A Justiça japonesa rejeitou nesta terça-feira (5) a tentativa de promotores de manter na prisão o ex-presidente da Nissan, Carlos Ghosn, ao determinar que o brasileiro pode ser liberado com o pagamento de uma fiança de 1 bilhão de ienes, valor equivalente a R$ 33,8 milhões.
Ele está preso em Tóquio desde 19 de novembro, acusado de fraude fiscal e uso de verbas da empresa para uso pessoal.
O Tribunal Distrital de Tóquio, que mais cedo concedeu a fiança a Ghosn, negou uma apelação dos promotores que buscavam mantê-lo preso até seu julgamento.
Depois da decisão, a equipe do ex-executivo divulgou comunicado agradecendo a família e amigos.
"Sou inocente e estou totalmente empenhado em me defender com vigor em um julgamento justo contra essas acusações sem mérito e infundadas", disse Ghosn.
Ghosn pode sair da prisão na quarta
A decisão representa uma vitória para a nova equipe de defesa de Ghosn em seu terceiro pedido de fiança. Ele pode deixar o centro de detenção em Tóquio, onde esteve pelos últimos três meses, na quarta-feira. O tribunal aceitou as garantias dos advogados de defesa de que Ghosn se submeteria a uma vigilância intensa.
A soltura permitirá que Ghosn, idealizador parceria da Nissan com a francesa Renault, se reúna com seus advogados com mais frequência e prepare uma defesa antes do julgamento. Ele é acusado de fraude fiscal por ter informado valores inferiores aos dos salários de US$ 82 milhões recebidos da Nissan durante quase uma década.
Se for condenado por todas as acusações, ele pode passar até uma década na prisão. O ex-presidente da Nissan, Renault e Mitsubishi negou qualquer irregularidade.
A Nissan não quis comentar a decisão da fiança, que veio um dia depois de a nova equipe de defesa de Ghosn dizer que ele estava esperançoso de ser libertado com a promessa de seu submeter à vigilância.