Novidades

08 ABR

Por que alguns carros estão trocando correia dentada por corrente metálica

Fiat foi uma das fabricantes a adotar o uso de correntes metálicas nos motores Firefly (Silvio Goia/Quatro Rodas)

A indústria experimenta ondas curiosas. As correntes metálicas de distribuição, abandonadas por parte dos fabricantes nos anos 70, voltam a ser usadas, mesmo em motores menores e segmentos de entrada, no lugar das correias dentadas.

É o caso do Firefly de três cilindros da Fiat, e também da família SCe da Renault e também da Hilux diesel, que nas últimas versões passou a adotar a corrente. Tanto uma como a outra são essenciais para o funcionamento do motor, já que fazem a sincronia entre virabrequim e comando de válvulas.

Na época alegou-se que as correias, feitas de borracha, eram mais leves e silenciosas. Inevitavelmente as correntes são mais ruidosas, mas o principal motivo era que representavam maior custo.

Contudo, as peças metálicas têm o apelo da durabilidade. A vida útil passa fácil de 150.000 km, enquanto a correia deve ser trocada, em média, a cada 60.000 km.

Mas o intervalo da correia varia de marca para marca. Algumas pedem a troca em 120.000 km, como a VW com o Up!, ou até 240.000 km no caso da Ford, com a correia imersa em óleo do Ka 2019.

Ainda assim, especialistas dizem que a peça de borracha deve ser verificada a cada 10.000 ou 20.000 km. Isso porque o material é mais passível de acumular poeira e sujeira, ressecar e… de arrebentar.

A correia dentada de borracha ganha fácil quando o assunto é custo (Reprodução/Internet)

E correia (ou corrente) rompida significa que o motor vai parar de funcionar corretamente. Além disso, corre-se o risco de, com a perda de sincronismo, os pistões baterem nas válvulas, o que vai exigir uma retífica.

“Dono de veículo que sai de fábrica com corrente dificilmente se preocupa com manutenção e troca da peça. Às vezes, o item tem vida útil equivalente à do motor, enquanto a correia dentada pede trocas com maior frequência”, compara o professor Maurício Trielli, do departamento de engenharia mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).

Se seu carro tem correia dentada, não precisa ficar paranoico. Basta fazer a manutenção correta do veículo e solicitar ao mecânico que confira o estado da peça a cada 10.000 km ou 20.000 km – geralmente o componente é verificado em toda revisão obrigatória nas concessionárias.

Mas você mesmo pode checar. Retire a capa protetora e observe se a borracha está com rachaduras, se aparenta ressecamento ou algum dente está danificado. Caso positivo, vá a uma oficina e peça a substituição imediata.

A corrente metálica tem o benefício da durabilidade (Reprodução/Internet)

Caso a correia ou a corrente arrebentem, isso será percebido imediatamente no desempenho do carro.

“A primeira coisa que acontece é o motor perder rendimento, uma vez que o tempo correto de abertura e fechamento de válvulas será alterado”, explica Ademar Guiotoku, gerente de treinamento da Toyota.

Embora mais difícil de dar problema, é sempre bom observar de vez em quando o estado da peça metálica. Veja se há algum roletinho (pequena engrenagem dentada onde a corrente se movimenta) trincado ou com desgaste acentuado.

“Mesmo assim, é muito raro, pois todos esses roletinhos são tratados termicamente”, explica Trielli.

É preciso ter um bom conhecimento e ferramentas adequadas, uma vez que ambas as peças demandam justamente um sincronismo perfeito.

Além disso, a correia e a corrente precisam estar não só reguladas como esticadas corretamente. Esticada demais, vai diminuir sua vida útil. Frouxa, vai gerar ruído e ainda corre–se o risco de a correia pular um dente.

Ford promete que correia banhada a óleo do Ka dura até 240 mil km (Ford/Divulgação)

Muitos mecânicos e especialistas condenam o ato de fazer o carro pegar no tranco, para preservar a correia dentada de um esforço abrupto.

Também é aconselhável fazer as trocas de marchas no tempo certo e evitar cantar pneus – o que força, em cadeia, a junta homocinética, embreagens e a correia.

Para as correntes, a dica é estar com o sistema de lubrificação sempre em dia e fazer troca de óleo e filtro nos prazos determinados e estar atento ao funcionamento da bomba. Isso porque as peças de metal são banhadas pelo próprio lubrificante do motor.

Procure a concessionária ou oficina de confiança para trocar a peça. Opte por marcas de qualidade e boa reputação, que usam materiais mais resistentes.

Em caso de substituição da corrente, recomenda-se a troca da guia, que é de plástico rígido e pode vir a desgastar com o tempo. Já nas correias dentadas, a troca do tensor ou rolamento não é obrigatória – depende do estado da peça.

“Ao trocar a correia, é importante verificar a condição do rolamento. Caso esteja muito desgastado, será preciso efetuar a substituição.”, diz Guiotoku.

Hilux é exemplo de modelos a diesel que estão usando corrente (Christian Castanho/Quatro Rodas)

As correias são bem mais baratas. Exemplo dentro da mesma marca: a peça no VW Up! TSI custa entre R$ 150 e R$ 200, enquanto a corrente do Golf TSI passa de R$ 1.100.

