A justiça alemã acelerou nesta segunda-feira (15) os procedimentos para um julgamento criminal pelo escândalo do "dieselgate", acusando de fraude o ex-presidente da Volkswagen, Martin Winterkorn, e outros quatro executivos da fabricante pela manipulação de milhões de carros a diesel a fim de driblar medidas contra a poluição.
Winterkorn foi acusado por "fraude" e "violação à lei contra a concorrência desleal", informou a procuradoria de Brunswick. Ele não reagiu até o momento.
Há quase um ano, o ex-presidente da montadora e outros cinco executivos foram acusados pelo escândalo nos Estados Unidos, também por "fraude" e "conspiração".
A Volkswagen, por sua vez, afirmou que se trata do resultado "de investigações contra indivíduos" e que não deseja se pronunciar.
A procuradoria não divulgou a identidade dos outros quatro acusados nem suas funções na Volkswagen.
De acordo com o comunicado da acusação, o ex-presidente da Volkswagen responsável pela empresa quando o escândalo veio à tona em setembro de 2015, "não informou, quando teve conhecimento", em 25 de maio de 2014, "às autoridades e clientes na Europa e nos Estados Unidos sobre as manipulações ilegais de motores a diesel".
Ele também é criticado por não ter renunciado por causa do escândalo e por "não ter impedido a venda de carros equipados com programas" capazes de falsificar os níveis de poluição.
O grupo é acusado de ter feito "com o aval de Winterkorn", em novembro de 2014, uma atualização "inútil" de um programa para "continuar dissimulando" a fraude.
No Brasil, 17 mil unidades da picape Amarok (todas do ano 2011 e algumas de 2012) receberam o programa que burlava as emissões. A empresa teve de recolher os carros e já acumula R$ 65,5 milhões em multas pelo escândalo no Brasil.