Fã de Boyd Coddington, o brasileiro Donizete Costalonga já construiu mais de 50 hot rods (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
Todo adolescente tem o seu grande herói. Na maioria das vezes, um personagem de história em quadrinhos ou de um filme que toma conta do nosso imaginário.
Mas para Donizete Costalonga, construtor de hot rods, hoje com 48 anos, o herói de infância foi Boyd Cod-dington, considerado por muitos como o rei desse tipo de automóvel.
Costalonga só não imaginava que, anos depois, seu ídolo continuaria sendo sua fonte de inspiração. Desenhado, executado e lançado por Donizete, um roadster amarelo, batizado Coadster, foi feito em homenagem ao americano, falecido em 2008.
Motores V8 são quase que obrigatórios nos hot rods projetados por Costalonga (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
“Desde criança, lia tudo o que encontrava sobre as criações de Boyd Coddington. Foi com ele que aprendi a gostar de hot rods”, relembra.
A primeira oficina de Donizete, a Costalonga Hot Rods, surgiu quando ele tinha 16 anos, logo após sofrer um acidente de moto que lhe custou a perda da perna direita.
Referindo-se à Body Coddington, Donizete diz: “Foi com ele que aprendi a gostar de hot rods” (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
Apesar de algum conhecimento sobre o assunto, nos primeiros anos da oficina, Donizete precisou de uma boa dose de intuição. E sorte também.
“Para terminar meu primeiro projeto, que teve como base a carroceria de um Ford da década de 30, precisava amarrar o carro nos postes de luz para que os catadores de ferro-velho não a levassem embora”, diz, recordando o tempo em que, por falta de espaço, guardava suas criações na rua.
Hoje, a oficina, que fica em Santo André (SP), conta com muito mais espaço para atender à demanda. Mais de 50 carros já foram feitos na Costalonga Hot Rods e enviados para todo o Brasil.
“Nenhum projeto é igual ao outro. Todos têm características, processos e personalidade próprios, mesmo sendo do mesmo ano ou marca”, diz Donizete.
As criações de Donizete seguem uma decoração padrão ferrugem (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
Costalonga conta que seus projetos têm participação direta dos donos e que o valor final depende do gosto – e do bolso – de cada um, mas partem de R$ 100.000. “O hot rod mais valioso que já fiz foi também o mais complexo, um Corvette 1958, batizado como Black Bird”, diz.
Além de desafiador, o projeto Black Bird deu notoriedade ao construtor entre os amantes da cultura hot rod.
“Em 2005, ele ganhou um troféu por ter se destacado no Encontro de Carros Antigos de Águas de Lindoia, interior de São Paulo”, diz Donizete, todo orgulhoso pelo reconhecimento oficial de sua criação.