Novidades

24 ABR

Teste: Ford Edge ST, R$ 299.000, erra a mão na receita de SUV esportivo

Versão esportiva do Edge exibe visual agressivo (Divulgação/Ford)

Mostrado no Salão do Automóvel de São Paulo de 2018, o Ford Edge ST está chegando agora às concessionárias brasileiras.

Apesar de ser um um velho conhecido do nosso mercado – ele é comercializado desde a primeira geração, em 2008 – o Edge nunca foi arroz de festa nas ruas do país, em razão de seu preço elevado pelo imposto de importação.

Se viesse do México a história poderia ser outra, já que há acordo bilateral de isenção de tributos. Mas como vem do Canadá, o SUV grande sofre para embalar nas vendas, especialmente na atual geração, lançada em 2016.

Na traseira, a dupla saída de escapamento chama a atenção (Divulgação/Ford)

Para tentar chamar mais atenção ao modelo, a Ford começa a vender em nosso mercado, ainda como linha 2019, a versão esportiva ST, mais cara e potente da gama.

O Edge ST chega por R$ 299.000, mesma faixa de preço de SUVs de marcas premium como Audi Q5, BMW X3 e Mercedes GLC.

Em nosso primeiro contato, além de dirigir na cidade, levamos o Edge ST para um teste completo na pista e também para rodar na etrada.

As rodas de 21 polegadas têm acabamento preto brilhante (Divulgação/Ford)

Fazendo justiça à sigla ST, que vem da divisão Sport Tecnologies, o Edge andou feito gente grande. Nas provas de aceleração de 0 a 100 km/h, fez o tempo de 6,8 segundos. E retomou de 60 a 100 lm/h em apenas 3,4 segundos.

E o melhor de tudo é que fez isso sem beber exageradamente: nas medições de consumo o Edge conseguiu as médias de 7,6 km/l, na cidade, e 11,4 km/l, na estrada, com gasolina.

Motor V6 2.7 Biturbo gera 335 cv de potência (Divulgação/Ford)

Está longe de ser o carro mais econômico do mundo, verdade, mas o resultado foi menos pessimista do que o motor V6 2.7 Biturbo de 335 cv de potência faria imaginar.

O propulsor vem acoplado a câmbio automático de oito marchas, com tração 4×4 sob demanda. Em condições normais a força é enviada 100% para as rodas dianteiras. Mas pode ser distribuída dinamicamente em porções de até 50/50, dependendo das condições de uso.

Volante tem borboletas para trocas de marchas no modo manual (Divulgação/Ford)

Ao criar a versão esportiva para o Edge, a Ford quis fazer o melhor dos mundos sobre rodas, reunindo conceitos de dois dos mais cobiçados tipos de carro de ultimamente: os SUVs e os esportivos. Essa proposta se mostrou interessante só até a segunda página, porém.

Até certo ponto, a Ford conciliou bem os dois estilos. O ST tem carroceria de SUV, com espaço generoso para pessoas e bagagem e posição de dirigir elevada.

Os dois monitores traseiros podem ter usos independentes (Divulgação/Ford)

Pensando no conforto, a Ford cuidou do fechamento preciso das portas e instalou vidros laminados nas laterais, para isolar a cabine acusticamente. No modo de condução Conforto, mal dá para ouvir o ruído do V6.

Ainda, o visual é realmente esportivo. Por fora, o Edge ST traz o facelift de meia-vida aplicadas à atual geração nos Estados Unidos, e que devem aparecer nas demais versões no segundo semestre deste ano.

Porém, há soluções próprias de um esportivo, como a larga grade do tipo colmeia em preto brilhante, o capô com relevo trabalhado e as rodas aro 21 acompanhando o tom da grade.

Por dentro, os bancos envolventes são revestidos em couro e camurça, o teto é preto e o volante multifuncional tem borboletas na parte de trás para as trocas de marchas no modo manual.

Há certo exagero de frisos cromados, herdados das versões mais luxuosas da linha. Eles tornam a cabine menos esportiva. Um aplique com textura de fibra de carbono que soa falso tampouco ajuda a suavizar seu efeito visual.

No porta-malas do Edge cabem 602 litros de bagagem (Divulgação/Ford)

Entretanto, foi no comportamento dinâmico que o Edge ST demonstrou o real conflito entre veículo familiar e esportivo. Para um SUV, o Edge ST é desconfortável. E, para um esportivo, falta pegada.

Suas suspensões são firmes, mas deixam a carroceria oscilar demasiadamente nas curvas. Para completar, a carroceria em si oferece menos rigidez torcional do que deveria, e a direção elétrica se mostra pesada e pouco comunicativa.

O câmbio também ajuda a quebrar a esportividade, pois demora a reagir quando se reduz marchas para uma retomada para mais vigorosa, no caso de uma ultrapassagem em rodovia, por exemplo.