A aplicação de correntes no lugar das correias deve se propagar até pelos próprios rumos irreversíveis da indústria, em tempos de downsizing, com motores cada vez menores e mais potentes.

“As peças terão de resistir a um acoplamento maior. Por isso, é mais garantido usar corrente pela resistência maior a esse esforço adicional”, ressalta o professor da FEI.

As correntes já são lugar-comum em boa parte das linhas vendidas no país. Marcas como Honda, Nissan, Hyundai Brasil e Toyota só usam as peças metálicas.

Nos motores a diesel, a corrente possibilitou maior precisão na pulverização do combustível para atuar junto ao sistema common-rail de injeção direta. “A corrente possibilita introduzir novas tecnologias”, reconhece Guiotoku.

Não, porque a escolha varia conforme o projeto. Boa parte dos modelos de entrada de GM, Fiat e Volks usa a peça de borracha, mesmo em motores modernos, como o 1.0 TSI usado em Up!, Polo e Virtus.

Já a Fiat adotou corrente no Firefly 1.0 6V (Mobi, Uno e Argo), mas mantém a correia na família Fire. Já a Ford garante que a correia dentada lubrificada dos retrabalhados motores 1.0 três cilindros do Ka dura até os 240.000 km.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

15 ABR

Volkswagen apresenta SUV elétrico para enfrentar Tesla na China

A Volkswagen apresentou em prévia do Salão de Xangai o conceito de um SUV elétrico para concorrer com a Tesla no mercado chinês a partir de 2021. É o mais recente movimento na agressiva estratégia de crescimento da montadora alemã na China, onde veículos elétricos recebem tratamento preferencial do governo. Veja o que será destaque no Salão de Xangai O ID Roomzz terá três filas de assentos e autonomia de até 450 km, além de permitir "condução autônoma de nível 4",... Leia mais
15 ABR

QUATRO RODAS faz Puma GT 4R ganhar asas no Red Bull Ladeira Abaixo 2019

Parece que o repórter Henrique Rodriguez se divertiu um bocado durante a descida (Paulo Campo Grande/Quatro Rodas)A chuva não impediu a diversão na rua da Consolação, centro de São Paulo (SP). A autoproclamada corrida mais maluca do mundo levou mais de 30 mil pessoas à ladeira paulistana no último sábado (15).O Red Bull Ladeira Abaixo, versão nacional do tradicional Soapbox Race, é organizado pela empresa de energéticos mundo afora. E a edição 2019, que volta ao país após hiato... Leia mais
15 ABR

Mercedes-Benz mostra conceito do inédito GLB no Salão de Xangai

Mais uma vez a Mercedes-Benz aposta em grandes lançamentos para o Salão de Xangai, a maior feira automotiva do mundo, que começa suas apresentações nesta segunda-feira (15). Depois de mostrar o GLA em 2013, agora a marca apresenta o conceito do GLB, que deve ter sua versão final revelada em 2020. Como sugere a sequência, o GLB ficará entre os já existentes GLA e GLC, mas deverá ter uma proposta mais voltada à robustez em relação aos "irmãos". Para a concorrência,... Leia mais
15 ABR

Mercedes-Benz GLB propõe um SUV médio espalhafatoso para levar até sete

O GLB Concept mede 4,62 metros de comprimento e possui 2,82 metros de entre-eixos (Divulgação/Mercedes-Benz)Com um estilo off-road e sete lugares, eis que a Mercedes divulga como será a cara do Mercedes GLB: o conceito de um novo SUV médio.O modelo será oficialmente apresentado nesta semana no Salão de Xangai, na China. Lá, o chamado GLB não aparecerá ainda em formato definitivo, mas praticamente não mudará quando chegar ao mercado em versão de produção.Apostas da Mercedes no... Leia mais
15 ABR

Ex-presidente da Volkswagen é acusado por fraude na Alemanha no caso 'dieselgate'

A justiça alemã acelerou nesta segunda-feira (15) os procedimentos para um julgamento criminal pelo escândalo do "dieselgate", acusando de fraude o ex-presidente da Volkswagen, Martin Winterkorn, e outros quatro executivos da fabricante pela manipulação de milhões de carros a diesel a fim de driblar medidas contra a poluição. Winterkorn foi acusado por "fraude" e "violação à lei contra a concorrência desleal", informou a procuradoria de Brunswick. Ele não reagiu até o... Leia mais
15 ABR

Salão de Xangai 2019: maior feira de carros do mundo terá modelo da Xiaomi, novo Prisma e SUV da Tesla

Considerando o tamanho do mercado, não causa estranheza a China sediar o maior evento de veículos do mundo – o Salão de Xangai. O evento, que começa nesta segunda-feira (15) para a imprensa, abrirá as portas ao público na próxima quinta-feira (18). Acompanhe a cobertura no G1. O país é o maior mercado automotivo do mundo. Em 2018, foram vendidos 28 milhões de veículos novos. Como comparação, o Brasil emplacou, no mesmo período, cerca de 2,5 milhões de unidades – 11... Leia mais