Novidades

26 MAR

Honda Accord 2019: primeiras impressões

No mundo automotivo, “sleeper” é o termo usado para definir carros que, de sonolentos, só têm a aparência. Em outras palavras, lobos em pele de cordeiro.

O rótulo se encaixa perfeitamente na 10ª geração do Honda Accord, lançada no Brasil no Salão do Automóvel, em novembro passado. Quem olha para o sedã de linhas clássicas e claramente inspiradas no Civic não imagina do que o modelo é capaz.

Ainda que a Honda não divulgue oficialmente a aceleração de 0 a 100 km/h, nem a velocidade máxima, o sedã de quase 5 metros é capaz de cumprir a prova em cerca de 6,5 segundos, e alcançar mais de 250 km/h de velocidade máxima, segundo medições feitas no exterior.

Menor e mais eficiente

As marcas, impressionantes para um veículo deste tamanho, vêm de um motor relativamente compacto, apesar de o enorme capô sugerir um propulsor igualmente grande.

O 2.0 de 4 cilindros com turbo substitui o veterano V6 3.5 aspirado. São 256 cavalos e 37,7 kgfm de torque, comandados por um câmbio automático de 10 marchas.

Curiosamente, o novo Accord é 24 cv menos potente do que o modelo antigo. O torque, porém, é 3,1 kgfm maior, além de estar disponível em faixa de rotações mais ampla, entre 1.500 e 4 mil rpm.

As duas dúzias de cavalos não fazem diferença no desempenho, até porque o sedã está mais leve. De quebra, o motor menor é mais eficiente. Segundo o Inmetro, o Accord 2019, que só "bebe" gasolina, faz 9 km/l na cidade e 12,3 km/l na estrada, contra 7,8 km/l e 12 km/l do anterior, nas mesmas condições.

Entre dois mundos

Ficou interessado? Aqui vai uma notícia não muito animadora. O Accord é vendido em versão única, importada dos Estados Unidos, e custa R$ 198.500.

A proximidade dos R$ 200 mil coloca o Honda em posição delicada diante de seus concorrentes mais próximos. Apesar de ser bem mais barato do que o rival histórico, Toyota Camry (R$ 206.200), custa mais do que Ford Fusion Titanium (R$ 179.900) e Volkswagen Passat (R$ 164.620).

O Accord também “compra” briga com concorrentes menores, mas do segmento de luxo, como Mercedes-Benz Classe C, Audi A4 e BMW Série 3, todos com versões abaixo de R$ 200 mil.

'Civicão'

O G1 avaliou por uma semana a 10ª geração do sedã. Durante este período, em mais de uma ocasião, curiosos questionaram se tratava-se do novo Civic.

Desconsiderando a gritante diferença de tamanho entre os dois, é possível traçar vários pontos de ligação entre os “irmãos”, principalmente na dianteira. Vale lembrar que o Accord foi lançado quase dois anos depois do Civic.

A barra cromada que percorre toda a dianteira, chegando até as laterais dos faróis e as próprias, e o recorte reto do capô são bastante parecidos. Até as lentes possuem formato semelhante.

O perfil de cupê não só foi reproduzido no Accord como também aprimorado. A queda do teto no sedã grande se prolonga praticamente até a tampa do porta-malas, enquanto o Civic possui uma interrupção mais brusca.

O visual é complementado por diversos cromados. O mais estiloso deles começa na coluna C e percorre toda a moldura superior das janelas.

Entrando no Accord, a cabine conservadora deixa claro que as semelhanças com o Civic ficaram restritas ao exterior.

O ambiente transmite sofisticação e agrada pela boa combinação de texturas e montagem com esmero.

Blefe

Ao dar a partida, o motor 2.0 se comporta de forma mansa, como quem acabou de despertar numa manhã de segunda-feira. Puro blefe.

Percorridos alguns quilômetros, o Accord instiga o motorista a dirigir mais e mais. Uma boa posição de guiar, aliada ao baixo centro de gravidade, volante de diâmetro reduzido, direção firme e suspensão rígida formam um conjunto que combinariam mais com carros esportivos.

Por isso, dirigir o Accord é ter uma agradável surpresa. O comportamento dinâmico é excelente para um sedã executivo. Isso inclui acelerações, precisão nas respostas da direção e freios que transmitem segurança.

