A Ford confirmou nesta quarta-feira (13) que está cortando um número não especificado de empregos nos Estados Unidos como parte de uma reorganização global anunciada no ano passado e que incluiu um fechamento de fábrica no Brasil.
Said Deep, porta-voz da companhia, se recusou a dizer quantos empregos estão sendo cortados, mas disse que a empresa espera que o processo seja concluído até o fim de junho. Ele disse que a reestruturação "resultou em algumas separações de empregados assalariados e na realocação de outros".
A Ford informou no ano passado a reorganização de sua força de trabalho global, o que resultará em redução de pessoal, e isso vai variar de acordo com a equipe e o local.
No mês passado, a Ford disse que fechará sua fábrica mais antiga no Brasil, em São Bernardo do Campo (SP), deixando de produzi caminhões e veículos comerciais na América do Sul, uma medida que envolve mais de 2.700 empregos.
A Ford disse que a reorganização global envolverá milhares de empregos e possíveis fechamentos de fábricas na Europa e resultará em US$ 11 bilhões em encargos.
Em janeiro, o presidente-executivo da Ford, Jim Hackett, disse aos funcionários que 2018 tinha sido "medíocre" e acrescentou que era "hora de enterrar o ano (2018) em um túmulo profundo, chorar o que poderia ter sido e se tornar super focado em atingir e exceder o plano deste ano".
As montadoras estão reduzindo custos em meio a temores de uma desaceleração nas vendas de automóveis.
A General Motors está suspendendo a produção em cinco fábricas na América do Norte e cortou cerca de 8 mil empregos, ou 15% de sua força de trabalho administrativo.
GM e Volkswagen
Além da Ford, General Motors e Volkwagen também anunciaram grandes cortes de empregos em busca de melhores resultados financeiros.
A General Motors (GM) anunciou no fim do ano passado um plano para fechar fábricas e demitir trabalhadores na América do Norte.
No Brasil, onde é líder em vendas com a marca Chevrolet, a GM tem negociado redução de salários, entre outras medidas. O presidente para a região chegou a alertar funcionários sobre 'momento crítico que exige sacrifícios de todos'.
O Grupo Volkswagen afirmou que vai cortar empregos a fim de acelerar o lançamento de carros elétricos e reverter queda em margens de lucro. A companhia divulgou que houve uma queda nas margens de lucro das marcas Volkswagen, Skoda, Audi e Porsche no ano passado.
Como motivos, citou investimentos para reorganizar fábricas, movimentos cambiais adversos e a desaceleração das vendas, desencadeada por novos testes para certificação de níveis de emissões de poluentes.
A Ford já havia anunciado o fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo (SP), a mais antiga da montadora no Brasil. Com ela, encerrará a produção de caminhões na América do Sul, o que a empresa justificou como "um importante marco no retorno à lucratividade sustentável de suas operações" na região.
A montadora também está fazendo cortes na Europa (com direito a uma indenização milionária aos empregados na fábrica de Blanquefort, na França) e, segundo a Reuters, demitindo trabalhadores na China.
Recentemente, Ford e Volkswagen anunciaram uma aliança para produção de veículos.