Novidades

19 FEV

Primeiras impressões: Ford EcoSport Titanium 1.5

É o começo do fim da marca registrada do Ford EcoSport: o pneu pendurado na traseira foi abolido de uma das configurações do SUV, a Titanium, pela adoção de pneus "run flat". São aqueles que podem rodar vazios.

A ausência do item também teve como consequência uma renovação visual para a versão. A novidade, segundo a fabricante, poderá ser aplicada ao restante da linha se houver demanda - mas que, por enquanto, a versão mais cara com motor 1.5 será a única a oferecer o apelo de "modernidade" e "tecnologia". Pela exclusividade, ela cobra R$ 103.890.

Impressões ao dirigir

O G1 foi até o Campo de Provas da Ford em Tatuí, interior de São Paulo, para um dos testes mais improváveis já propostos: dirigir o EcoSport com pneus murchos e/ou furados.

O primeiro contato foi com o modelo com apenas um dos pneus esvaziados, propositalmente, até ficar sem pressão.

Rodando a no máximo 80 km/h, a diferença de rodagem para quando os 4 pneus estão cheios é praticamente imperceptível.

Na prática, o motorista só se daria conta da situação pelo monitoramento de pressão.

Ignorando o pneu murcho, o SUV está com o rodar mais rígido, já que os pneus "run flat" são mais duros, o que prejudica sensivelmente o conforto.

Na segunda etapa, a missão era ir para a pista com os dois pneus traseiros furados - a própria marca fez os furos com uma furadeira minutos antes do início dos testes (veja abaixo).

A direção perde um pouco de sua precisão e a traseira do veículo fica mais leve, tendendo a escorregar nas curvas, mas sem sustos.

Quando há a iminência da perda de controle, os sistemas de estabilidade e tração entram na jogada e é possível sentir suas atuações.

Vale destacar, porém, que em uma situação de uso real, na cidade, o EcoSport pode se sair ainda melhor e chegar ao destino sem grandes problemas.

Isso porque, durante o teste na pista, o modelo foi submetido à velocidade constante de 80 km/h - a velocidade máxima suportada pelos "run flat" -, mesmo em curvas fechadas, com maior necessidade de esterço, e abertas, com tendência a tangenciar para fora do circuito.

Nas ruas, as manobras são feitas de maneira mais sutil e em velocidades menores.

'Run flat'

O EcoSport é o primeiro carro de volume equipado com pneus deste tipo no Brasil - antes dele, apenas modelos "premium" vinham com eles de fábrica, como Audi, BMW, Mercedes-Benz e Porsche.

O grande diferencial desses pneus para os convencionais é a possibilidade de rodar com eles vazios por 80 km a até 80 km/h. Dentro desse limite, não há necessidade de que um pneu esvaziado, furado ou rasgado seja imediatamente trocado ou reparado, daí vem a abolição do estepe.

Caso o condutor não encontre um local para reparar o pneu avariado na distância indicada (80 km), um kit de reparo acompanha o modelo no porta-malas. Ele é composto por um frasco de líquido selante e um compressor elétrico.

É necessário que o líquido selante seja aplicado no local do furo e, depois, o pneu seja recalibrado com o compressor, que pode ser ligado à tomada de 12V do carro. Feito isso, a distância de rodagem é estendida para 200 km - permanecendo a velocidade máxima de 80 km/h por segurança pela solução ser apenas temporária.

A marca alerta que o reparo efetivo deve ser feito o mais rápido possível (e apenas uma vez por pneu), além de não indicar o conserto do tipo "macarrão" (uma borracha alongada que é inserida no local do furo).

Na estrutura, os reforços em flancos, ombros e talões (laterais dos pneus) são os responsáveis por suportarem o peso do veículo mesmo sem pressão nos pneus.

O único ponto contra fica para o preço do pneu. De acordo com a Ford, o pneu utilizado no EcoSport, um Michelin ZP, custa cerca de R$ 900 reais a unidade. O convencional usado anteriormente saía entre R$ 600 e R$ 700.

Sem estepe, pode?

A legislação brasileira prevê, na Resolução 14 de 1998 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), como obrigatória a existência de uma "roda sobressalente, compreendendo o aro e o pneu, com ou sem câmara de ar, conforme o caso".

É ela que permite os pneus mais finos que os originais, o tipo de estepe que muitas marcas têm adotado recentemente, também com uso temporário.

Um projeto de lei (00952/2015) que propunha que o estepe tenha características idênticas às dos demais pneus utilizados no veículo foi arquivado no último mês de janeiro.

O caso do EcoSport é diferente - e isso não faz dele um infrator de leis. A resolução 259 de 2007 aponta que a dispensa do estepe poderá acontecer quando a não necessidade do item for comprovada pelo importador ou fabricante.

De acordo com o texto oficial, o veículo deve ser "dotado de alternativas para o uso do pneu e aro sobressalentes, macaco e chave de roda".

No Ford, os pneus "run flat" garantem os argumentos para que sejam uma das exceções do CTB. As alternativas são o kit de reparo que acompanha o veículo e o monitoramento de pressão dos pneus.

Esses pneus não estão sozinhos no avanço tecnológico de rodagem. Em 2015, a Hankook anunciou o êxito em testes com pneus sem ar, com tramas internas de sustentação e feitos com materiais ecológicos.

A Continental tem outro produto que promete maior proteção em furos até 5 mm de diâmetro. Os pneus têm uma camada de selante interna que, em caso de perfuração, veda a abertura quase que instantaneamente.

