Os planos da União Europeia de cortar as emissões de CO2 dos veículos e pressionar os fabricantes a aderirem às versões elétricas vão ameaçar 13 milhões de empregos na indústria automobilística europeia e beneficiar os países asiáticos, afirmou o presidente do Grupo PSA em entrevista ao jornal Le Figaro.
O Parlamento europeu e os países da UE fecharam um acordo em dezembro para cortar as emissões dos carros em 37,5% até 2030, comparado com os dados de 2021, e em 31% das vans.
"Isso vai por em risco os empregos de 13 milhões de pessoas na indústria e pode desestabilizar algumas sociedades europeias", disse Carlos Tavares, presidente-executivo da PSA, que também é o presidente da associação de fabricantes de automóveis da Europa.
Tavares elogiou o plano de Alemanha e França de incentivar a indústria europeia de baterias para carros elétricos e de reduzir a dependência de rivais asiáticos ao propor a construção de novas fábricas.
No entanto, ressaltou, algumas empresas como a Bosch estudarão o projeto e concluíram que não é lucrativo.
"Se as fabricantes europeias não venderem carros elétricos suficientes até 2020, 2025 e 2030, elas serão arruinadas pelas multas. Isso nos obriga a reservar um volume significativo de baterias com os fornecedores asiáticos", disse.