Os funcionários da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP) encerraram nesta terça-feira (2) uma greve que já durava 42 dias, desde o anúncio da fabricante de encerrar as operações no local.
A unidade do ABC paulista é responsável pela produção do Fiesta e da linha de caminhões. Todos esses modelos serão descontinuados até o fim do ano.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, o fim da paralisação é uma "estratégia de luta".
Também segundo o sindicato, com o fim da greve, a produção será retomada com dois dias de trabalho por semana. Antes da greve, os funcionários estavam trabalhando três dias.
Até o fechamento da unidade, serão produzidos 1.700 unidades do Fiesta e 843 exemplares de caminhões.
Tentativa de venda
“Para a fábrica interessa produzir, pois tem compromissos comerciais. De nossa parte, nos interessa que os investidores tenham como conhecer o funcionamento da fábrica, como é o processo de produção e, principalmente, a qualificação dos trabalhadores”, disse Santana, em assembleia.
O retorno da produção pode ser importante para que a venda da fábrica para outra empresa possa ser concluída.
Na última sexta-feira (29), a Ford se reuniu com o governador do estado, João Doria e com representantes do sindicato. Na ocasião, foi assinado um termo de sigilo com um grupo interessado em adquirir a fábrica de São Bernardo, a mais antiga da Ford em operação no país.
Até o momento, a Caoa, empresa que possui concessionárias da marca, além de ser parceira da chinesa Chery, se mostrou interessada em comprar a fábrica.
Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa da Caoa afirmou que não tem informações sobre o caso.