A promotoria de Nanterre, na França, abriu uma investigação sobre o financiamento do casamento do brasileiro Carlos Ghosn no Palácio de Versalhes, em outubro de 2016, informou nesta segunda-feira (11) uma fonte judicial à agência France Presse.
O ex-presidente-executivo da Renault conseguiu alugar o palácio e o Grande Trianon para organizar a cerimônia, a um custo avaliado em 50.000 euros (cerca de R$ 210 mil), em troca da assinatura de um contrato entre a montadora francesa e a instituição pública que administra o prédio histórico.
A investigação, que está nas mãos do escritório francês contra a corrupção e as infrações financeiras e fiscais (Oclciff), começou depois que a Renault apontou os fatos, em fevereiro.
A defesa de Ghosn afirmou, por sua vez, que o ex-presidente da companhia "pagou todos os gastos de seu casamento", embora tenha admitido que "a sala de Versalhes foi posta à disposição sem faturamento".
O brasileiro foi detido em 19 de novembro passado, em Tóquio, acusado de fraude financeira e passou mais de 100 dias na prisão. Após pagar fiança, aguarda o julgamento em liberdade, sob uma série de restrições.
O executivo que também comandava a aliança Renault-Nissan-Mitsubishi é acusado de abuso de confiança e de ter ocultado parte de seus ganhos de autoridades da bolsa entre 2010 e 2018.