Leão da Peugeot saiu do capô e agora viaja no centro da grade (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Pobre Peugeot 2008. Sempre mal trabalhado pela marca no Brasil, começou a ser vendido, em 2015, com câmbio automático restrito ao motor 1.6 aspirado – e era uma caixa criticada, com apenas quatro marchas.
Para piorar, desde a estreia a versão com motor 1.6 turbo (THP) tinha apenas câmbio manual. Em 2018, a situação começou a melhorar com a chegada da transmissão automática de seis marchas, ainda que restrita ao 1.6 aspirado.
Só que, a partir deste mês, o 2008 ganha outro tapinha para se manter vivo (e com algum ar de frescor) no segmento: um discreto facelift na dianteira.
O 2008 briga entre os SUVs, mas seu perfil é de perua (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Alardeada com orgulho como um trabalho tocado exclusivamente pelo time brasileiro da marca, a reestilização alinha o visual do 2008 ao dos SUVs 3008 e 5008.
“Claro que a matriz supervisionou e aprovou o trabalho, mas todas as mudanças foram pensadas e executadas por nós. O 2008 brasileiro é, sem dúvida, mais que o modelo europeu”, diz, orgulhoso, Daniel Nozaki, diretor de estilo da PSA e pai do facelift.
Percebe alguma mudança na traseira? Nós também não (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O objetivo foi atingido. O redesenho deu à dianteira um estilo similar ao dos SUVs da casa. Ou seja, as grades estão maiores e mais evidentes. A superior agora ostenta o leão cromado da Peugeot, que antes viajava preso ao capô.
Na metade inferior, nas extremidades, os faróis de neblina ganharam destaque com a aplicação de uma moldura grande, vertical. Todo esse conjunto deixou a frente mais parruda e alta.
Mas não se iluda: ainda que eficiente, a maquiagem não disfarça as limitações do 2008. O porte acanhado é um deles.
Além de, por fora, ser menor do que a maioria dos SUVs na mesma faixa de preço, o 2008 é pequeno por dentro, tanto na cabine quanto no porta-malas (o volume é de razoáveis 355 litros).
Porta-malas é pequeno para um dito SUV, com volume de apenas 355 litros (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Se a troca do câmbio de quatro pelo de seis marchas garantiu uma tocada muito mais suave e progressiva, o mesmo não se pode dizer sobre o motor.
Referência na época em que se popularizou no Brasil, com o 206, nos anos 2000, hoje o quatro-cilindros 1.6 aspirado já não impressiona mais.
Menos eficiente do que o de boa parte dos rivais, o 2008 1.6 aspirado foi apenas mediano nas provas de aceleração e consumo feitas por QUATRO RODAS (confira os resultados na ficha ao fim desta reportagem).
Por dentro, está tudo igual, inclusive o bom acabamento (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O modelo renovado foi avaliado por nossa reportagem na versão Griffe 1.6 aspirada, de R$ 89.990. O aumento foi de R$ 2.000, coerente com o discreto facelift.
Haverá ainda uma opção PCD, por R$ 69.990, além da intermediária Allure Pack, de R$ R$ 79.990, e da topo de linha Griffe THP, com motor 1.6 turbo e câmbio automático, por R$ 99.990.
O volante é pequeno e posicionado de modo que o painel seja visualizado acima da área superior do aro (Christian Castanho/Quatro Rodas)
No dia da apresentação do 2008 com facelift, fizemos um breve test-drive com a principal novidade da família: a versão 1.6 THP, que, quem diria, finalmente vai ganhar a companhia do câmbio automático a partir de novembro.
“Sempre soubemos da demanda reprimida dessa combinação, mas só agora conseguimos viabilizar o projeto”, diz a nossa fonte.
A Peugeot, no entanto, só liberou o 2008 aspirado para um teste completo em nosso campo de provas, em Limeira (SP).
Espaço no banco traseiro é pouco, principalmente para as pernas e ombros (Christian Castanho/Quatro Rodas)