A Porsche, marca de luxo do grupo Volkswagen, foi multada em 535 milhões de euros (o equivalente a R$ 2,38 bilhões) por sua participação no escândalo de manipulação de emissões de motores a diesel, o chamado "dieselgate".
A promotoria de Stuttgart, no sul da Alemanha, afirmou que a multa foi aplicada devido a "violações negligentes de tarefas de supervisão" no centro de desenvolvimento da montadora, a partir de 2009.
A Porsche afirmou que não vai recorrer da decisão. No fim de 2018, a montadora de veículos esportivos já havia anunciado que não vai mais utilizar motores a diesel.
A Porsche nunca desenvolveu ou fabricou motores a diesel, mas utilizou os V6 e V8 de outra subsidiária da Volkswagen, a Audi, nos modelos Panamera, Cayenne e Macan.
A promotoria de Stuttgart afirmou que ao menos 99 mil veículos da Porsche foram fraudados.
O escândalo de emissões veio à tona em 2015. Depois de investigações de autoridades americanas, a Volkswagen reconheceu que equipou cerca de 11 milhões de carros, em todo o mundo, com software que enganava os testes de emissões de poluentes. O software identificava quando o veículo estava em teste e aí reduzia as emissões do motor.
A Volkswagen foi multada em 1 bilhão de euros pela promotoria de Braunschweig, no leste da Alemanha, por causa da prática. A Audi foi multada em 800 milhões de euros devido à fraude.
Em todo o mundo, as multas e os acertos fechados já custaram cerca de 30 bilhões de euros à Volkswagen.
Em abril de 2019, a promotoria de Braunschweig indiciou o ex-presidente da Volkswagen Martin Winterkorn e cinco outros ex-diretores por "fraude extremamente grave". A pena máxima é de dez anos de cadeia.