O Uber disponibilizou ao público nesta quinta-feira (11) os documentos para se tornar uma empresa de capital aberto. É esperado que o processo de oferta de ações da empresa (IPO, na sigla em inglês) seja um dos maiores da história do setor de tecnologia. A documentação foi apresentada em privado para a SEC (órgão responsável pelos mercados nos EUA) em dezembro.
A empresa está procurando uma valorização entre US$ 90 e US$ 100 bilhões, com uma oferta de cerca de US$ 10 bilhões em ações ao mercado.
Se a empresa arrecadar mais de US$ 10 bilhões com a venda de ações entraria como um dos maiores IPOs da história dos EUA. No mercado de tecnologia, ficaria aquém apenas da varejista Alibaba e do Facebook.
Os maiores IPOs nos EUA:
- Alibaba Group Holding US$ 21,767 bilhões
- Visa US$ 17,864 bilhões
- ENEL SpA US$ 16,452 bilhões
- Facebook US$ 16,007 blilhões
- General Motors US$ 15,774 bilhões
- ATeT Wireless Group US$ 10,620 bilhões
- Kraft Foods US$ 8,680 bilhões
Segundo o Uber, a empresa está atualmente em mais de 700 cidades e tinha 91 milhões de usuários no final de 2018, que faziam cerca de 14 milhões de viagens por dia e afirma já ter pago mais de US$ 78 bilhões a motoristas.
A documentação também traz informações específicas sobre o Brasil, que é um dos maiores mercados da empresa. Segundo o balanço apresentado pelo Uber ao órgão regulador dos mercados nos Estados Unidos, a empresa faturou US$ 959 milhões no Brasil no ano passado, um aumento de 306% em relação aos ganhos locais em 2016, quando a Uber teve faturamento de US$ 236 milhões no país.
Entre os riscos ao desenvolvimento do negócio, o Uber afirma estar em um mercado "altamente competitivo, com alternativas bem estabelecidas e de baixo custo que estão disponíveis há décadas". A companhia também cita baixas barreiras de entradas e concorrentes bem capitalizados para competir no mercado.
A empresa afirma que pode voltar a oferecer vantagens para usuários e motoristas para se manter competitiva e diz que o negócio seria "afetado de maneira adversa se motoristas fossem classificados como empregados e não como terceirizados independentes".
O resultado operacional da empresa continua negativo: em 2018 a empresa teve prejuízo operacional de US$ 3 bilhões sobre um faturamento de US$ 11,2 bilhões.