A Tesla voltou a registrar prejuízo após dois trimestres seguidos de lucro. A fabricante de carros elétricos divulgou uma perda de US$ 702 milhões no 1º trimestre deste ano, acima do esperado por analistas de mercado.
Um ano atrás, a empresa comandada por Elon Musk tinha registrado prejuízo de US$ 709,6 milhões. Os resultados passaram a ser positivos no 3º e 4º trimestres de 2018.
A receita neste começo de ano também ficou aquém do esperado, em US$ 4,54 bilhões, quase meio bilhão a menos que o previsto por analistas.
A montadora já tinha previsto que o 1º trimestre deste ano seria "negativamente impactado" por vendas abaixo do esperado e ajustes de preços. Em janeiro, a fabricante anunciou a demissão de 7% dos funcionários para reduzir custos de produção.
Fim de incentivo
No começo deste mês, a Tesla divulgou que vendeu 63 mil carros de janeiro a março, bem abaixo da projeção do mercado, que era de 76 mil.
A demanda diminuiu após a empresa atingir o limite da política de crédito do governo para compradores desses veículos.
Os Estados Unidos permitem que contribuintes deduzam até US$ 7.500 do custo da compra de um carro elétrico, mas esse incentivo é desativado por um período de 15 meses, quando a montadora atinge 200 mil vendas acumuladas de veículos do tipo, caso da Tesla e da General Motors, que produz o Bolt. Parlamentares estão tentando emplacar um projeto que estende esse limite a 400 mil veículos por fabricante.
A montadora também reportou que problemas de logística afetaram exportações para a Europa e a China.
Em meio à queda nas vendas, a montadora constrói uma gigantesca fábrica em Xangai.
Na última segunda-feira (22), Musk apresentou para seus investidores um novo chip do sistema de "piloto automático" dos carros da Tesla, o chamado Autopilot, e previu fabricar táxis-robôs já no ano que vem.