O Tribunal Distrital de Tóquio disse nesta sexta-feira (12) que prorrogou o período de detenção de Carlos Ghosn por oito dias, dando aos procuradores até 22 de abril para apresentar acusações formais contra o ex-chefe da Nissan ou libertá-lo.
O executivo brasileiro foi preso pela segunda vez no último dia 3 de abril, sob suspeita de ter tentado enriquecer às custas da Nissan.
Ele também está aguardando julgamento por outras acusações de má conduta financeira e violação de confiança. Ghosn, que foi libertado sob uma fiança de R$ 33,8 milhões no início de março, depois de passar mais de 100 dias na prisão, negou todas as acusações contra ele.
O período inicial de detenção de Ghosn estava previsto para expirar no domingo (14), e era amplamente esperado que fosse prorrogado por no máximo 10 dias. A emissora pública NHK disse que é raro que o pedido de prorrogação total dos promotores seja negado e encurtado.
A equipe de defesa de Ghosn lançou uma batalha pública feroz contra os procuradores de Tóquio, chamando a última prisão de "ilegal" em documentos vistos pela Reuters.
Mais tarde nesta sexta-feira, um tribunal rejeitou a apelação da equipe de defesa contra a prorrogação, o que significa que a equipe pode ter que fazer um novo pedido de fiança se Ghosn for indiciado por novas acusações no final de sua nova detenção.
A novela envolvendo Ghosn, 65 anos, começou em 19 de novembro, com a prisão do então poderoso presidente da aliança automobilística Renault-Nissan-Mitsubishi. A acusação original é de que ele teria deixado de declarar aos reguladores milhões de reais em salários.