A Nissan considera pedir indenização contra o brasileiro Carlos Ghosn por má conduta financeira, afirmou a acionistas nesta segunda-feira (8) o presidente-executivo da montadora japonesa, Hiroto Saikawa.
O executivo também disse em uma reunião extraordinária de acionistas que o escândalo, que resultou na prisão do executivo por duas vezes em Tóquio, "não é uma questão que podemos consertar do dia para a noite".
A declaração de Saikawa é a primeira desde o início do escândalo, em novembro, e ocorreu antes de os acionistas aprovarem a destituição de Ghosn do conselho de administração da Nissan.
Ghosn liderou a montadora japonesa por duas décadas e foi dispensado do cargo em 22 de novembro, três dias após ser preso pela primeira vez em Tóquio, mas continuou como membro do conselho até que a decisão fosse ratificada hoje.
O brasileiro resgatou a Nissan da falência há duas décadas e forjou uma aliança mundial com a francesa Renault e a também japonesa Mitsubishi, uma das maiores do setor automotivo, mas caiu em desgraça no Japão após a sua primeira prisão.
O brasileiro, que também tem cidadania francesa e libanesa, foi preso novamente na quinta-feira (4) devido ao "risco de destruição de provas", segundo a Promotoria japonesa. A Justiça estendeu a detenção do executivo até domingo.
Ghosn diz ser inocente de todas as acusações e afirma ser vítima de um golpe. Seus advogados dizem que sua segunda prisão foi uma tentativa de amordaçá-lo, pois ocorreu um dia após o executivo ter anunciado que concederia uma coletiva de imprensa na quinta (11).