Novidades

13 MAR

Fechamento de fábrica da Ford na França tem indenização milionária

Enquanto os trabalhadores da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo lutam por um acordo de fechamento da unidade que preserve os seus empregos, na França, essa batalha parece perdida, embora com contrapartidas milionárias para os funcionários e o Estado francês.

Os projetos de reestruturação mundial da Ford incluem o encerramento das atividades de uma usina em Blanquefort, perto de Bordeaux, na França.

A montadora americana apresentou um plano de demissão voluntária que oferece cursos profissionalizantes para os 850 funcionários e uma indenização média de 190 mil euros para cada empregado, além de um ressarcimento no valor de 20 milhões de euros ao Estado francês.

O dinheiro deve ser investido na unidade, que atualmente produz caixas de câmbios, de modo a reindustrializar o local para poder receber uma nova empresa. Já faz 10 anos que a fabricante não esconde o projeto de fechar a unidade de Blanquefort.

Na época, a tentativa de revenda da usina fracassou, numa negociação que impactou na disponibilidade da Ford de negociar uma transição.

“Agora, a Ford diz: chega! Essa unidade não faz mais parte dos planos industriais e não quero cedê-la a um comprador, no qual eu não tenho confiança, para não ser acusada de nada no futuro. Então prefiro fechar a usina pura e simplesmente”, comenta o economista francês Elie Cohen, diretor de pesquisas do prestigiado CNRS (Centro Nacional de Pesquisas Científicas).

Incentivos não deram resultados

No total, desde 2011, o governo da França desembolsou mais de 10 milhões de euros em incentivos para a Ford não fechar as portas, sem sucesso. Desta vez, o braço de ferro entre a montadora e o Estado durou dois meses, entre o anúncio do fechamento e a conclusão da negociação, em um acordo comemorado pelo Ministério da Economia, no início de março.

“O problema ocorre quando uma empresa viola deliberadamente os compromissos que assumiu e não respeita os termos do contrato que liberou os subsídios. Só que a Ford cumpriu todos acordos que firmou, em contrapartida à ajuda pública que recebeu”, afirma Cohen. “Você pode ter certeza de que, se ela tivesse rompido uma única clausula, o Estado francês teria exigido o reembolso.”

Já o delegado sindical Philippe Poutou, que representa os funcionários da Ford Aquitaine, não está satisfeito com o acordo. Ele avalia que o governo ainda pode pressionar mais pela manutenção dos postos de trabalho, ao incluir a revenda da fábrica na negociação. Uma proposta feita pelo grupo belga Punch, em fevereiro, foi recusada pela Ford.

“Ouvimos muita gente dizer que o plano social é bom. A Ford argumenta isso e o governo tem tendência a concordar, mas é uma aberração porque, dependendo da idade que temos, se formos para a rua, ficaremos numa situação terrível”, protesta Poutou. “Para a gente, o que importa é manter o emprego e o papel do Estado é fazer de tudo para encontrar uma solução.”

Governo brasileiro “lava as mãos” para saída da Ford

No Brasil, a reivindicação dos sindicatos é semelhante: 2,8 mil empregos diretos estão ameaçados. A Ford confirmou que três grupos estão interessados na aquisição dos ativos em São Bernardo. Já o governo, interlocutor-chave nas negociações, por enquanto adotou a política de “lavar as mãos” no caso, observa o economista David Kupfer, professor da UFRJ.

“Se o diagnóstico dominante no governo é mais liberal, com menos intervenção do Estado e menos financiamento público do investimento e da produção industrial, e menos incentivos e renúncias fiscais etc, não quer dizer que a indústria possa ou deva ser abandonada à própria sorte, afinal ela não é irrelevante”, analisa o professor. “Era de se esperar uma postura mais ativa do governo na tentativa de negociar uma decisão menos onerosa à sociedade e à economia brasileira.”

Outro fator ainda mais importante a impactar no caso brasileiro é o enfraquecimento dos sindicatos nos últimos anos, ressalta Kupfer. “Eu acho que a grande diferença, nesse plano mais direto, entre o que ocorre na França e no Brasil é a capacidade de negociação dos sindicatos.

Eles ficaram dependentes de um financiamento compulsório, que foi retirado por lei, e agora eles estão, de fato, em uma posição de muita fragilidade, ainda mais num quadro de desemprego e recessão”, observa o economista brasileiro.

O professor da UFRJ cita ainda a ausência de uma nova política industrial para o setor automotivo, desde que a crise colocou um freio nas vendas de carros, e a própria reestruturação do setor em nível mundial. A transição para veículos elétricos e autônomos mal começou no país e é o que tem levado as multinacionais a rever toda a sua estratégia de crescimento nas próximas décadas.

