A Toyota anunciou nesta quinta-feira (7) a aposentadoria de Steve St. Angelo, presidente-executivo da montadora para América Latina e Caribe. O japonês Masahiro Inoue, atual vice-presidente da divisão, assumirá a posição a partir de 1º de abril.
O norte-americano St. Angelo assumiu o cargo em 2013. Sob o comando dele, a Toyota investiu cerca de R$ 3 bilhões em suas instalações no interior de São Paulo.
A empresa modernizou a fábrica de Sorocaba, para a produção da família Yaris, lançada no ano passado, passou a produzir motores em Porto Feliz e agora apronta a unidade de Indaiatuba, que vai fabricar a nova geração do Corolla, no fim do ano. Uma das versões do modelo deverá ser o primeiro híbrido com motor que aceita etanol.
Carismático, St. Angelo, que esteve diversas vezes no Brasil, diz torcer para o Corinthians e chegou a tocar pandeiro e dar uma "sambadinha" no lançamento da reestilização da geração atual do Corolla, em 2017.
Sem SUVs
Em encontro com jornalistas no último dia 12, quando fez um balanço do ano passado, o executivo disse que seu "sonho" é ter no Brasil SUVs derivados dos atuais produtos da marca, como Etios, Yaris e Corolla. A Toyota é das poucas marcas que mais vendem no país a ficar de fora do segmento mais disputado, o dos SUVs compactos, menores que o RAV4, por exemplo.
Recentemente, a montadora tem brigado para se firmar entre as 4 maiores do país em vendas. Em 2018, os japoneses ocuparam a sétima colocação, com cerca de 25 mil automóveis e comerciais leves (picapes e furgões) abaixo da Ford, a quarta colocada. A General Motors continuou líder, com a Chevrolet.
“Podíamos ser o número 1 agora porque eu sei jogar esse jogo”, disse St. Angelo, na ocasião. “Mas nosso carros têm um valor de revenda fantástico. Nós gerenciamos nosso preço, nos preocupamos com um crescimento sustentável e que os nossos concessionários ganhem dinheiro”, explicou.
“Na crise, não demitimos uma só pessoa. Nós também tivemos que fechar (temporariamente) fábricas, mas aproveitamos esse tempo para treinar os funcionários. A qualidade não caiu.”
Para St. Angelo, o crescimento deve ser sustentável: “Se você cresce rápido demais, cai rápido demais também.”