O presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, reiteraram nesta terça-feira (23), “compromisso” com a aliança Renault-Nissan, fragilizada pelo escândalo envolvendo o executivo franco-libanês brasileiro Carlos Ghosn.
Macron e Abe conversaram a respeito durante uma reunião, seguida de almoço, no palácio do Eliseu, em Paris. Segundo um comunicado da presidência francesa, os dois líderes reafirmaram a importância da aliança, “que acaba de completar 20 anos e é um símbolo maior da cooperação industrial entre a França e o Japão”.
“Essa parceria acaba de demonstrar sua capacidade de resiliência, a integração complementar de seus membros e a pertinência do projeto comum”, acrescentou o governo francês.
Carlos Ghosn
A respeito da situação de Carlos Ghosn, ex-presidente da aliança, detido no Japão, a presidência francesa diz “respeitar a soberania e independência da justiça japonesa, que é parceira diplomática prioritária e um Estado democrático”. “Estamos acompanhando de perto a questão do respeito dos direitos e da integridade de Carlos Ghosn como cidadão francês”, declara ainda o comunicado.
O governo francês diz que o representante japonês foi lembrado de que Ghosn tem direito à presunção de inocência e à proteção consular, como todos os cidadãos franceses.
Nova acusação
Respondendo já a três acusações por desvios de rendimentos da Nissan, Ghosn foi acusado na segunda-feira de abuso de confiança com agravante. Seus advogados depositaram ao mesmo tempo um pedido de liberdade sob fiança.
Ghosn, de 65 anos, foi preso no dia 19 de novembro do ano passado, acusado de ter omitido a declaração de uma grande parte de seus rendimentos entre 2010 e 2015.
O novo conselho operacional da aliança, definido no dia 12 de março, é composto pelo diretor geral executivo da Renault, Thierry Bolloré, dos CEO da Nissan e Mitsubishi, respetivamente Hiroto Saikawa e Osamu Masuko, e de Jean-Dominique Senard, novo responsável pela parceria franco-japonesa.