O mecanismo da chave fica embutido no relógio (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Desde 2018 é possível comprar um carro que pode ser aberto pelo relógio e que não seja um Aston Martin.
A Key Band estreou no mercado com o Hyundai Creta 1 Million, mas em fevereiro deste ano o acessório passou a ser oferecido a qualquer proprietário da versão 2.0 Prestige do SUV.
QUATRO RODAS avaliou em primeira mão o acessório, que será vendido por R$ 999 e pode ser usado tanto em modelos novos quanto usados.
Leve, o relógio usa pulseira de borracha (Fernando Pires/Quatro Rodas)
O truque da Key Band é simples. Ela é basicamente um smartwatch simples com os equipamentos da chave presencial oferecida de série em todo o Creta 2.0 Prestige.
Isso exige que ela “converse” com o carro, um processo que só o concessionário pode fazer. O procedimento, no entanto, está incluso no preço da Key Band.
A tela monocromática tem boa resolução, mas mostra poucas informações. (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Visualmente o relógio destoa dos smartwatches oferecidos no mercado, com uma tela monocromática e recursos escassos.
A tela, porém, se apaga sozinha e não é tão fácil fazê-la acender (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Além, claro, de mostrar as horas, o equipamento só mede a quantidade de passos que você dá e as calorias gastas no processo. E essas informações são acessíveis somente por meio de um aplicativo de celular que se comunica com a Key Band por bluetooth.
Um aplicativo permite monitorar o quando você andou em um dia (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)
O uso da Key Band dispensa qualquer manual de instrução. Basta usá-la e abrir o carro da mesma maneira do que se você usasse a chave presencial.
O sistema da Hyundai, porém, não é tão rápido e exige que um botão seja pressionado, ao contrário de modelos mais modernos dotados de maçanetas sensíveis ao toque.
Isso torna o mecanismo de abertura do carro um pouco mais lento. São décimos de segundo que não fazem diferença alguma no dia a dia, mas que serão lembrados quando você precisar entrar rápido no Creta em um dia de chuva intensa.
Outro problema é que, ao contrário do Jaeger LeCoultre que destranca o Aston Martin DBS, o relógio do Creta não possui comandos para destravar ou travar o veículo a distância.
Ou seja: ele tem menos recursos do que a chave presencial convencional.
A estreia da Key Band aconteceu na série especial 1 Million (Divulgação/Hyundai)
E até mesmo para executar a mais trivial de suas funções a Key Band engasga.
Sua tela de LCD só acende quando o usuário gira o pulso, fazendo o movimento para ver as horas. Só que nem sempre isso funciona, o que dificulta o ato de checar o horário.
Um aspecto positivo é a duração da bateria. Em nosso teste ela durou quase uma semana.
Ainda que esse número seja ruim em relação a qualquer relógio digital, ele supera muitos dos smartwatches modernos, que por vezes sofrem para aguentar um dia inteiro de uso.
A iniciativa da Hyundai de oferecer um recurso tão incomum no Brasil é louvável, mas a aplicação da Key Band é bem limitada.
Ela funciona para o dia a dia, mas pouco adiciona a quem já usa a chave presencial (e ainda tem limitantes ausentes do sistema convencional).
Fica difícil justificar o gasto de R$ 1.000, mas vale negociar um desconto ou até brinde com o concessionário no ato da compra do carro.