A carga rápida está lentamente crescendo no Brasil (Reprodução/Internet)
Por que a carga rápida de automóveis elétricos é veloz somente até atingir os 80%? – Bianca Casarini, Florianópolis (SC)
É para proteger as baterias de íon-lítio. Para se ter uma ideia, é como tentar encher um copo com uma torneira de alta pressão sem derrubar nenhuma gota de água para fora.
O funcionamento básico dos carregadores é o mesmo, independentemente se ele é convencional ou rápido, e isso inclui a velocidade de recarga variável.
A maioria dos veículos elétricos, como o I-Pace, têm refrigeração independente para as baterias (Divulgação/Jaguar)
O sistema aumenta a corrente elétrica aos poucos até um limite pré-programado, e o mantém pela maior parte do tempo.
No entanto, quando ele se aproxima da capacidade máxima (geralmente próximo dos 80%), o controlador passa a reduzir gradualmente a quantidade de energia que vai para o acumulador para evitar danos nas baterias.
Os carregadores rápidos “conversam” com o carro para manter o controle de carga e temperatura (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O motivo é que o íon-lítio requer mais corrente para armazenar eletricidade quando está próximo de sua capacidade máxima.
Como isso pode gerar sobrecarga – algo crítico nesse tipo de bateria –, um sistema de proteção reduz o fluxo de energia, aumentando o tempo necessário para chegar a 100%.
Outra limitação do processo de recarga rápida é o aquecimento dos fios. Por isso, empresas já desenvolveram até aparelhos com refrigeração dos cabos por líquido.
As baterias também se aquecem no processo, e podem até acionar o ar-condicionado do carro (ou um climatizador próprio) para manter as células em uma temperatura adequada.