nome basta olhar a silhueta do carro que lembra protótipos usados nas provas de quebra de recorde de velocidade.Silhueta aerodinâmica remete aos carros feitos para baterem... Leia mais
23 DEZ
STF suspende MP e seguro DPVAT continua obrigatório em 2020

STF suspende MP e seguro DPVAT continua obrigatório em 2020

Segundo o STF, a proposta do governo é inconstitucional (Agência Brasil/Reprodução)O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a medida provisória (MP) do presidente Jair Bolsonaro que tinha por objetivo extinguir o DPVAT a partir de 2020.Dessa forma, a cobrança do seguro obrigatório continuará sendo feito no próximo ano, assim como o IPVA.Segundo o Governo Federal, a ideia era diminuir o número de fraudes e extinguir os gastos públicos com a supervisão e regulação do DPVAT.Na... Leia mais
23 DEZ
Quer ter a última série do VW Fusca na garagem? Custa só R$ 330.000

Quer ter a última série do VW Fusca na garagem? Custa só R$ 330.000

Curtiu o look retrô, remetendo aos Fusca da década de 60? Um colecionador brasileiro mandou importar esta unidade por R$ 330.000 (Direct Import/Divulgação)Este é a Final Edition, a versão de saideira do Beetle, vendida no mercado norte-americano. Encomendado por um brasileiro, a unidade especial foi importada pela Direct Import, de São Paulo.O visual do Final Edition remete aos Fusca da década de 60, com carroceria conversível, montada sobre a versão top de linha, SEL. Uma outra,... Leia mais
23 DEZ
Estudantes de engenharia recriam ícone da Mercedes pilotado por Senna

Estudantes de engenharia recriam ícone da Mercedes pilotado por Senna

Ao volante do 190E Ayrton Senna venceu a Corrida dos Campeões entre pilotos da F-1. (Divulgação/Mercedes-Benz)A equipe de competição DriveX Motorsport mantém uma escola, em Madrid, na Espanha, que oferece curso de pós-graduação em Engenharia de Competição.A DriveX Academy forma profissionais com habilidades de desenhar e construir motores de alto desempenho; desenvolver estudos de aerodinâmica e conhecer ajustes que podem transformar um carro em um bólido vencedor.Como trabalho de... Leia mais
23 DEZ
HB20, Onix, Corolla: relembre os 10 lançamentos mais importantes de 2019

HB20, Onix, Corolla: relembre os 10 lançamentos mais importantes de 2019

Corolla XEi (Divulgação/Toyota)Novo Corolla chegou este ano com um motor 2.0 renovado e uma opção híbrida (Divulgação/Toyota)Este ano ficará marcado pela chegada das novas gerações de três dos carros mais vendidos do país, além da estreia de modelos inéditos. Elegemos 10 dos lançamentos mais importantes de 2019 baseados em sua importância no mercado e em seus segmentos. Confira abaixo: Novo Chevrolet OnixNovo Chevrolet Onix hatch recebeu 5 estrelas nos testes de segurança do... Leia mais
23 DEZ
Baterias de carros elétricos viciam como a do seu celular, diz pesquisa

Baterias de carros elétricos viciam como a do seu celular, diz pesquisa

Recarga completa das baterias leva menos de 4h no caso do BMW i3 (BMW/Divulgação)Se você tem um smartphone certamente já notou que, com o passar do tempo, a bateria do aparelho passa a durar cada vez menos.Pois a empresa de telemática canadense Geotab constatou em estudo recente que o mesmo ocorre com as baterias utilizadas por carros elétricos.Entretanto, não é algo que seja tão preocupante. Isso porque, segundo o estudo que tomou por base 6.300 veículos elétricos ao redor do... Leia mais