Tudo sem comprometer o conforto dos ocupantes. Rodando a 120 km/h, por exemplo, mal se ouve barulho de motor – no máximo algum ruído de pneu – fruto de um ótimo trabalho de isolamento acústico feito pela Honda.

“Maestro” do conjunto mecânico, o novo câmbio automático de 10 marchas promove trocas bastante suaves, e sempre no tempo certo. Nesta geração, a Honda trocou a alavanca convencional por botões. A adaptação é rápida, e não exige grandes sacrifícios.

A Honda ainda oferece três modos de condução: além do convencional, há um esportivo e outro que privilegia o consumo de combustível.

Espaço farto

A montadora conseguiu melhorar o aproveitamento de espaço no Accord. Mantendo os 4,88 metros de comprimento da geração anterior, o entre-eixos ganhou 5,5 cm, chegando a 2,83 m. A largura é de 1,86 m e a altura é de 1,45 m. O porta-malas também está entre os melhores do segmento, com 574 litros.

Com estas medidas, até jogadores de vôlei e basquete conseguirão se acomodar com conforto.

Só que quem vai atrás terá que se contentar com o gosto dos ocupantes da frente para a temperatura do ar-condicionado. O Accord não possui uma zona independente de regulagem para o banco traseiro, como acontece nos rivais.

Fora isso, é muito bem equipado. Conta com central multimídia de 8 polegadas com conexões Android Auto e Apple CarPlay, quadro de instrumentos digital e configurável, bancos de couro com ajustes elétricos para motorista e passageiro, teto solar, câmeras de ré e no retrovisor direito, 8 airbags, carregador por indução, acesso e partida por chave presencial, sensores de chuva e luz, com farol alto automático, head-up display e faróis full-LED.

O sedã ainda é o responsável por estrear o pacote de condução semiautônoma Honda Sensing no Brasil, que inclui controle de velocidade de cruzeiro adaptativa (mantém a velocidade e a distância para o veículo da frente), alerta e correção de mudança de faixa e frenagem automática de emergência.

Vale o que custa?

Esta é a pergunta decisiva. A tabela de preços da Mercedes-Benz indica que um C180 Exclusive sai por R$ 188.900. Já a Audi vende seu A4 Ambiente por R$ 197.990, praticamente o mesmo preço do BMW 320i M Sport Plus, de R$ 197.950 (modelo que está saindo de linha).

Mesmo se tratando de sedãs de fabricantes "premium", o trio oferece nível de equipamentos inferior. Nenhum, por exemplo, tem as tecnologias semiautônomas.

A motorização também é menos potente: 2.0 de 184 cv e 190 cv no BMW e Audi, respectivamente, e 1.6 de 156 cv no Mercedes.

O custo para manter estes sedãs é outro bom indicativo do abismo que separa fabricantes "generalistas" das consideradas premium.

Enquanto as 5 primeiras revisões do Accord saem por R$ 2.951, a Mercedes cobra R$ 8.450 e a Audi R$ 9.314 para os serviços de C180 e A4, respectivamente.

A BMW não informa valores para o Série 3, e afirmou que “os veículos não têm um tempo pré-determinado para visitar a oficina”, já que possuem um sistema “que somente acusa a necessidade de troca de algum componente quando este está realmente no fim da vida útil”.

O Accord também leva a melhor nos custos de manutenção na comparação com Fusion (R$ 4.214), Camry (R$ 3.505) e Passat (R$ 3.200), mas não se sobressai em termos de equipamentos ou desempenho na comparação com o trio.

Conclusão

Se falar mais alto o lado do garoto propaganda de um BMW Série 3, e o status for a principal razão de compra, o Accord não é a escolha. Mas, se o objetivo é ter um veículo extremamente confortável, tecnológico e com bom desempenho, o sedã japonês estará esperando de portas abertas, cheio de virtudes.

