Carole Ghosn, esposa do ex-chefe da Nissan e da Renault Carlos Ghosn, afirmou que governo francês "deveria fazer mais" para ajudar seu marido, que voltou a ser preso na quarta (3), segundo o jornal "Financial Times".
"Eu acho que o governo francês deveria fazer mais por ele. Eu não acho que eles fizeram o suficiente. Eu não acho que ele teve apoio suficiente e ele está pedindo por assistência. Como cidadão francês, deveria ser um direito", afirmou Carole ao jornal.
A declaração ocorre após o executivo brasileiro, que tem cidadania francesa, libanesa e brasileira, dizer que é inocente e pedir ajuda ao governo Macron. "Peço ao governo francês que me defenda e defenda meus direitos como cidadão", afirmou Ghosn em entrevista exibida nesta quinta (4) nas emissoras de televisão francesas TF1 e LCI. "Sou inocente."
Após a divulgação da entrevista, o chanceler francês, Jean-Yves Le Drian, disse no sábado (6) que pediu para o seu colega japonês, Taro Kono, o respeito ao direito de proteção consular e à presunção de inocência do executivo.
"Eu falei duas coisas: que a França respeita totalmente a soberania e a independência da justiça japonesa, mas também recordei nosso compromisso com o respeito à presunção de inocência e à plena aplicação da proteção consular", afirmou Le Drian.
Ghosn, que passou 108 dias preso provisoriamente e foi liberado após pagar fiança equivalente a R$ 33,8 milhões no dia 6 de março, mas voltou a ser detido nesta semana devido a novas suspeitas de fraude.
O brasileiro foi preso pela segunda vez devido à existência de um "risco de destruição de provas", segundo a Promotoria japonesa, e um tribunal de Tóquio prorrogou sua detenção até o dia 14.