Novidades

25 ABR

Clássicos: VW Brasília LS, o último suspiro do hatch contra Gol e Chevette

O verde Mantiqueira ainda é uma das cores mais famosas da Brasília LS (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Quem tem mais de 50 anos sabe que é impossível recordar os anos 70 sem trazer uma lembrança da Brasilia.

Pequeno por fora e grande por dentro, o “modelo 102” foi uma ideia do alemão Rudolf Leiding, executivo responsável pela filial de São Bernardo do Campo até 1971.

Aliando a confiabilidade do Fusca ao estilo avançado de Marcio Piancastelli e José Vicente Martins, a Brasilia dominou o segmento da sua apresentação, em junho 1973, até o lançamento da caprichada versão LS, em 1979.

Na LS a moldura de farol é sempre cinza (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Até o auge da produção, em 1978 (157.700 unidades), o popular VW recebeu discretas melhorias técnicas e cosméticas, como dupla carburação, reforços estruturais, freios com duplo circuito e lanternas caneladas inspiradas nos Mercedes-Benz.

A Brasilia LS acabou sendo uma resposta à oferta de modelos muito mais modernos e requintados, como o Chevrolet Chevette Super Luxo e o Fiat 147 GLS.

“Para quem foi bem acostumado”, dizia a publicidade que orgulhosamente ostentava detalhes prosaicos como o exclusivo friso lateral, as borrachas de proteção nos para-choques e a pintura cinza-grafite das rodas e molduras dos faróis.

Acabamento interno sempre monocromático (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O interior oferecia um requinte incomum: forração interna em carpete e bancos dianteiros semelhantes aos do Passat, com apoios de cabeça integrados e regulagem do encosto em três posições.

Monocromático, o interior poderia ser encomendado em três cores: preto, marrom ou azul, em combinações preestabelecidas entre as 14 opções de pintura da carroceria.

Destas, quatro eram metálicas: azul Mônaco, castanho Barroco, cinza-grafite e o popularíssimo verde Mantiqueira. Vidros verdes, console central, desembaçador traseiro e rádio AM/FM com dois alto-falantes eram de série.

Recebeu novos bancos com apoios de cabeça ajustáveis e retrovisor interno dia/noite (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Parece pouco hoje, mas era um diferencial enorme para um veículo desenvolvido para substituir o igualmente rústico Fusca.

Custava menos que os principais concorrentes e era imbatível no espaço interno, transportando até cinco adultos em seus 4,01 metros de comprimento.

Difícil mesmo era conversar: pouco se escutava com os dois carburadores, quatro cilindros e oito válvulas trabalhando atrás do banco traseiro.

Os dois porta-malas não valiam por um pois juntos somam só 287 litros (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Quanto maior a pressa, maior o barulho: o velho boxer 1.6 de 65 cv exigia 22,32 s para acelerar os 908 kg da Brasilia de 0 a 100 km/h. O consumo médio de 12,28 km/l era apenas adequado à sua proposta.

A riqueza do acabamento contrastava com a pobreza do painel, dotado de luzes-espia, marcador do nível de combustível e velocímetro otimista marcando 160 km/h – ela não passaria dos 132 km/h nem na melhor das hipóteses.

 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

E, quanto maior a velocidade, maior o perigo: sensível a ventos laterais, a arcaica suspensão traseira por eixos oscilantes era notória pela tendência ao sobre-esterço, o que era acentuado pelos pneus diagonais.

Mesmo sem assistência, a direção era leve e os freios tinham boa modulação. Eficientes, os discos dianteiros ajudavam a parar sem desvios de trajetória.

Custando 8% a mais que o modelo básico, a Brasilia LS 1980 recebeu novos bancos com apoios de cabeça ajustáveis e retrovisor interno dia/noite.

Todo revisto, o painel de instrumentos trazia relógio, velocímetro com hodômetros total e parcial, marcador de combustível e um vacuômetro opcional.

Entre as cores metálicas, o castanho Barroco e o verde Mantiqueira foram substituídos pelo marrom Avelã e verde Turmalina.

Recebeu novos bancos com apoios de cabeça ajustáveis e retrovisor interno dia/noite (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Mas o capricho no acabamento não manteve o interesse do público. As vendas foram seriamente afetadas pela chegada de novidades, como o Chevette Hatch e o VW Gol, e tiveram uma queda de 40% em 1980.

