Novidades

24 ABR

Quer ser sócio de uma marca chinesa de carro? No Salão de Xangai você pode

Tamanho de estandes varia de acordo com a importância (e orçamento) de cada marca (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

Há pouco menos de uma década a indústria automobilística chinesa ainda era conhecida por produzir as mais diferentes “réplicas” de veículos ocidentais.

As discutíveis homenagens envolviam cópias de modelos tão distintos como Ford F150 Raptor, Volkswagen Up! e a maioria dos alemães premium.

Mas o mercado chinês amadureceu e mudou – ainda que tenha algumas características, no mínimo, peculiares.QUATRO RODAS percorreu os oitos pavilhões do Salão de Xangai à procura dos modelos “piratas”, mas encontrou poucos exemplos da velha China.

O que sobrou foram os carros “pega-investidor”.

Marcas consagradas, como a Renault, também vão entrar no segmento de elétricos no Brasil (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

Ainda que os incentivos fiscais para veículos elétricos tenha caído nos últimos anos, a China ainda estimula intensamente esse tipo de automóvel.

Em Xangai, por exemplo, a restrição de licenciamento de novos carros não afeta modelos elétricos, tornando sua aquisição mais atraente.

Design do Dorcen G60 mistura elementos de diferentes marcas (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

Por isso que não falta na China – e, consequentemente, no salão – são empresas produtoras de modelos elétricos. O último balanço indica mais de 400 montadoras, número que supera de longe o de fabricantes tradicionais.

Claro que, até para os padrões chineses, não há mercado para todos esses carros.

Porém, enquanto a bolha não estoura, centenas de investidores têm aberto as mais diferentes empresas de veículos elétricos em busca de sócios, sobretudo estrangeiros – e seu dinheiro.

Discos de freio perfurados são essenciais em esportivos, mas podem ser úteis a modelos desconhecidos que querem impressionar (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

Isso explicou a agilidade com que representantes da desconhecida Dorcen me procuraram enquanto eu percorria o estande da empresa.

Falando inglês (algo raro mesmo em feiras de eventos na China), Bruce Ye se apresentou como gerente regional para a América Latina da companhia, e questionou se eu estava à procura de oportunidades para investir em veículos de passeio e comerciais elétricos.

A traseira do G60 até é elegante, mas o porta-malas leva modestos 390 litros (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

Mesmo declinando da oferta e identificando-me como jornalista, Ye seguiu ao meu lado por todo o estande, pedindo insistentemente meu cartão de visita e questionando como é o mercado brasileiro.

Enquanto desviava dele como se fosse um vendedor de cartão de crédito de loja de departamento, observava as características inusitadas dos mais diferentes modelos da marca.

Interior é repleto de tecnologia, mas interface é confusa (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

A qualidade geral de acabamento é surpreendentemente boa para uma empresa praticamente de fachada, ainda que inferior ao de modelos chineses consolidados.

No entanto, há exotismos como freios a disco perfurados no G60, um SUV 1.5 de 1.440 kg e um misterioso botão com o símbolo de uma câmera fotográfica que nem ao menos o vendedor soube explicar sua função.

Sim, é um botão de câmera fotográfica no volante. E não, o Ye não soube explicar sua real função (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

A maioria dos produtos dessas marcas fadadas ao desaparecimento conta com uma longa lista de equipamentos já conhecidos na indústria, como chave presencial, ar-condicionado digital e mesmo controlador de velocidade adaptativo.

Essa é a parte fácil, afinal, basta adquirir a tecnologia de uma sistemista tradicional.

Integrar tudo, porém, é mais complicado, como pudemos ver no sistema multimídia em pane do SUV G60. Aliás, o nome ocidental da maioria desses veículos é basicamente uma sigla alfanumérica.

O Xiaopeng G3 tem visual “levemente” inspirado no Tesla Model X (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

Para algumas empresas locais não basta usar as mesmas tecnologias da concorrência ocidental. Algumas parecem querer ir além, mesmo que isso não necessariamente faça sentido.

Atrás, lanternas horizontais, presentes em 9 a cada 10 SUVs chineses (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

Veja o caso do SUV com jeitão de Tesla da Xiaopeng G3. Apesar de ter as linhas externas e a enorme tela sensível ao toque central quase idênticos ao Model X, o modelo deu um novo significado ao termo “câmera 360 graus”.

A câmera 360º no teto permite o registro de vídeos também (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

Ao invés de somar as imagens de câmeras nos retrovisores, na frente e atrás, a marca buscou criar, literalmente, a visão de topo.

Isso porque o equipamento opcional do carro fica posicionado acima do teto, e se ergue por meio de braços elétricos para gravar uma visão completa ao redor do carro.

Sim, não faz sentido algum e a aparência do equipamento transmite a robustez dos primeiros carros chineses vendidos no Brasil. Mas, na busca do dinheiro de investidor, vale tudo.

BJ80: de longe, sob neblina e visto por um míope, até se confunde com um Classe G (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

As cópias chinesas diminuíram muito, mas ainda estão lá. Uma das mais exóticas é o Baic BJ80, ou versão genérica do Mercedes-Benz Classe G.

Quando a fome se junta à vontade de comer: além de ser igual ao G, o visual retilíneo é mais barato de fazer (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

Este é um exemplo de quando o apelo despojo se torna um facilitador. Ainda que seja moderno, o rústico SUV alemão ainda tem características retrô, como calhas no teto e portas de fechamento metálico ruidoso.

E, ao menos neste ponto, o BJ80 é fiel à sua referência. Faltou apenas combinar com os alemães o uso de um motor similar, já que o 2.3 turbo com 250 cv do modelo chinês passa bem longe das opções do Classe G, que vão até o V8 biturbo de 585 cv.

