Novidades

12 ABR

Clássicos: Lincoln Modelo K transportou Getúlio, rainha Elizabeth e o papa

Esta unidade já levou Getúlio Vargas, a rainha Elizabeth II e o papa João Paulo II (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A crise de 1929 foi a pior e mais longa recessão econômica do século 20, afetando o segmento de automóveis de luxo durante todos os anos 1930.

Lastreado pela fortuna de Henry Ford, o filho Edsel Ford não poupou recursos para desenvolver o Lincoln Modelo K, que surgiu em 1931 para enfrentar concorrentes da Duesenberg, Packard e Cadillac.

Maior e mais baixo que o Modelo L, produzido de 1920 a 1930, o Modelo K manteve o V8 de 6,3 litros, mas com rendimento 33% superior.

Taxa de compressão mais alta, curva de ignição revista e dois carburadores Stromberg fizeram a potência saltar de 90 para 120 cv, firmando o prestígio da Lincoln e melhorando sua participação no mercado.

Apenas 416 unidades do Lincoln K foram produzidas em 1938, penúltimo ano de produção (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O Modelo K era produzido como chassi rolante: o estilo dependia da encarroçadora contratada. A grande maioria foi entregue pela Judkins, especialista em cupês e sedãs.

Dietrich, Brunn e LeBaron cuidavam dos conversíveis, enquanto as limousines ficavam a cargo da Willoughby. Os mais raros foram produzidos pela Murphy e Waterhouse.

Edsel sabia que só qualidade não bastava: precisava de um motor maior e mais sofisticado. Marmon e Cadillac brilhavam no imaginário popular com um V16 e a Cadillac ainda oferecia um V12 mais barato que o do Modelo K.

Packard e Pierce-Arrow também desenvolveram seus V12 e a Lincoln não poderia ficar atrás.

Painel de nogueira com velocímetro de escala até 100 milhas por hora (160 km/h) e relógio (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Em 1932, o modelo K dividiu-se em duas versões: o KA com entre-eixos encurtado para 3,45 metros e V8 de 6,3 litros e o KB com o novo V12 de 7,3 litros e 150 cv.

Mais potente que o Cadillac V12, o KB ia até os 160 km/h.  Parar seus 2.500 kg era tarefa para os freios Bendix Duo-Servo com acionamento mecânico e tambores aletados.

Em 1933, o KA trocou o V8 por um novo V12 desenvolvido pelo chefe de engenharia Frank Johnson, com cabeçotes de alumínio, 6,3 litros e 125 cv.

Havia melhorias em chassi, câmbio, suspensão e freios e pela primeira vez a Lincoln apresentava carrocerias próprias.

Versão levava até sete pessoas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Mas, mesmo após vários aperfeiçoamentos, as vendas caíram com a crise. Para reduzir custos, os dois V12 foram trocados em 1934 por por um V12 de 6,8 litros baseado no V12 Johnson.

Menor e mais leve, o novo motor foi reposicionado mais à frente no chassi para melhorar o espaço interno da cabine.

Com mais de 2.000 unidades produzidas, esse foi o ano de maior sucesso, mas a Lincoln continuava deficitária.

O galgo de Edsel Ford surgiu em 1927 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Reestilizado em 1935, ele voltou a se chamar apenas K, ocasião em que Edsel decidiu focar a produção nas versões mais caras encarroçadas por LeBaron, Brunn, Judkins e Willoughby.

O motor passou a ter o trem de válvulas roletado, a suspensão foi recalibrada e o câmbio recebeu sincronizadores mais eficientes para melhorar a dirigibilidade.

A situação financeira da Lincoln só estabilizou em 1936 com a produção em larga escala do Lincoln-Zephyr V12, que tinha estrutura monobloco e estilo avançado por uma fração do preço do Modelo K.

A novidade obrigou Edsel a promover a reestilização mais radical do K em 1937, com faróis integrados nos para-lamas e porta-malas incorporado à carroceria.

