Novidades

21 FEV

Ford Fiesta dá adeus: em 24 anos, hatch foi espanhol, chorão e gatinho

 (Montagem/Marco de Bari/Divulgação/Ford)

O fechamento da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo vitimou, de uma só vez, toda a sua linha de caminhões — a única em todo o mundo — e o Fiesta hatch, que era produzido somente naquela unidade.

A saída do Fiesta é reflexo de suas vendas tímidas nos últimos anos: foram vendidas 14.505 unidades ano passado, enquanto o Ka emplacou 103.286. Vale lembrar que o sedã, que vinha importado do México, já havia sido descontinuado em janeiro.

O retorno do Fiesta à São Bernardo em 2013 foi celebrado pelos funcionários (Divulgação/Ford)

A perda de mercado do hatch também foi provocada pela falta de investimentos da marca no modelo. Enquanto o Fiesta ganhou uma nova geração na Europa, para o Brasil a Ford optou por uma solução doméstica, com uma reestilização discreta feita sobre o modelo atual.

O fim do Fiesta no país marca o encerramento de um modelo que foi pioneiro no uso de diferentes tecnologias dentro da empresa e que permitiu à Ford criar mais rentável segmento de carros do Brasil.

Conheça a seguir, os principais marcos de um modelo que chegou a ser comparado com uma geladeira e foi “chorão”.

O Fiesta estreou no Brasil em 1995, ainda importado da Espanha (Divulgação/Ford)

O Fiesta chegou ao Brasil em fevereiro de 1995, importado da Espanha. O hatch já estava em sua terceira geração e era oferecido nas versões de duas e quatro portas.

O modelo estava prestes a mudar, o que ajuda a explicar seu defasado motor Endura 1.3 com fracos 60 cv.

Apenas um ano e três meses depois a Ford passava a fabricar em São Bernardo do Campo (SP) o novo Fiesta, cujos faróis arredondados logo renderam o apelido de “chorão”.

A quarta geração marca o começo da produção nacional (Marco de Bari/)

A quarta geração tinha duas opções de motor. O antiquado Endura foi mantido na configuração 1.3 e na inédita 1.0, de 51,5 cv.

A versão topo de linha CLX, no entanto, carregava o bem mais moderno Zetec 1.4 16V, capaz de gerar 88,8 cv. O novo motor, um dos melhores do segmento no País, deu fôlego de esportivo ao hatch.

O conjunto era perfeito para o acerto de suspensão (com subchassi no eixo dianteiro) e direção, firmes na medida certa para uma tocada mais rápida sem penalizar severamente o conforto.

O motor Zetec era um dos destaques do hatch (Divulgação/Ford)

Em 1998 o Fiesta passou a oferecer airbag duplo como opcional, item raríssimo entre os populares àquela época.

No mesmo ano veio o primeiro modelo derivado, a Courier. A picape logo virou a queridinha de quem transportava cargas longas (como motocicletas), graças à enorme caçamba com 1,82 m de comprimento.

A reestilização deixou o Fiesta alinhado com outros modelos da Ford (Divulgação/)

Em 2000 veio a primeira reestilização do Fiesta nacional. Os faróis angulosos repetiam o estilo New Edge de outros Fords, e talvez tenham sidos os responsáveis pelo visual felino interpretado por alguns consumidores.

O Fiesta “gatinho” veio logo após a nacionalização (e atualização) dos motores Zetec, que ganharam o sobrenome RoCam, referência ao comando de válvulas com balancins roletados.

A versão Sport tinha visual esportivado (Divulgação/Ford)

Pouco depois houve o lançamento da versão Sport, um reconhecimento da marca à dinâmica primorosa do hatch.

Os grandes faróis monoparábola eram uma das marcas da quinta geração do Fiesta (Marco de Bari/Quatro Rodas)

O ano de 2002 marcou a chegada da quinta geração do Fiesta, talvez um dos modelos mais importantes da história moderna da Ford no Brasil.

