Trabalhadores da fábrica da General Motors em São José dos Campos (SP) serão dispensados do expediente, por meio de um mecanismo chamado 'day-off', por dois dias na próxima semana. A informação é do Sindicato dos Metalúrgicos.
Segundo a entidade, o expediente será suspenso nos dias 20 e 21 de maio apenas no setor que produz a caminhonete S10 - a medida deve atingir cerca de 1,8 mil empregados. A fábrica de motores vai funcionar normalmente.
O motivo da paralisação na linha de produção da caminhonete seria a queda das exportações à Argentina. Essa mesma retração fez com que a fábrica da Volkswagen, em Taubaté, concedesse 20 dias de férias coletivas.
Segundo o sindicato, cerca de 30% da produção na planta da GM em São José atende o mercado sul-americano - sendo que parte dos automóveis tem como destino a Argentina;
Esses dois dias de folga pelo 'day-off ' são remunerados normalmente e os trabalhadores 'pagam' essas horas à multinacional em um prazo máximo de até seis meses.
Procurada, a GM informou por meio da assessoria de imprensa que não vai comentar o assunto.
A caminhonete é produzida exclusivamente na fábrica de São José. A unidade emprega cerca de 5 mil pessoas.
Exportações
As montadoras de veículos instaladas no Brasil estão preocupadas com o salto dos juros na Argentina, mercado que é responsável atualmente por mais de 70% das exportações brasileiras no setor.
O banco central da Argentina elevou na semana passada a taxa de juros do país para 40%, em medida para conter a desvalorização do peso ante o dólar e em meio aos esforços da autoridade monetária para atingir a meta de inflação de 15% para este ano. Foi a terceira alta dos juros da Argentina apenas em 2018.
Segundo a associação de montadoras de veículos do Brasil (Anfavea), nos próximos dois meses o setor vai ter mais claro quais serão os impactos dos juros argentinos sobre a demanda por veículos produzidos no Brasil.