Fonte: G1

Mais Novidades

15 JAN
Atenção, Hilux e L200: Jeep Gladiator é nova picape referência em off-road

Atenção, Hilux e L200: Jeep Gladiator é nova picape referência em off-road

Portas removíveis e para-brisa que pode ser dobrado para frente são de série (Divulgação/Jeep)Uma polêmica divide os fãs de Toyota e Mitsubishi: qual é a picape mais off-road do Brasil, Hilux ou L200? Não vou pôr a mão nesse vespeiro, mas vou decidir a questão de outro modo: as duas dificilmente venceriam a nova Jeep Gladiator num desafio fora de estrada.Quase tudo foi projetado para levá-la a um nível acima das demais quando se fala em desbravar caminhos. A sofisticação do... Leia mais
14 JAN
Kia Rio traz motor de HB20 e Creta para brigar com Polo e Onix a R$ 68.990

Kia Rio traz motor de HB20 e Creta para brigar com Polo e Onix a R$ 68.990

Após 20 anos de espera, Kia Rio finalmente vai estrear no Brasil (Divulgação/Kia)Não é de hoje que a Kia tem o desejo de comercializar o compacto Rio no Brasil. Na verdade, a intenção vem desde a primeira geração, lançada no exterior em 1999. Algumas unidades chegaram a ser importadas em 2000, mas como o modelo não passou da fase de homologação, tanto o hatch como o sedã trazidos ficaram para uso interno do grupo importador da marca. Mas agora será para valer.O Rio já começou... Leia mais
14 JAN
Novo Nissan Versa será lançado em junho e terá mais de uma versão

Novo Nissan Versa será lançado em junho e terá mais de uma versão

Nova geração do Nissan Versa (Divulgação/Nissan)Quer um sedã compacto com pegada “premium”, mas não gostou nem de Chevrolet Onix Plus nem de Volkswagen Virtus nem de Hyundai HB20S? Se você esperar até junho, seus problemas talvez acabem.É para o sexto mês de 2020 que a fabricante japonesa prepara o lançamento da segunda geração do três-volumes no Brasil. QUATRO RODAS participa do lançamento global do modelo no México e obteve a informação junto a fontes da marca.A... Leia mais
14 JAN
Ram 1500 chega ao Brasil em 2020 e terá versão com sistema híbrido leve

Ram 1500 chega ao Brasil em 2020 e terá versão com sistema híbrido leve

– (NetCarShow/Reprodução)A Ram 1500 finalmente irá desembarcar no Brasil e seu lançamento será feito ainda 2020, segundo o diretor de desenvolvimento de produto da FCA na América Latina, Breno Kamei.Kamei confirmou a informação ao site Motor1 durante a CES (Consumer Eletronic Show), em Las Vegas (EUA).A novidade não para por aí: o modelo contará com três variantes de motor: 5.7 V8 a gasolina, 3.0 V6 diesel e uma versão ainda com poucos detalhes, mas que terá o auxílio de um... Leia mais
14 JAN
A Kombi picape que virou elétrica para levar réplica de um Porsche RSK 718

A Kombi picape que virou elétrica para levar réplica de um Porsche RSK 718

Estilosa e silenciosa, a Kombi elétrica faz bem para os olhos e ouvidos (Fernando Pires/Quatro Rodas)Carlos Figueiredo, 62 anos, o Carlão, é fã de carros antigos e de tecnologia. Em sua coleção de automóveis clássicos, dominada por alguns Puma GTB e réplicas de Jaguar e Porsche, destaca-se uma Kombi Corujinha picape 1975. Mas não é uma Kombi qualquer. Ela foi restaurada e construída para ser uma réplica de uma das 1.000 unidades customizadas pela preparadora holandesa Kemperink e... Leia mais
14 JAN
Toyota Corolla híbrido começa 2020 R$ 4.000 mais caro e chega a R$ 135.000

Toyota Corolla híbrido começa 2020 R$ 4.000 mais caro e chega a R$ 135.000

Corolla Altis Premium Hybrid chegou a ter vendas suspensas ano passado, tamanho o número de pedidos (Fernando Pires/Quatro Rodas)A Toyota aproveitou a virada de ano para reajustar os preços de praticamente toda sua linha.Grande lançamento da marca no ano passado, o novo Corolla teve aumento nos preços de todas as suas versões.Versão de entrada, GLi, teve reajuste menor, de R$ 2.000 (Fernando Pires/Quatro Rodas)A de entrada, GLi, por exemplo, foi de R$ 99.990 em dezembro para R$ 101.990... Leia mais