Isso acontece mesmo no modo Sport e com a redução comandada manualmente via aletas atrás do volante. Assim, acaba limitando o potencial do V6 de 335 cv e 54,5 mkgf.

Em nosso teste, o ST fez de 0 a 100 km/h em 6,8 segundos (Divulgação/Ford)

Além disso, a posição de dirigir é alta demais para uma postura mais interativa (existe uma tendência de se rebaixar a posição de dirigir nos SUVs, justamente por isso, e a própria Ford o fez na nova geração do Escape).

Outras fábricas já que fizeram o mesmo que a Ford (um SUV esportivo) foram mais felizes como, por exemplo, a Audi com o RS Q3 e a VW com o Tiguran R-Line.

Entre os equipamentos de série, o Edge ST traz painel configurável, sistema Start-Stop, abertura de porta-malas sem usar as mãos (hands-free), central multimídia, teto solar 3 e sistema de som BangeOlufsen.

Para quem viaja atrás, há dois monitores para os bancos traseiros com fones sem fio e DVD.

ST vem com teto solar panorâmico entre seus equipamentos de série (Divulgação/Ford)

No que diz respeito à segurança, além e airbags e controle de estabilidade, o modelo vem equipado com o novo sistema de segurança Ford CoPilot 360, que reúne os seguintes itens:

Faróis com ajuste automático de facho, detector de mudança de faixa, alerta de colisão, dispositivo auxiliar em manobras evasivas, piloto automático adaptativo, detector de pontos cegos, sensor de tráfego traseiro e sistema de estacionamento autônomo.

Teste de pista

*dados de fábrica

Ficha técnica – Edge ST

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

04 ABR

Mil pontos podem deixar de ter radar em rodovias federais até junho, após suspensão de instalações

Mil pontos de rodovias federais administradas pela União podem ficar sem radar até junho. Eles são parte dos 8 mil locais de fiscalização de velocidade que deveriam existir nos próximos 5 anos, mas cujas instalações foram suspensas na última segunda (1º) para revisão, após ordem do presidente Jair Bolsonaro. Esses radares iriam funcionar em rodovias não concedidas à iniciativa privada e que estão sob a responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura e... Leia mais
04 ABR

Novas tecnologias: a incrível suspensão anti-atolamento do Mercedes GLE

Motor da Mercedes GLE 450 4Matic (Divulgação/Mercedes-Benz)O novo Mercedes GLE, quarta geração da rebatizada Classe M que chega agora ao mercado americano, traz várias tecnologias novas, como motor de seis cilindros híbrido parcial, sistema elétrico adicional de 48 V, assistente de condução autônoma e sistema interativo MBUX.A principal inovação, porém, está na suspensão ativa, que é capaz de, além de variar curso e rigidez de molas de ar e amortecedores de forma independente... Leia mais
04 ABR

Correio técnico: ainda vale a pena usar compressor em motores?

Muito antes de se pensarem em SUV turbo, a Ford fez o EcoSport 1.0 com compressor (Marco de Bari/Quatro Rodas)O compressor (supercharger) aumenta o consumo de combustível? Ainda há alguma vantagem técnica no seu uso? – Gabriel Veloso, São Luís (MA)Na verdade, por permitir que o motor gere mais potência e torque a rotações menores, o compressor reduz o consumo, além de ter uma vantagem técnica – sobretudo com a tecnologia de 48V. Acionado por correia, os compressores convencionais... Leia mais
03 ABR

Ford Maverick renascerá no corpo de um SUV com plataforma de Focus

Nova geração do Ford Maverick é um SUV com pinta de Renegade (Divulgação/Ford)Nada de motor V8, carroceria duas portas e tanque de combustível de 100 litros.Mais de 40 anos após ser descontinuado, o Ford Maverick voltará à vida, mas não da forma como conhecemos ou esperamos.QUATRO RODAS apurou que o Maverick será transformado em um SUV médio quadradão, posicionado abaixo do Bronco e acima do recém-apresentado Escape. A estratégia é similar à que a Mistubishi adotou com o... Leia mais
03 ABR

Carlos Ghosn é preso novamente em Tóquio, diz TV japonesa

Procuradores de Tóquio prenderam novamente o ex-presidente da Renault e da Nissan Carlos Ghosn, sob a acusação de má conduta financeira. Ele foi detido nas primeiras horas da quinta-feira no Japão, noite desta quarta (3) no Brasil. A emissora pública NHK e outros veículos japoneses registraram procuradores entrando na casa que Ghosn ocupa temporariamente no centro de Tóquio para prendê-lo de novo, em meio à investigação de uma nova denúncia contra ele. Tudo sobre as... Leia mais