Os funcionários da fábrica da Ford de São Bernardo do Campo, no ABC, realizaram uma manifestação contra a decisão de fechamento da montadora na manhã desta quinta-feira (7). A passeata saiu da sede do Sindicatos dos Metalúrgicos do ABC e foi até a praça da Matriz.
De acordo com o sindicato, que organizou a manifestação nesta quinta, uma comitiva da instituição irá se reunir com a direção mundial da Ford nos Estados Unidos, para debater sobre a situação.
Desde o anúncio do fechamento da Ford no mês passado, os comerciantes vizinhos à montadora, dizem já sentir os reflexos negativos do anúncio feito pela empresa.
A expectativa é que 27 mil pessoas percam seus empregos (2,8 mil funcionários da Ford, 1,5 mil terceirizados, além de 22,5 mil de setores relacionados). De acordo com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), na cidade do ABC somente o centro administrativo da empresa permanecerá funcionando, com 1.200 funcionários.
Custo da saída
A montadora prevê uma despesa extra de US$ 460 milhões (cerca de R$ 1,7 bilhão a câmbio atual) por conta do encerramento das operações.
Desses, cerca de R$ 360 milhões serão gastos na compensação de funcionários demitidos, concessionárias e fornecedores e vão impactar o caixa da empresa. Outros R$ 100 milhões estão relacionados à depreciação acelerada e amortização de ativos fixos – perda de valor de máquinas e estruturas que deixarão de ser utilizadas, por exemplo.
A Ford diz que a maior parte dessas despesas serão contabilizadas em 2019 e que os valores já estão inclusos nos US$ 11 bilhões que ela prevê gastar para reestruturar seus negócios no mundo todo. Desses, R$ 7 bilhões devem afetar o caixa.