Motor V12: tradição que durou até 1948 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

É dessa época o Touring Willoughby de sete ocupantes acima, um dos dois feitos em 1938. Foi importado pelo governo do estado de São Paulo e transportou autoridades como Getúlio Vargas, Charles de Gaulle e a rainha Elizabeth II.

Também serviu ao papa João Paulo II na sua primeira visita ao Brasil, época em que integrou o acervo do colecionador Og Pozzoli.

Já o Lincoln K que serviu ao presidente Franklin Roosevelt na Segunda Guerra foi um sedã encarroçado pela Brunn em 1939, pouco antes do fim da produção.

As últimas unidades foram vendidas como ano/modelo 1940 e até hoje representam o grau máximo do comprometimento de Edsel Ford com a produção do melhor e mais sofisticado automóvel americano.

Lincoln Modelo K 1938 Touring by Willoughby

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

05 OUT

Jeep Compass e Dodge Journey têm recall por problemas nos freios

A FCA anunciou nesta sexta-feira (5) um recall envolvendo unidades de Jeep Compass e Dodge Journey de ano/modelo 2018 por problemas nos freios. De acordo com a marca, há a possibilidade de formação de bolhas de gás no fluido do sistema de freio. Com isso, o curso do pedal poderá aumentar, resultando na redução do desempenho das frenagens. Para solucionar o problema, será feita uma sangria no sistema para a remoção das bolhas. Participam do recall exemplares do Compass... Leia mais
05 OUT

Toyota anuncia recall de 2,4 milhões de veículos híbridos Prius e Auris

A Toyota anunciou nesta sexta-feira (5) um recall de 2,43 milhões de veículos híbridos Prius e Auris em todo o mundo, um mês depois de adotar a mesma medida com mais de um milhão de carros com esta tecnologia. Ainda não há informações se o defeito atinge veículos também no Brasil. De acordo com a montadora, um problema de funcionamento do sistema híbrido, que combina um motor tradicional de gasolina com outro elétrico, o que poderia provocar acidentes. Os veículos podem... Leia mais
05 OUT

Novo Suzuki Jimny virá ao Brasil com erros e acertos do modelo anterior

A eficiência no off-road continua no novo Jimny, com destaque para os ótimos ângulos de entrada (41º) e saída (51º) (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)Fazer um carro moderno com vínculo profundo às suas raízes é difícil, mas a Suzuki aparentemente conseguiu isso com a quarta geração do Jimny. Isso, porém, teve seu preço, como observamos na primeira aparição pública do rústico SUV, no Salão de Paris.O jipinho japonês ganhou pela primeira vez tecnologias impensáveis para um... Leia mais
05 OUT

Juiz pede que Tesla e órgão regulador justifiquem acordo antes de conceder aprovação

Um juiz dos Estados Unidos pediu que o presidente-executivo da Tesla, Elon Musk, e o órgão regulador de mercado norte-americano (SEC), apresentem uma declaração conjunta em 11 de outubro, antes de aprovar o recente acordo firmado entre as partes. O juiz Alison Nathan disse que é comum no tribunal de Nova York que uma carta conjunta seja apresentada para explicar porque a corte deveria aprovar o acordo proposto. A Tesla e Musk concordaram em pagar US$ 20 milhões cada para a SEC... Leia mais
04 OUT

Mercado em setembro: Argo bate Polo, Yaris cai e Renault supera Ford

O lançamento do Yaris na Argentina afetou o abastecimento para mercado brasileiro. Modelo é produzido em Sorocaba, no interior de São Paulo (Christian Castanho/Quatro Rodas)O mercado automotivo brasileiro segue em crescimento no acumulado de 2018 entre automóveis e comerciais leves. De janeiro a setembro, foram emplacadas 1.779.675 unidades – uma alta de 13,1% em relação ao mesmo período de 2017.Os dados do mês de setembro, por sua vez, revelam duas nuances. Em relação ao mesmo... Leia mais