Fonte: G1

Mais Novidades

22 AGO
Novo Honda Civic Si tem câmbio mais curto e simula ronco de motor

Novo Honda Civic Si tem câmbio mais curto e simula ronco de motor

Com poucos detalhes externos, novo Civic Si recebe mais tecnologia para segurança (Divulgação/Honda)A Honda revelou a linha 2020 do Civic Si, tanto o coupé quanto o sedã. O esportivo fabricado no Canadá tem mudanças que melhoram sua aceleração a segurança, e pequenas alterações na carroceria.Vale deixar claro que a Honda não fez qualquer alteração no motor do Si. O 1.5 turbo continua com 208 cv e 26,5 mkgf. No entanto, a transmissão foi ajustada para, de acordo com a Honda, dar... Leia mais
22 AGO
Salão Duas Rodas 2019 abre venda de ingressos a partir de R$ 17

Salão Duas Rodas 2019 abre venda de ingressos a partir de R$ 17

A organização do Salão Duas Rodas 2019 anunciou o início da venda de ingressos para o evento, que acontece entre os dias 19 e 24 de novembro, no São Paulo Expo. O primeiro lote tem entradas que custam entre R$ 17 e R$ 55. Veja todos os preços abaixo: Terça-feira – R$ 35 (inteira)/ R$ 17 (meia)Quinta e sexta – R$ 45 (inteira)/ R$ 22,50 (meia)Quarta, sábado e domingo – R$ 55 (inteira)/ R$ 27,50 (meia) É importante lembrar que esses preços são válidos apenas para... Leia mais
22 AGO
Audi A3 Sedan ganha série limitada comemorativa por R$ 149.990

Audi A3 Sedan ganha série limitada comemorativa por R$ 149.990

A Audi apresentou uma edição especial do A3 Sedan para comemorar os 25 anos da marca no Brasil. Limitada a 600 unidades, a versão parte de R$ 149.990. Batizada de Prestige Plus 25 Anos, a série tem como destaque o acabamento mais refinado e a lista de equipamentos mais extensa. O motor é sempre o 1.4 turbo flex de 150 cavalos de potência com câmbio automático de 6 marchas. O interior tem detalhes cromados e em aço escovado, além de bancos esportivos de couro e volante... Leia mais
22 AGO
Top Ten: estes 10 nomes de carro são tão fortes que viraram marcas

Top Ten: estes 10 nomes de carro são tão fortes que viraram marcas

SRT (Street e Racing Technology) Viper (Acervo/Quatro Rodas)A sigla SRT (Street e Racing Technology) imortalizou os esportivos da Dodge, Jeep e Chrysler, como o Viper – era como se chamava a versão apimentada do cupê. Em 2013, na quinta geração, o nome ganhou vida própria e o modelo virou SRT Viper. Após dois anos, advinha quem voltaria a ser apenas uma divisão esportiva da Dodge?Cupra deixou de ser apenas um modelo esportivo da Seat e se tornou a linha esportiva da... Leia mais
22 AGO
Volvo vai vender versões híbrida e elétrica do SUV XC40 no Brasil

Volvo vai vender versões híbrida e elétrica do SUV XC40 no Brasil

SUV de entrada da Volvo terá versão híbrida em 2020 (Divulgação/Volvo)Dona da maior oferta de modelos plug-in do Brasil, a Volvo prepara novas novidades para sua gama híbrida – além de planejar sua estreia no Brasil entre os carros elétricos.As informações foram divulgadas em primeira mão por Luis Resende, presidente da Volvo para a América Latina e Caribe, durante o lançamento do sedã S60 – que também terá uma versão híbrida recarregável em tomadas (PHEV).XC40 Twin... Leia mais
22 AGO
Teste do especialista: qual aplicador de pretinho no pneu brilha mais?

Teste do especialista: qual aplicador de pretinho no pneu brilha mais?

Pretinhos de pneu: Cadillac, Kers e Mills. (Renato Zimmerman/Quatro Rodas)De que adianta ter um ótimo pretinho para pneu se não tem como usá-lo da melhor maneira? Entre as dezenas de opções de aplicadores à venda nas lojas, escolhemos as três mais conhecidas. Sob a batuta do empresário Osmar Luongo, elas encararam uma semana de testes. “O Mills deixou a desejar pela falta de um apoio para manusear o aplicador e porque a espuma se rasgou. Kers e Cadillac foram bem, mas este último... Leia mais