O primeiro motivo é que ele marcou a inauguração da moderna fábrica de Camaçari (BA), que agora passa a ser a única unidade fabril da Ford no Brasil.

O modelo estreou uma plataforma inédita no Brasil (Divulgação/Ford)

O segundo motivo é que ele foi a base para o EcoSport, primeiro SUV compacto nacional e líder do segmento por quase dez anos.

Além de ter sido responsável por lucros generosos à empresa durante seu domínio, o EcoSport atualmente é o modelo mais caro (e com maior rentabilidade potencial) feito pela Ford no Brasil.

O motor 1.0 Supercharged usava um compressor movido por correia da Eaton (Marco de Bari/Quatro Rodas)

A virada do século também marcou o primeiro ápice dos motores 1.0 em veículos nacionais.

Em uma época na qual ainda não se falava de motores com injeção direta, dupla refrigeração e outras tecnologias, as fábricas aproveitavam o baixo IPI para os populares carros “mil” a fim de aplicá-los aos mais diferentes segmentos

Isso fez com que o Fiesta (e o EcoSport) recebessem uma variação com compressor do motor 1.0. O conjunto superalimentado rendia 95 cv, um índice interessante para o hatch — mas péssimo para o SUV, cuja versão de entrada durou pouco.

Seu principal rival era o Gol 1.0 16V turbo, com 112 cv. Como se não bastasse a potência extra, o Fiesta ainda precisou enfrentar uma comparação pra lá de inadequada.

Um comercial logo proibido comparava o motor com compressor do Fiesta a uma geladeira, que também usa compressor.

O Fiesta foi o primeiro Ford com motor flex no Brasil (Marco de Bari/Quatro Rodas)

A analogia descabida durou pouco na TV, mas ainda pode ser vista na internet. E, ironia: uma década depois a própria VW apelava para o compressor para obter mais potência de seu motor 1.4 turbo.

A sexta geração inicialmente veio do México e conviveu com seu antecessor nacional (Divulgação/Ford)

Enquanto o Fiesta nacional sobrevivia à base de reestilizações, em 2011 a Ford optou por trazer a sexta geração do México, aproveitando-se do acordo comercial entre os países.

O visual ousado combinava com a lista de equipamentos inovadora para o segmento, com luzes diurnas de led, airbag de joelho, controle de estabilidade com assistente de partida em rampa e alerta de veículo no ponto cego.

A chegada do “nem tanto New” Fiesta nacional foi celebrada com festa (Divulgação/Ford)

A versão reestilizada de 2013 marcou também o retorno do Fiesta a São Bernardo do Campo (SP), onde ele será produzido até novembro de 2019.

O Fiesta EcoBoost tinha motor 1.0 turbo e câmbio automatizado de dupla embreagem e seis marchas (Divulgação/Ford)

Não seria justo falar que a Ford desistiu precocemente do modelo no Brasil. Ainda que as vendas em declínio tenham justificado a opção de não trazer a sétima geração, a marca investiu no hatch por aqui.

A última reestilização do Fiesta tentou dar a ele um visual mais atual (Divulgação/)

Coube a ele a primazia de estrear (e aposentar) o moderno motor 1.0 Ecoboost turbo de 125 cv, que só saiu do posto de mais potente da categoria com a chegada do Polo TSI.

A Ford abriu mão de fabricar ou importar o novo Fiesta (Divulgação/Ford)

Uma reestilização caseira até que tentou dar um último fôlego ao Fiesta, mas o excelente desempenho de vendas do Ka acabou sendo a pá de cal para o hatch compacto.