Quando você se inspira em várias fontes, mas faz um design aleatório: eis o BJ40 (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

A marca também mostrava em seu estande o BJ40, um arremedo de Toyota FJ Cruiser e Jeep Wrangler. O Changhe Q7, porém, supera a salada de referências de um carro chinês.

A traseira até lembra o Wrangler. Depois do apocalipse nuclear. (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

A dianteira bebeu da fonte inglesa da Land Rover, com grade de Range Rover Sport, faróis afilados do Vogue e o clássico letreiro do capô que ficou famoso no Discovery.

No Q7, até o nome é cópia de carro ocidental (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

 (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

Já a traseira tem lanternas integradas de Cayenne e perfil de Discovery Sport. Sem falar, claro, no nome de carro da Audi.

A desaceleração da indústria da China e a natural saturação do mercado automotivo deve decantar a profusão de veículos fora do comum (e da realidade) no país, mas é provável que sempre haverá um ou outro modelo para “homenagear” as marcas ocidentais.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

02 MAI
Ford Fusion sai de linha e marca passa a vender só seis modelos no Brasil

Ford Fusion sai de linha e marca passa a vender só seis modelos no Brasil

Último facelift do Fusion trazia grade estilo colmeia e novos recortes no para-choque. Mas ela mal é vista nas ruas (Divulgação/Ford)O Ford Fusion não é mais comercializado no mercado brasileiro. Ao entrar no site oficial da marca no país, o sedã grande já não aparece no configurador, que passou a contar com apenas seis modelos: Ka, Ka Sedan, EcoSport, Ranger, Mustang e Edge ST.Segundo o parceiro Autos Segredos, as importações do Fusion já haviam sido encerradas no fim do ano... Leia mais
02 MAI
Novo Chevrolet Tracker já está entre os 10 carros mais vendidos do Brasil

Novo Chevrolet Tracker já está entre os 10 carros mais vendidos do Brasil

O momento é extremamente atípico, verdade, mas o Tracker estreia já no top-10 de vendas (Christian Castanho/Quatro Rodas)A pandemia do coronavírus certamente atrapalhou. Difícil acreditar que a GM esperasse vender menos de 2.000 unidades do novo Chevrolet Tracker em seu primeiro mês de mercado.Especialmente após ter adotado uma campanha tão robusta e agressiva de lançamento.Mas, caso os executivos da marca queiram ver o copo meio cheio ao invés de meio vazio, há uma boa razão para... Leia mais
01 MAI
VW Nivus: o que as três versões trazem de série – e o que ficam devendo

VW Nivus: o que as três versões trazem de série – e o que ficam devendo

Dianteira será diferente com grades maiores e sem detalhes cromados, como no T-Cross (Overboost BR/Reprodução)O Volkswagen Nivus é um dos principais lançamentos do mercado nacional neste ano. Após flagras e uma breve apresentação sob camuflagem, o modelo teve a lista de equipamentos divulgada em primeira mão por QUATRO RODAS.Serão três versões: Trendline 200 TSI (entrada, que pode na verdade ficar sem nome, como já ocorre com Polo, Virtus e T-Cross), Comfortline 200 TSI... Leia mais
30 ABR
Nova Toyota Hilux: picape líder mudará visual e poderá até frear sozinha

Nova Toyota Hilux: picape líder mudará visual e poderá até frear sozinha

– (Renato Aspromonte/Quatro Rodas)Faz menos de três anos que a Toyota Hilux recebeu uma reestilização leve de sua atual geração, lançada em 2015. Mas a picape média líder em vendas no Brasil está prestes a mudar mais uma vez.Um vazamento de imagens na Tailândia antecipou como ficará o visual do utilitário, cuja renovação está prevista originalmente para ser lançada na Ásia até agosto deste ano (isso se a pandemia do coronavírus não gerar atraso).Podemos esperar que a nova... Leia mais
30 ABR
Melhor Compra: por que o Chevrolet Onix é tão bom de vendas?

Melhor Compra: por que o Chevrolet Onix é tão bom de vendas?

O Chevrolet Onix foi o líder do mercado em 2019. Segundo a Fenabrave, ele ficou com 32,4% de participação no segmento dos hatches compactos e 25%, no segmento de sedãs compactos.Ano passado, a GM vendeu 241 mil unidades do Onix hatch e quase 74 mil unidades do sedã, que antes atendia pelo nome de Prisma e agora é Onix Plus.O segundo colocado no ranking de vendas foi o Ford Ka hatch e sedã, com 104.331 unidades no segmento de hatches e 51.260 unidades de sedãs. Ou seja: bem atrás do... Leia mais
30 ABR
Hyundai deve lançar picape média com 280 cv para brigar com Ranger e Hilux

Hyundai deve lançar picape média com 280 cv para brigar com Ranger e Hilux

Projeção indica que modelo terá mesma filosofia dos últimos modelos da marca (Enoch Gonzales/Reprodução)A Hyundai quer entrar de vez no segmento de picapes. Após a médio-compacta Santa Cruz, prevista para 2021, a marca pretende lançar um modelo médio, batizado Tarlac, em 2023.Enquanto o modelo menor conta com plataforma monobloco e visa brigar com a Fiat Toro, a futura picape média terá chassi de longarina para encarar as rivais Ford Ranger e Toyota Hilux.Projeção indica traseira... Leia mais
Conversar pelo WhatsApp

Olá! Vamos conversar?

Sedecar+5575992770909Iniciar conversa
Logotipo da whats.club