– (Divulgação/Marco de Bari/Quatro Rodas)
Todo 1º de abril é a mesma coisa: veículos de imprensa, fabricantes e até seu colega de trabalho contam as mais diferentes lorotas por conta do dia da mentira.
Para variar, QUATRO RODAS resolveu ir pelo caminho contrário: elegemos as verdades mais improváveis do mundo automotivo.
Tem de tudo: carro velho sendo feito junto com novo, recall por causa de voz do GPS e até acessório antiquado em carro moderno. Veja algumas desses casos a seguir:
Moderno, o Palio nem parecia ser feito no mesmo ano do Fusca (Divulgação/Fiat)
Lançado em abril de 1996, o Fiat Palio marcava uma nova era pra marca no Brasil. Com tecnologia de ponta, o hatch estreou simultaneamente por aqui e na Europa com tecnologias inéditas no segmento, como freios ABS e airbag duplo frontal.
Diametralmente oposto ao Fusca, que havia sido ressuscitado em 1993 pelo então presidente Itamar Franco e ainda ficaria em linha até junho daquele ano.
Ainda que a Volkswagen tenha se esforçado em atualizar seu popular, o motor carburado, o freio sem assistência por hidrovácuo e o câmbio de quatro marchas deixavam claro a defasagem do projeto em relação à concorrência.
CD Player e leitor de cassete em um só sistema: realidade em 2005 (Marco de Bari/Quatro Rodas)
A terceira (e última) geração do Vectra chegou ao Brasil em 2005 com polêmicas desde sua estreia. Isso porque o icônico sedã deixou de acompanhar seu homônimo europeu e passou a ser uma versão nacional do Astra alemão.
Além disso, o Vectra chegou em um momento de transição de tecnologia de áudio: as fitas cassetes já estavam em fim de vida, mas ainda havia aqueles que não migraram pro Compact Disc — ou simplesmente CD.
A solução da GM foi incomum: lançar um enorme sistema de rádio capaz de ler tanto fitas “K7” quanto CDs. A solução foi prática, mas teve duração curta. Pouco tempo depois o Vectra se rendeu à modernidade e passou a ler somente discos.
Montana: corpinho de 2010, alma de 1994 (Divulgação/Chevrolet)
A Chevrolet Montana como conhecemos foi lançada em 2010, há “somente” oito anos. A picape, porém, deriva do Agile — que, por sua vez, usa a plataforma do primeiro Corsa nacional.
O hatch chegou no Brasil em 1994 causando tanto rebuliço que o presidente da GM à época precisou ir à TV pedir às pessoas que não pagassem ágio pelo carro, que já tinha fila de espera.
Mesmo com o mesmo motor do Corsa 1.4 do século passado, a Montana não gera a mesma atração e basicamente resiste ao mercado por conta do bom custo-benefício para frotistas e pequenos comerciantes.
O 911 GT2 RS teve quatro unidades extras para superar os modelos perdidos em um naufrágio (Divulgação/Porsche)
A história é recente, mas tão surpreendente que vale a pena relembrar. Por conta de um naufrágio que transportava os últimos quatro 911 GT2 RS 991.2, a Porsche resolveu retomar a produção do esportivo.
O modelo, que já havia saído de linha, terá outras quatro unidades produzidas para atender a clientes exclusivos que pagaram entre R$ 2,3 e R$ 2,5 milhões pelo supersportivo de 700 cv.
Uma honraria que nem mesmo os mais milionários proprietários de Porsche tiveram.
O Pinto sofria com batidas por trás (Divulgação/Ford)
O Pinto (nome de um tipo de cavalo na América do Norte) foi lançado em 1971 com um conceito perigoso para os dias atuais, mas comum à época: o tanque de combustível ficava logo após o para-choque traseiro.
O motivo disso soar estranho atualmente é porque até mesmo a menor colisão traseira pode romper o compartimento e desencadear um perigoso incêndio.
Claro que essa característica de projeto refletiu-se em uma série de acidentes, alguns fatais, envolvendo batidas traseiras.
O problema é que a Ford resolveu mensurar o que valia mais a pena: pagar as vítimas do Pinto ou fazer um recall para reparar todas as unidades.
A mórbida matemática era desfavorável aos clientes, até que um documento desse cálculo vazou, desencadeando uma série de ataques e processos de clientes e governo contra a Ford.
Felizmente isso fez com que a Ford promovesse um recall envolvendo o hatch, salvando muitas outras vidas. Por outro lado, parece que a indústria ainda não aprendeu com a história, como ocorreu com a Takata décadas depois.