A arcaica suspensão traseira por eixos oscilantes era notória pela tendência ao sobresterço (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Afastada da publicidade oficial, apenas 20.144 foram comercializadas em 1981 e a produção foi encerrada em março de 1982. A Brasilia LS das fotos é um exemplar 1979, do primeiro ano, e pertence ao colecionador Alexandre Arruda Pires.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

09 ABR
Suzuki prepara Jimny Sierra com quatro portas e porta-malas de verdade

Suzuki prepara Jimny Sierra com quatro portas e porta-malas de verdade

Renderização feita pelo site russo Kolesa, dá sinais de como deverá ficar a nova proposta da Suzuki (Kolesa/Reprodução)Quem gosta do estilo do Suzuki Jimny mas acha ele muito pequeno pode começar a se animar. Uma versão de quatro portas do jipinho estaria em desenvolvimento.É o que afirma a versão indiana da Autocar, que antecipa que a versão maior do Jimny Sierra começará a ser fabricada localmente em 2021. Será destinado ao mercado local, mas também será exportado.O jipe... Leia mais
09 ABR
Honda terá dois carros elétricos com motores e baterias da GM

Honda terá dois carros elétricos com motores e baterias da GM

Lançado em 2019, o Honda E será o carro elétrico de entrada da marca, que terá modelos maiores em parceria com a GM (Divulgação/Honda)A Honda anunciou que terá dois novos carros elétricos até 2024. O mais curioso é que os dois modelos utilizarão plataforma desenvolvida pela General Motors e serão destinados ao mercado norte-americano e canadense, pelo menos em um primeiro momento.A empresa japonesa planeja desenvolver sua própria plataforma para veículos elétricos, mas só... Leia mais
09 ABR
Nissan Kicks 2021 aparece renovado com frente do novo Sentra

Nissan Kicks 2021 aparece renovado com frente do novo Sentra

Grande grade e novas tomadas de ar marcam a atualização da dianteira (HeadlighMag/Reprodução)Não fosse a quarentena devido à Covid-19, o novo Nissan Kicks teria sido apresentado oficialmente em 19 de março na Tailândia.Mesmo sem qualquer apresentação prévia o SUV compacto atualizado começou a ser distribuído no país asiático. E o melhor: com tão pouca camuflagem que é possível ver boa parte das mudanças nestas imagens publicadas por um usuário do fórum HeadlightMag.Faróis... Leia mais
09 ABR
Recall: comunicado aos proprietários dos automóveis Mercedes-AMG G 63

Recall: comunicado aos proprietários dos automóveis Mercedes-AMG G 63

 (Mercedes-Benz/Divulgação)– (Mercedes-Benz/Divulgação)Sistema envolvido: módulo de travamento do diferencial traseiro.Razões técnicas: constatou-se uma possível inconformidade produtiva no módulo de controle do travamento do diferencial do eixo traseiro dos veículos envolvidos, decorrente do não atendimento de requisitos de resistência química.Riscos e implicações: tal falha poderia ensejar desequilíbrio em correntes elétricas, interrompendo a comunicação entre o módulo... Leia mais
09 ABR
Nova Fiat Strada: 50 fotos exclusivas mostram a versão que mais vai vender

Nova Fiat Strada: 50 fotos exclusivas mostram a versão que mais vai vender

Após 21 anos de produção, a Fiat Strada ganha sua segunda geração. Totalmente distinta da antecessora, o novo modelo apresenta inédita cabine dupla para o seguimento e estreia nova central multimídia da fabricante.Ainda não se sabe os valores que serão cobrados pelas versões do modelo. No entanto, é esperado que a configuração Endurance (de entrada) custe R$ 65.000 na versão de cabine simples e R$ 72.000 como cabine dupla.A intermediária, Freedom, deve ter a variante duas portas... Leia mais
09 ABR
Se o carro bater ou der problema na quarentena, o seguro vai cobrir?

Se o carro bater ou der problema na quarentena, o seguro vai cobrir?

– (Renato Bacci/Quatro Rodas)A paralisação de setores da economia devido à pandemia do coronavírus tem provocado dúvidas relacionadas ao funcionamento de serviços essenciais, como a assistência do seguro automotivo, por exemplo.Muita gente tem receio de ficar na mão em caso de emergência por achar que as seguradoras reduziram as suas operações durante a quarentena.Por isso, QUATRO RODAS consultou Walter Pereira, presidente da Comissão de Automóvel da FenSeg (Federação Nacional... Leia mais