Linha 2020

Além das novidades envolvendo os pneus, a linha 2020 do EcoSport também passou por alterações visuais e reposicionamento de versões.

Na aparência, a única a ganhar desenho revisto foi a Titanium, justamente pela retirada do estepe na traseira. Com isso, o rebaixo para a placa de licença subiu para a tampa do porta-malas. A tampa e o para-choque traseiro são novos.

Mesmo assim, a tampa do porta-malas continua com a nada prática abertura lateral. Além da estranheza e do peso, a porta ocupa um grande espaço atrás do veículo. Ou seja: se pretende fazer compras, nada de estacionar de ré ou perto do carro de trás.

A versão também deixou de oferecer o motor 2.0 de até 176 cavalos de potência para adotar o mesmo 1.5 de três cilindros com 137 cavalos, sempre com câmbio automático de 6 marchas. A motorização maior ficou apenas para a configuração Storm, com tração integral.

Entre os equipamentos, a Titanium segue com piloto automático, faróis de xênon com leds diurnos, central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay, sistema de som Sony com 9 alto-falantes, câmera de ré, chave presencial, alerta de pontos cegos, teto solar elétrico, assistente de partida em rampas, controles de estabilidade e tração e 7 airbags.

Com as novidades, os preços da linha 2020 do EcoSport ficaram assim:

  • SE 1.5 manual: R$ 78.990
  • SE 1.5 automático: R$ 84.990
  • Freestyle 1.5 manual: R$ 85.890
  • Freestyle 1.5 automático: R$ 91.890
  • Titanium 1.5 automático: R$ 103.890
  • Storm 2.0 automático 4WD: R$ 108.390

Fonte: G1

Mais Novidades

26 MAR

Petrobras vai passar a reajustar diesel a cada 15 dias e anuncia cartão para caminhoneiros

A diretoria da Petrobras aprovou mudanças na periodicidade de reajuste nos preços do diesel vendido para as refinarias. Os preços passarão a ser reajustados, no mínimo, a cada 15 dias, informou a estatal nesta terça-feira (26) em comunicado ao mercado. Desde então, a petroleira vinha reajustando o combustível em intervalos menores, desde o fim do programa de subsídios lançado pelo governo após a greve dos caminhoneiros. Somente em março, foram anunciados 5 reajustes no... Leia mais
26 MAR

Toyota Etios 2020 está mais caro e, pela primeira vez, não tem mudanças

Etios 2020 só teve reajustes em todas as versões (Divulgação/Toyota)Desde que estreou no Brasil, em setembro de 2012, o Toyota Etios teve mudanças de equipamentos – e muitas vezes visuais – em todas as mudanças de ano-modelo.Foi assim que ele ganhou retrovisores com ajuste elétrico, trocou o painel cinza pelo preto, o quadro de instrumentos analógico pelo digital, recebeu motores mais potentes, nova frente e até controles de estabilidade e tração de série.Etios Sedan acompanha... Leia mais
26 MAR

Novas Tecnologias: como é o filtro de poluentes para motores a gasolina

Motor PSA 1.2 de 3 cilindros (Otavio Silveira/Quatro Rodas)As emissões de material particulado sempre foram relacionadas aos motores a diesel em razão da grande formação de fuligem. Mas esse tipo de poluente não é exclusividade do diesel.Motores do ciclo Otto também emitem partículas sólidas resultantes da queima da gasolina.A diferença é que esses motores sempre emitiram menos particulado, comparados aos a diesel, e produziam outros poluentes (HC, CO, CO2, NOx) em maior... Leia mais
26 MAR

Longa Duração: quem desvendará o misterioso tranco no câmbio do VW Virtus?

Virtus na Represa do Funil, em Itatiaia (RJ) (Henrique Rodrigues/Quatro Rodas)O editor Péricles Malheiros foi com o Volkswagen Virtus de São Paulo a Sobradinho (DF). “Ele é o 28º carro de Longa Duração com o qual faço essa viagem. Esperto nas retomadas, permitiu ultrapassagens com segurança. Mas não há mágica. Em velocidades mais altas, o baixo deslocamento volumétrico do motor 1.0 TSI cobra a conta, com o fim do fôlego chegando mais precocemente”, relata. O repórter... Leia mais
26 MAR

Trens do Metrô de SP são autônomos e têm a força de 347 Amarok V6 juntas

A lavagem é feita com o trem em movimento e custa R$ 2.000 (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)Freios regenerativos, motores elétricos, ABS, suspensão a ar ajustável e condução autônoma são algo relativamente recente na indústria automotiva. Mas eles já são uma realidade no Metrô de São Paulo desde 1974. E, de quebra, a manutenção dos trens de 130 metros pode ser mais barata do que a de um carro comum. Essas são apenas algumas das curiosidades que cercam os 169 trens (incluindo... Leia mais
26 MAR

Honda Accord 2019: primeiras impressões

No mundo automotivo, “sleeper” é o termo usado para definir carros que, de sonolentos, só têm a aparência. Em outras palavras, lobos em pele de cordeiro. O rótulo se encaixa perfeitamente na 10ª geração do Honda Accord, lançada no Brasil no Salão do Automóvel, em novembro passado. Quem olha para o sedã de linhas clássicas e claramente inspiradas no Civic não imagina do que o modelo é capaz. Ainda que a Honda não divulgue oficialmente a aceleração de 0 a 100... Leia mais