E, outra ironia: o Ka nasceu em 1996 a partir do próprio Fiesta, ainda que eles tenham seguido caminhos distintos após a segunda geração do compacto.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

20 JAN
Carros da Tesla teriam gerado 110 acidentes por aceleração involuntária

Carros da Tesla teriam gerado 110 acidentes por aceleração involuntária

 (Reprodução/Internet)– (Reprodução/Internet)Um grupo de donos de carros da marca Tesla decidiu se unir nos EUA.Os motoristas querem que o NHTSA, órgão americano de administração de trânsito, investigue e promova um recall de 500.000 modelos da marca especializada em elétricos devido a uma suposta aceleração involuntária.Segundo a petição, o defeito teria causado pelo menos 110 batidas e deixado 53 feridos. Os relatos vão desde destruições de portões de garagem até... Leia mais
20 JAN
Onix, Ka, HB20, Polo e mais: diferenças de motor, dimensões e porta-malas

Onix, Ka, HB20, Polo e mais: diferenças de motor, dimensões e porta-malas

– (Arte/Quatro Rodas)O segmento dos hatches compactos vem dominando o mercado automotivo brasileiro há muitos e longos anos.Em 2019, por exemplo, cinco dos dez carros mais vendidos do país eram representantes desse segmento, considerado a “porta de entrada” para se comprar um automóvel zero-quilômetro no país.Espaço para os passageiros é menor no Ford Ka (Acervo Quatro Rodas/Quatro Rodas)Sabendo que uma das principais preocupações do motorista quanto ao segmento está na... Leia mais
20 JAN
Dez carros cujo visual chocou o mundo tanto quanto a Tesla Cybertruck

Dez carros cujo visual chocou o mundo tanto quanto a Tesla Cybertruck

Cybertruck é a primeira picape elétrica da Tesla (Divulgação/Tesla)Para uns (muitos) soou como piada. Para outros (poucos), foi revolucionário. A apresentação da primeira picape elétrica da Tesla, a Cybertruck, virou assunto no mundo todo, indo além do universo dos fãs de carro. O design exótico transformou-a em alvo de memes pela internet afora e chocou o mercado americano, onde as três líderes de venda são picapes, Ford F-Series (809.530 unidades de janeiro a novembro de 2019),... Leia mais
20 JAN
O primeiro e mais completo teste com o VW Fusca – QUATRO RODAS 60 Anos

O primeiro e mais completo teste com o VW Fusca – QUATRO RODAS 60 Anos

– (Acervo/Quatro Rodas)Publicado originalmente em setembro de 1961.Todos ainda se lembram quando ele surgiu entre nós, há dez anos, tímido e exótico. Foi recebido com reservas e desconfiança, como tudo o que é novo.Embora fosse vendido a preço módico, ninguém o queria porque ele apresentava estranhezas de construção até então nunca vistas pelo público brasileiro nos carros que aqui vinham ter.Mas o carrinho teve também sua oportunidades e dela se aproveitou bem para demonstrar... Leia mais
20 JAN
Longa Duração: será que o VW Virtus repete números no teste de saideira?

Longa Duração: será que o VW Virtus repete números no teste de saideira?

– (Christian Castanho/Quatro Rodas)Para quem ainda não sabe, vale a explicação: no decorrer de sua estada entre nós, todo carro de Longa Duração é submetido por duas vezes a uma bateria completa de testes, aos 1.000 km e aos 60.000 km.“A comparação da ficha de resultados obtidos nas duas passagens pelo nosso campo de provas, em Limeira (SP), não é conclusiva, mas geralmente funciona como um bom exame prévio ao desmonte”, diz o editor da seção, Péricles Malheiros. Nosso... Leia mais
17 JAN
Land Rover Discovery Sport renova visual, mas perde versões e encarece

Land Rover Discovery Sport renova visual, mas perde versões e encarece

Novo Discovery Sport já está disponível no Brasil (Divulgação/Land Rover)O Land Rover Discovery Sport foi atualizado para o Salão de Frankfurt, na Alemanha, em setembro do ano passado. E como dissemos no evento, o SUV já está disponível nas concessionárias brasileiras com versões a partir de R$ 232.500.O SUV seguirá montado em Itatiaia (RJ), a exemplo do modelo anterior. Só que, agora, já não há nenhuma opção com motor 2.0 turbodiesel de 240 cv, mais potente até então, que... Leia mais